O
dia 1 de agosto de 1953 no campo de concentração soviético de Vorkuta foi
marcado pela sangrenta repressão comunista da revolta de prisioneiros
políticos, organizada, por sua vez, pelos membros da Organização dos
Nacionalistas Ucranianos (OUN) e pelos guerrilheiros do Exército Insurgente
Ucraniano (UPA).
Complexo industrial de Vorkuta |
A
revolta de Vorkuta
durou de 19 julho à 1 agosto de 1953, centrada no campo de concentração
especial № 6, chamado de Retchlag
(Campo do Rio), que abrigava 38.589 prisioneiros. Entre eles os 16.812
nacionalistas: 10.495 ucranianos, 2.935 lituanos, 1521 estónios, 1075 letões e
510 polacos/poloneses. Como prisioneiros do GULAG, condenados por razões políticas,
eles não foram abrangidos pela amnistia declarada após a morte do Estaline.
Os prisioneiros de Rechlag (Vorkuta) no trabalho |
O
levantamento começou como uma greve, em resposta do qual as autoridades do
campo anunciaram uma certa liberalização do regime. No entanto, 8.700 pessoas
se recusaram à ir ao trabalho. Assim greve se transformou em uma revolta. No
dia 29 de julho de 1953 cerca de 12 mil prisioneiros faltaram ao trabalho.
Os prisioneiros de Rechlag (Vorkuta) |
Em
resposta, as autoridades prisionais foram preparando um plano de esmagamento da
revolta das áreas mais rebeldes. Em 1 de agosto começou a operação comunista
para eliminar os insurgentes. No decorrer da operação os prisioneiros armados
confrontaram os atacantes soviéticos, tentando romper a cerca e conseguir a sua
liberdade.
A primeira página do plano soviético do esmagamento da revolta de Vorkuta. Arquivo estatal da federação russa, fundo R-9413, descrição 1, caso 160 |
Em
confrontos morreram 42 (outros dados apontam entre 53 à 66 mortos) prisioneiros
políticos (entre eles 30 ucranianos membros da OUN e do UPA) e 138 prisioneiros
ficaram feridos. Após o fim da resistência, as autoridades soviéticas isolaram,
como participantes ativos da insurreição, os 1.122 prisioneiros, 15 deles foram
presos imediatamente e 14 posteriormente, 257 pessoas foram colocados nas
cadeias do regime severo por um período de um ano.
Os dados operativos soviéticos dos resultados da operação. Arquivo Estatal da federação russa, Fundo R–9413, descrição 1, caso 160 |
Os
resistentes mortos da revolta de Vorkuta foram secretamente sepultados na beira
da estrada na área do monte de desperdício mineiro da mina № 29.
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mais A
revolta que abalou o GULAG
As barracas do campo de Rechlag em Vorkuta |
Apesar
de que a revolta de Vorkuta foi suprimida, o comando clandestino da OUN e do
UPA que coordenava as atividades nacionalistas nos campos de concentração
soviéticos sobreviveu. A revolta de Vorkuta criou as bases para a revolta de Kengir
(Cazaquistão) em maio – junho de 1954 que levou à uma completa reorganização do
sistema de campos de concentração soviéticos, o famigerado GULAG (por Instituto Ucraniano
da Memória Nacional).
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