Cumprem-se,
nesta primavera, quatro anos da guerra no leste da Ucrânia. Os acordos de
Minsk são considerados como a única solução para que seja alcançada a paz. Os
habitantes de Donbas enfrentam as consequências da guerra. A jornalista e
fotógrafa ucraniana Natalia Liubchenkova
deseja que as histórias destas pessoas não sejam esquecidas. A sua exposição
fotográfica “Donbas, além das notícias” já passou por Paris e está agora
patente em Bruxelas.
O
objetivo de Natalia é mostrar como os habitantes da região, a pesar das
dificuldades, conseguem fazer coisas extraordinárias, como projetos pessoais e
de negócios. Acreditam que a reconstrução do local onde vivem pode ajudar a
alcançar uma paz duradoura. Entre os habitantes de Donbas, Natália encontrou
Yana Synytsa, de Donetsk. Agora vive na pequena localidade de Kryva Luka, sob
controlo do governo ucraniano. A terra é pouco conhecida, mesmo entre os
ucranianos, mas a beleza natural circundante é muito apreciada pelos que a
visitam.
Yana
aproveitou a sua experiência no setor do turismo para fundar um projeto
ecológico e fazer com que a região se torne mais conhecida entre os turistas.
Agora, chegam, vindas de todo o lado, mais pessoas à pequena localidade.
Celebram-se mais eventos e há mais iniciativas. As Nações Unidas já tinham
financiado outros projetos de Yana, que diz querer “mostrar ao mundo que os
ucranianos são ativos e corajosos, que têm talento.”
Yana
diz que os ucranianos “têm tido força para ajudar as suas famílias, mas também
para ajudar os outros, muitas vezes com dificuldades e riscos para as suas
próprias vidas. Mesmo assim, conseguiram transformar a região com ideias
criativas.”
Ivan
também faz parte deste grupo de habitantes que quer superar os problemas
causados pelo conflito. Foi mineiro antes de refugiar-se em Makiyivka,
acompanhado pela família. Nunca pensou que seria nessa terra que viria a formar
a sua própria quinta, um sonho muito antigo. Além disso, criou postos de
trabalho. Agora, planeia abrir uma loja de comida biológica.
Em
Maryinka, perto de Donetsk, há uma padaria que se dedica a distribuir a produção
pelos mais necessitados.
Hennadiy
Kirkach, um etnólogo de Sloviansk, na região de Donetsk, tem dedicado a vida a
colecionar objetos históricos. Nunca teve qualquer tipo de ajuda da parte do Governo,
mas conseguiu abrir três museus interativos.
A
exposição de Natalia Liubchenvoka pode ser vista no centro cultural Senghor, no bairro de Eterbeek, em Bruxelas,
perto do local onde estão grande parte das instituições europeias. Uma
iniciativa que contou com o apoio de UAct
e TUB, as NGO fundadas por ucranianos residentes na Bélgica. Julia Zelvenska, da UAct,
diz que depois de “abandonar tudo o que se ama para salvar a vida, ver o
sofrimento da família é uma tragédia humana impensável.” “Entender que mais de
dois milhões de pessoas têm passado por esta experiência na Ucrânia”, diz
Zelvenska, “é desolador.” Acreditamos que a arte é a melhor forma de abrir os
corações. “Esta exposição”, conclui, “é a melhor forma de chamar a atenção do
público para a situação na Ucrânia, ao mesmo tempo que partilhamos a nossa
admiração por estas pessoas, muito corajosas, do nosso país.”
A
exposição fotográfica “Donbas, além das notícias” está patente até ao próximo
dia 4 de junho, informa pt.euronews
Horários
Sábado
27 de maio – 17:00 – 18:00
Quinta-feira,
1 de junho– 19:30 – 20:30
Sexta-feira,
2 de junho – 20:30 – 20:30
Domingo,
4 de junho – 18:00 – 22:00
Ver
o álbúm da Natalia Liubchenkova
na Flickr
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