segunda-feira, maio 30, 2016

Ucrânia se livra do passado comunista em Kyiv, Odessa e Kherson

Um monumento da era soviética em memória dos agentes da polícia repressiva do regime, o famigerado VChK-GPU-NKVD-KGB, foi desmontado em Kyiv (estação do metro Lybidska). À quarta tentativa os restos dos “chekitas” foram de vez para a “lixeira da história”.
Pela primeira vez os manifestantes da Euromaidan tentaram desmontar o monumento em fevereiro de 2014. Outra tentativa foi feita no final de abril de 2016, mas o procedimento revelou-se muito complicado, uma vez que o monumento pesava cerca de 300 toneladas. Na altura, os ativistas apenas o pintaram, deixando nele as descrições como: “aos carrascos do povo ucraniano”.
Os trabalhos de desmantelamento tinham reiniciado há uma semana. No dia 29 de maio o monumento foi desmantelado com a ajuda de uma retroescavadora. O método causou alguma polémica uma vez que este foi planeado para ser transportado para o museu de arte soviética.
Dezenas de estátuas de líder bolchevique Lenine foram derrubados na Ucrânia desde 2013. As primeiras demolições coincidiram com os protestos pró-Europa, conhecidas como Maydan, que mais tarde se transformaram em movimento de indignação contra o governo do ex-presidente Viktor Yanukovych, apoiado pelo Moscovo.
A queda dos monumentos em todo o país está sendo saudada como um símbolo do impulso da Ucrânia independente para se modernizar após a dissolução da União Soviética. O processo está em linha com um pacote de leis, adoptado pelo Parlamento ucraniano no ano passado que proíbe os símbolos e a propaganda do regime comunista e nazi. O processo de rebaptizar as cidades, vilas e bairros; assim como ruas, avenidas e praças é o mais recente passo nos esforços da Ucrânia para se desligar de vez do passado totalitário soviético, escreve o canal televisivo UA today.

O ultimo Lenine goodbye em Odessa
No dia 28 de maio, no âmbito do processo de descomunização, foi completamente desmantelado o último monumento ao Lenine na cidade de Odessa.

O maior monumento do líder bolchevique da cidade foi calmamente desmontado pelos funcionários da câmara municipal da cidade. Durante os últimos nove anos este monumento estava colocado num dos parques na periferia da cidade, após ser removido do centro da urbe. A escultura de líder bolchevique de 10 metros de altura, composta por sete blocos maciços, foi retirada do pedestal por dois guindastes e será levada para fora da cidade. “Não houve quem quisesse perturbar o processo de desmantelamento”, – garantiu o chefe da brigada dos serviços municipais.
Além deste monumento, estão sujeitos à desmontagem, de acordo com a ordem №305-A do chefe da Administração estatal da Odessa, Mikheil Saakashvili, a escultura do Lenine na zona portuária e mais dois monumentos dos bolcheviques locais pouco conhecidos. Num futuro próximo, também será demolido o “muro dos chekistas” na rua Mechnikov, placas memoriais aos líderes comunistas Kotovsky, Blucher, Shhors e Halan, além do busto, a pedra memorial e duas placas do marechal Zhukov e outros símbolos do totalitarismo soviético, escreve Tyzhden.ua.

Descomunização em Kherson
Na cidade de Kherson, foi desmontado o monumento do líder bolchevique Alexander Tsiurupa, um dos criadores da “ditadura alimentar” (adoptada em lei pelo Conselho dos Comissários do Povo em 13 de maio de 1918), organizador da expropriação dos alimentos e da aniquilação dos camponeses ucranianos no leste e sul da Ucrânia.
O procedimento de desocupação do pátio da Universidade Estatal Agrária de Kherson não demorou mais que duas horas, informa Tyzhden.ua.

https://www.youtube.com/watch?v=wEK8JJ1xEKA

Blogueiro: apesar de todo este esforço, na Ucrânia há ainda cerca de mil monumentos ao Lenine (!) Dado que o comunismo soviético era uma espécie de religião com culto dos mortos, o regime comunista, tal como quase todos os reinos do passado, tentava eternizar os seus “amados líderes” para todo o sempre. Se a humanidade se perdia numa guerra nuclear contra o capitalismo, os ídolos soviéticos deveriam servir de memória intemporal do seu reino do terror, isso é, “em prol da humanidade progressista”.    

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