Em 1921, a Rússia bolchevique foi atingida pela fome de grandes
proporções, de maior relevo na região de Volga. O epicentro da fome estava
na cidade de Buzuluk que recebeu o grosso modo da ajuda
estrangeira – principalmente dos quakers
britânicos e americanos. Ao pedido e com a permissão das autordades soviéticas,
eles começaram o programa, de larga escala, de fornecimento dos alimentos às
populações carenciadas da cidade e das outras localidades do distrito de
Buzuluk.
Entre
os funcionários da missão britânica estavam dois irmãos: Richard
e Ernest Kilbey. Richard tinha cerca de 20 anos de idade, apesar de os
quakers serem pacifistas e recusarem servir no exército, ele participou na I
G.M. como paramédico. Além disso, Richard tinha uma queda para o desenho. Nos
seus tempos livres ele desenhava a cidade de Buzuluk, os seus moradores e os
funcionários da missão anglo-americana que alimentavam os famintos...
O
jornal oficial soviético, Izvestiya,
na sua edição № 107 de 15 de maio de 1922 citava o discurso do camarada Mikhail Kalinin que
este preferiu na III sessão do Comité Central Executivo da Rússia (VTsIK): “A ajuda mais notável é ajuda das organizações estrangeiras. Eu tenho os
números relativos aos primeiros dias de maio. ARA
alimenta 5.643.387 pessoas. Os quakers britânicos alimentam 265.600 pessoas.
[...] No total, as organizações estrangeiras alimentam 6.549.282 pessoas”.
Na
década de 1930, estes números foram esquecidos, a ajuda dos estrangeiros na
luta contra a fome minimizada, diversos cidadãos soviéticos que trabalharam
para ARA (120.000 no total) foram chamados de “agentes estrangeiros”, muitos
deles passaram pelas cadeias ou morreram no GULAG.
No
entanto, a memória das boas ações perdura. Estão vivos aqueles que sobreviveram
graças à ajuda anglo-americana (na auge da sua missão ARA alimentava 10,5
milhões de russos diariamente). Estão vivos os seus filhos e netos. Ficaram
para a história os desenhos simples do Richard Kilbey. As pessoas não esquecem
a bondade, mesmo se essas memórias novamente não estão na moda (por Boris Grebenshikov).
Ver
o álbum com 73 pinturas e desenhos do Richard
Kilbey:
Blogueiro:
a consequência direta das políticas bolcheviques, nomeadamente a política de comunismo de guerra,
a fome russa de 1921, estendeu-se às outras regiões recém-ocupadas pela Rússia
Socialista (à Ucrânia, ao atual Cazaquistão) e perdurou até 1923. As operações da ARA foram encerradas em 15 de
junho de 1923 quando se descobriu que a Rússia Soviética voltou, secretamente, à exportação de cereais, apesar de fome de 1921 ceifar a vida entre 5 à 6 milhões
de pessoas.
"AJUDEM NÓS NA DESGRAÇA!" |
Como
testemunham os documentos de arquivo, por exemplo, os cartões semelhantes ao da
fotografia, as pessoas que viviam na Ucrânia Soviética também recebiam a ajuda americana.
Bastava preencher o cartão emitido pela ARA em inglês e russo, colocando nele a
sua identificação e o endereço. O cartão na imagem que foi comprado recentemente
no ebay por cerca de 10 dólares, foi preenchido pelo cidadão ucraniano de origem
judaica, Kalman-Wolf Hatskelev Minkes, morador na cidade de Odessa. Não se conhece a sua
vida posterior. Não se sabe se ele consegiu escapar a fúria soviética de luta
contra os “espiões ocidentais”. Nem tão pouco se sobreviveu a “solução final” nazi...
As
vitórias quase diárias das “dnr” e “lnr”
A
“dnr” celebra a sua vitória contra os mormones. A “jovem república” expropriou o
local de culto da comunidade mormon de Donetsk e o transformou, com a pompa e circunstância,
em “conservatório de registos civis”. Na “inauguração” estava presente o
ex-deputado do parlamento da Ucrânia, eleito pelo partido comunista e a “ministra
da justiça” da dita “dnr” que ofereceu ao “conservatório” uma impressora. O
edifício também recebeu a benção da igreja ortodoxa russa, na sua versão
moderna de “expropriar aos expropriadores com a benção da IOR”. O antigo edifício
do Conservatório continua em seu estado de degradação crítica. Mas a “jovem república” caminha de vitória à vitória” (fonte).
É
de recordar que essa não foi a primeira vitória dos fundamentalistas ortodoxos das
ditas “dnr/lnr” sobre os protestantes. Em 2015, na cidade de Krasny Luch (região de Luhansk) os “cossacos” destruíram, vandalizaram e roubaram
uma igreja protestante local. Os representantes do “mundo russo” arrancaram tudo
que o local tinha de valor: lavabos, portas, janelas, prateleiras dos livros e
até os vasos sanitários. Os livros do Novo Testamento foram usadas por eles para
fazer a lareira em que preparavam a sua comida (Sic!).
Donbas: os “cossacos russos” vs protestantes ucranianos |
2 comentários:
Nos confirme se a cidade de Dnipropetrovsk mudara mesmo de nome!
Sim, é oficial, a cidade se chama Dnipro.
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