terça-feira, janeiro 31, 2012

Pirataria como tragédia nacional


Hoje o Ministério do Interior da Ucrânia fechou a página Ex.ua, o maior serviço ucraniano de arquivamento e trocas gratuitas da informação (produções áudio e vídeo), sem (por vezes) o consentimento dos seus proprietários legais.
A reacção do público na sua maioria é extremamente negativa, desde “c@ralho, é DE MAIS! Bufos, vocês irão arder no INFERNO!” até “Temos que criar o partido pirata!”, “O regime vai cair!
Nota-se que as pessoas ficaram mais indignados com o fecho da página pirata, do que com a prisão da Yúlia Tymoshenko ou outros opositores ao actual regime da Ucrânia.
Os cínicos dizem que Ex.ua foi fechado ou porque os seus proprietários perderam a “protecção” da polícia / dos bandidos, ou “falharam” o dia do pagamento. Uma visão alternativa considera que o fecho dos piratas é a acção directa das corporações multinacionais que querem vender os seus produtos na Ucrânia legalmente, em vez de vê-los descarregados da Internet gratuitamente.
A página Comments.ua informa, que em resposta do fecho do sítio Ex.ua, os hackers ucranianos iniciaram uma DDOS ataque contra a página oficial do Ministério do Interior da Ucrânia.
Um dos co-proprietários da Ex.ua é Valeriy Vavilov (31), nascido na Letónia, tem a formação superior em física biológica. Em conjunto com Yuri Piskov lançaram o servidor Ex.ua em 2009. Ontem página teve cerca de 6 milhões de usuários, por dia o portal era visitado por cerca de 8.000 pessoas.
Blogueiro
Mark Zuckerberg teve (apropriou-se?) de uma ideia inovadora e hoje é bilionário, Vavilov & Piskov amanha facilmente poderão se tornar arguidos, oxalá que não sejam...

Arte rasca em Lviv


O restaurante – museu de arte “SALO” (Lviv) e a Galeria da Arte Independente ANTIN’S COLLECTIONS (Kyiv), apresentam o seu novo projecto “ZHLOB – ARTE” (Arte Rasca ou Arte Grunha).
A mostra promete as esculturas vivas e instalações mortas, música vinda directamente dos autocarros interurbanos ucranianos (onde muitas das vezes se toca o mais horroroso kitsch prisional russo), a moda “grunha” e até interacção com o público (instalação “O Parque dos Grunhos. Os homobestas”).
A abertura chocante: 1 de Fevereiro de 2012, às 19h00.
O projecto é uma espécie da mostra sarcástica, que pretende expor a arte rasca e a cultura dos sem cultura, que reinam na Ucrânia contemporânea.

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Propaganda da Ucrânia Soviética

O casal de médicos americanos, Harry e Ruth Bukwin, reuniu uma grande colecção dos cartazes da propaganda soviética do início da década de 1930, que colectaram durante as suas viagens à URSS. Oito dos cartazes pertencem à propaganda da Ucrânia Soviética.
Electrificação da rede ferroviária, 1931
A maioria é dedicada ao primeiro plano quinquenal (1928 – 1932), que começou com a industrialização, até hoje, de uma certa forma, aproveitada pela elite industrial ucraniana. Os cartazes mostram aspectos diferentes da industrialização e da militarização da sociedade daquela época.
"Na luta contra os da esquerda e da direita..."
Diferentemente dos cartazes dos anos 1920, que pretendiam chocar visualmente as pessoas semi-analfabetas, os cartazes da década seguinte se centram mais em números e textos. O plano quinquenal centralizava até a produção e a edição da “agitação e da propaganda” – os cartazes são produzidos aos milhares e distribuídos por toda Ucrânia Soviética.
"A URSS é a nossa pátria..."
Os cartazes da época da industrialização mostram operários jovens e fortes, que resolvem as tarefas heróicas do aumento da efectividade e da produtividade laboral. Constantemente isso é encarado como a luta militar contra Ocidente capitalista. Existem apelos concretos à juventude para se preparar à futura guerra.
"15 anos da luta pela linha geral do partido!"
Industrialização é o lado oposto da colectivização. O campo ucraniano era assassinado com os kolkhozes e com Holodomor, e ao seu custo era desenvolvida a indústria pesada.

Fonte:

A colecção completa dos cartazes soviéticos reunida pelos Bukwin pode ser vista na página da biblioteca da Universidade de Chicago. Também poderá ler o artigo sobre os Doces da Ucrânia Soviética.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Um ucraniano em Tiradentes

TIRADENTES (MG) – Com as chuvas já mais calmas, ao menos nas redondezas de Tiradentes, a 15ª edição da Mostra de Cinema, que toma até o próximo sábado a histórica cidade mineira, correu tranquila do ponto de vista da estrutura, mas com bastante emoção pela perspectiva das homenagens e da celebração dos 15 anos do evento.

por: LUIZ JOAQUIM

Não há, talvez, melhor retrato do sucesso desta Mostra, que promove o cinema brasileiro contemporâneo e a vertente mais ousada de sua linguagem, que a imagem das mil cadeiras na praça do Largo das Forras completas de espectadores para ver um filme como “Iván: De Volta ao Passado”, do paranaense Guto Pasko.

Sua primeira exibição nacional não podia ser em melhor lugar”, lembrou Pasko no sábado à noite, referindo-se ao ambiente histórico que possui Tiradentes. Isto porque o documentário acompanha o retorno a Ucrânia de Iván Bojko, 91 anos, que reside em Curitiba. Entre sua saída para o Brasil, fugindo da 2ª Guerra Mundial, e este retorno promovido pela produção do filme, foram 68 anos de distância.

Um tanto `quadrado` pela óptica de sua estrutura, o documentário vai, entretanto, ganhando o espectador aos poucos. Seja pela figura absolutamente humilde e cativante do sofrido Iván, seja pela paisagem geográfica e humana que o filme vai desvelando ao chegar na Ucrânia de hoje. Há, é claro, o apelo dramático do reencontro de Iván com os amigos da juventude, com a irmã da qual havia perdido contacto, da chegada na Igreja que frequentava e na casa que viveu na infância e que ajudou a construir ao lado do pai.

“De Volta ao Passado” procura evitar a emoção fácil, e consegue, uma vez que todo o sofrimento mostrado pelo humilde Iván a todas estas situações são autênticas. O filme abre portas também para o espectador repensar nos efeitos da Guerra, quando dizima a cultura de um povo, em particular a da Ucrânia, primeiro vilipendiada pelos soviéticos e depois pela Alemanha.

Mas o maior valor do documentário talvez seja mesmo abrir nossa cabeça para a potência de como um homem pode carregar solitária e resignadamente por quase 70 anos um amor pela sua terra e sua família. Iván Bojko faz pensar também na fugacidade da vida, e na desimportância dela se, na velhice, não tivermos ninguém para escutá-la e repassá-la.

Foto ©Leo Lara/Universo Produção 21.01.2012

sábado, janeiro 21, 2012

Nas mãos do destino: história da Divisão Galiza

O filme documentário “Nas mãos do destino: história da 1ª Divisão Ucraniana do Exército Nacional Ucraniano de 1943-1945 (também conhecida como Divisão Galiza) é a primeira tentativa ucraniana de contar a história completa da Divisão Galiza.

O filme é construído de modo que o espectador percorre a cronologia completa de eventos desde a origem da Divisão até o último dia de sua existência. Inúmeras entrevistas de testemunhas e participantes, as filmagens de arquivo (Ucrânia, Áustria, Eslováquia) dão uma imagem tridimensional e reveladora da história, contada por ângulos diferentes.
Os veteranos da Divisão explicam porque eles se alistaram e qual foi o seu objectivo real. As testemunhas dos países diferentes contam os eventos militares, mas também as histórias românticas de vida. A ideia principal do filme é mostrar o que era a Divisão Galiza, à partir da perspectiva de um observador independente.
O filme é uma história visual. Eu apenas conto a história da Divisão, – explica o realizador Taras Khymych. Eu quero através destes acontecimentos mostrar o destino dos jovens de 16-17 anos que lutaram lá. Eu quero que o espectador entende que a Divisão Galiza é o destino de 40.000 pessoas. Acredito que um bom filme documentário deve interessar o público e obrigar à reflexão e não dar respostas à todas as perguntas.
Ver o filme integral no YouTube:

terça-feira, janeiro 17, 2012

Tryzub que se vê do espaço


Anastasiy Kozak, o veterano do UPA de 90 anos, construiu um tryzub de pedra branca que se vê à partir do espaço.
O brasão de armas da Ucrânia foi instalado na colina perto da aldeia Ostrynya do distrito de Tlumach na província de Ivano-Frankivsk. Durante quatro meses Sr. Kozak sozinho cortava os arbustos, trazia as pedras e plantava as árvores.
Anastasiy Kozak levava pedras pessoalmente, em um saco de compras, onde de cada vez entravam entre 10 à 12 kg da pedra calcária marga. A pedreira e o local onde foi montado o tryzub são separados por 1 km de distância. Ao lado do tryzub são plantadas árvores e arbustos, Kozak todos os dias regava-os para não secarem. Para as pedras não se deslocarem, elas foram colocadas em uma espécie de fundamento cavado.
O lugar escolhido é absolutamente favorito. O tryzub é visto não apenas de todos os cantos da aldeia, mas também da auto-estrada Ivano-FrankivskKyiv. E até mesmo à partir do espaço – graças as linhas rectas e tamanho impressionante, o tryzub de pedra branca pode ser visto em fotografias tiradas do espaço.
No fim do seu trabalho, o avo Kozak pediu os estudantes da escola local para cuidarem do tryzub e das árvores.
Fonte (4 fotos):
Yarema Kozak, o filho do Anastasiy, sobre o trabalho do seu pai (YouTube):

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Vítima do Holodomor apoia África


A comunidade ucraniana do Canadá recolheu 110.000 dólares entregues à UNICEF, destinados aos somalis vítimas da fome que assola o seu país. Um dos participantes da acção é Stepan Horlach, sobrevivente do Holodomor ucraniano de 1932 – 1933.
Em 1932—1933 na Ucrânia, no celeiro da Europa, cada hora morriam até mil pessoas. O poder soviético, com a intenção, exterminava os territórios ucranianos com a fome, fechou as fronteiras e isolou as regiões etnicamente ucranianas no Kuban. Em resultado, os ucranianos que morrendo da fome pretendiam procurar os alimentos nos territórios vizinhos, não conseguiam evitar a morte. Milhões morreram na campanha do Holodomor, artificialmente fabricada no país dos sovietes”, — explicou Horlach.
Ucraniano, ele próprio sobrevivente do Holodomor, exortou as pessoas apoiar as vítimas da fome na Somália, pois “é uma vergonha ver as pessoas a morrerem de fome, quando nós temos mais do que necessitamos”.
O presidente da UNICEF – Canadá, David Morley explicou que hoje a sua organização apoia os 1.200.000 somalis com alimentos, água potável e medicamentos. A ajuda também será necessária em 2012, por isso “a generosidade dos apoiantes, como o Congresso dos Ucranianos do Canadá é crítico para o salvamento das crianças”, disse Morley.
O presidente do Congresso dos Ucranianos do Canadá (UCC), Pavlo Hrod, explicou que os ucranianos sabem ao próprio exemplo o que significam as terríveis consequências da fome. Recordamos que na semana de 21 à 27 de Novembro, no Canadá decorreu “A semana canadense da compreensão do Holodomor”, com as actividades solenes em diversas localidades, que homenagearam a memória das vítimas do genocídio ucraniano.
As organizações da comunidade ucraniana conseguiram reunir os 110.000 dólares no âmbito do programa federal canadense: “Por cada dólar ofertado – mais um dólar doado pelo governo do Canadá”.
Fonte:
http://www.cdvr.org.ua/node/1274

sexta-feira, janeiro 06, 2012

GULAG no Museu Global do comunismo


No último dia 30 de Novembro no National Press Club em Washington DC, a Fundação Memorial Vítimas do comunismo apresentou a exibição GULAG do Museu Global do comunismo. O trailer de pré-visualização da Exposição mostrado no evento já está disponível on-line: www.globalmuseumoncommunism.org/gulag
Além de ensaios do vencedor do prémio Pulitzer, a escritora Anne Applebaum, proeminente historiador da época soviética Dr. Richard Pipes, autor e jornalista da Estónia Imbi Paju, a exposição GULAG apresenta o ambiente virtual interactivo detalhado em 3D do campo de concentração soviético, que permite aos espectadores a percorrer um campo de GULAG, incluindo quartéis, escritórios administrativos, refeitório, barracas de isolamento e outros edifícios típicos de um campo de concentração. A exposição também conta com os recursos multimédia históricos, mapas e vídeos.
Convido vós a partilhar o link do trailer com os vossos amigos e colegas. Ajude-nos a alcançar o maior público possível e recordar às pessoas o maior sistema de campos de trabalho escravo na história humana – o GULAG soviético.
Ver no Vimeo:
http://vimeo.com/33180634

quarta-feira, janeiro 04, 2012

Ucrânia na UE: A escolha simples


As pesquisas recentes indicam que pelo menos metade dos ucranianos deseja a integração na União Europeia. É importante que esta ideia é apoiada por dois terços dos jovens, cidadãos com menos de 30 anos. Significativamente, este sentimento não depende da geografia: os jovens da Crimeia, Donetsk e Lviv têm a visão das perspectivas de seu país.
Será que temos realmente uma escolha, e que tipo de escolha?
A discussão é em grande parte limitada a discussão dos benefícios económicos: o que é mais rentável – a Zona do Comércio Livre (ZCL) com a UE, como a parte integrante do Acordo de Associação, ou a União Aduaneira (UA) com as antigas repúblicas soviéticas. Existem várias avaliações dos peritos.
No caso da ZCL termos o livre acesso ao enorme mercado europeu. A abertura das fronteiras económicas, inevitavelmente, implicará a modernização da indústria. E a introdução de legislação europeia irá melhorar o clima de investimento. Introdução de normas europeias marcará um novo nível de consumo de qualidade.
Os especialistas alertam sobre os possíveis perdas devido ao aumento da concorrência e reestruturação económica. Mas eles concordam que as perdas serão de curta duração. Ao médio e longo prazo, esperamos melhorias significativas. E a experiência dos países ex-soviéticos que aderiram à UE, confirma isso.
No caso da entrada na União Aduaneira também é possível ter um efeito económico, como em qualquer variação de integração.
Mas até mesmo a maneira como somos “convidados” à UA, não pode deixar de causar preocupação. Por vezes parece a chantagem aberta. Relacionam a questão (de aderência) com os preços do gás e da introdução de sanções contra certos produtos ucranianos.
Os indicadores económicos são importantes. Mas a pergunta “quanto?” não faz sentido sem a pergunta “como?” Os ganhos técnicos, inevitavelmente, se transformarão em decepções se a estratégia esteja errada.
Que escolha é que realmente estamos fazendo? Nós estão impor o ponto de vista do que a escolha é entre a Europa e a Rússia, entre Bruxelas e Moscovo.
Mas não é. Esta não é uma escolha entre os centros geopolíticos. Porque não estamos planear se mudar colectivamente para Espanha ou para algum lugar nos Urais. Ou desistir do direito de dispor do seu próprio país e do seu próprio destino.
Isso é uma escolha institucional, a escolha de um modelo de civilização e do país que queremos deixar para os nossos filhos. Nós definimos para nós mesmos, como iremos viver e como iremos de orientar-se.
Não é por acaso que o Acordo de Associação com a UE é trabalhado tão detalhadamente. 1800 páginas em vez dos 40-50, como nos acordos semelhantes com outros estados. As obrigações à que nós se comprometemos são, antes de tudo, os nosso compromissos connosco. Dizem respeito ao fortalecimento das instituições democráticas, a prioridade dos direitos humanos, a libertação da economia, o combate à corrupção e um sistema judicial eficaz. Quaisquer que sejam os processos de integração, sem essas mudanças ou não teremos nenhuns dividendos, ou eles não serão duradouros. Essas transformações, tal como oxigénio, precisamos nós e não a Europa.
Sistema económico e energético competitivo, o governo transparente, que representa os interesses dos cidadãos, em vez de grupos oligárquicos, o governo local eficaz, inclusão social, novos padrões ambientais – será apenas uma consequência de nossa escolha do modelo europeu.
A posição de nossa força política, a minha posição é constante: o Acordo de Associação deve ser aprovado e rubricado, preferencialmente até o final deste ano. Presidente Yanukovych tem que cumprir suas promessas e não sucumbir aos interesses políticos egoístas. O processo de aproximação à União Europeia foi colocado em risco por acções irresponsáveis ​​de algumas pessoas com o poder. Mas quer em reuniões com políticos europeus, quer agora nós declaramos: estes homens vão, e Ucrânia, como parte da Europa – permanecerá. Espero que os nossos parceiros europeus terão a sabedoria para entender isso.
Claro, nós temos a escolha. Mas esta não é uma escolha entre os convencionais Oriente e o Ocidente. É uma escolha entre a ilegalidade, degradação e caos inevitável e novo futuro de um novo país.
Fonte:
http://blogs.pravda.com.ua/authors/klitchko/4eec88daa04e5

segunda-feira, janeiro 02, 2012

Recordando Stepan Bandera

Para recordar o 103° aniversário do Stepan Bandera, em várias cidades da Ucrânia foram organizadas as marchas populares que exigiam a ucrainização do actual estado ucraniano. Estado onde ucranianos não se sentem donos do seu próprio destino, estando permanentemente sob a ocupação sócio – cultural estrangeira.

Na cidade de Odessa, apesar da proibição do poder local, os ucranianos organizaram a marcha, nas cidades de Kyiv e Lviv as archas decorreram sem nenhum sobressalto.

As marchas, comícios e outras acções dedicados ao aniversário do Stepan Bandera também decorreram em Luhansk, Zaporizhia, Kharkiv, Horlivka, Kirovohrad, Sumy, Ternopil, Rivne e outras cidades ucranianas, informa União Ucraniana VO Svoboda, a organizadora principal do evento.

Marcha em Kyiv:

A vida e obra do Stepan Bandera: