quinta-feira, outubro 08, 2015

A penetração do KGB no Vaticano

O plano de uso dos agentes (do KGB) “Puzhis” e “Saule”, colocados, sob a capa de igreja no colégio de São Casimiro em Roma e a sua preparação operativa. 

Em outubro de 1959, sob o pretexto de obtenção do grau de licenciatura eclesiástica no Vaticano, no colégio lituano de São Casimiro são colocados os agentes do KGB da Lituânia Soviética, “Puzhis” e “Saule”.

Objetivos: obtenção da informação secreta sobre os planos e as ações práticas dos EUA, do Vaticano e das organizações anti-soviéticas lituanas contra a URSS e os países da democracia popular (países socialistas), disseminação nos meios católicos romanos de desinformação necessária (à URSS), obtenção dos diversos documentos e formulários, obtenção das dicas e contatos úteis à residentura (do KGB) em Roma.

Os agentes receberam um curso relâmpago 10 dias de preparação operativa, dividido em 7 temas, ultimo com um nome bem sugestivo: “Patriotismo é a base do trabalho do agente”. O documento foi visado pelas chefias do KGB em setembro de 1959, ou seja, cerca de 1 mês antes de colocação dos agentes soviéticos no Vaticano.
Quem eram “Puzhis” e “Saule”?

O padre Viktoras Butkus era agente “Puzhis” e o padre Romualdas Krikščiūnas era desde 1950 o agente “Saule” (fonte). Em 1983, o Papa João Paulo II destituiu o buspo Romualdas Krikščiūnas do seu posto, as razões evocadas oficialmente eram o “estado de saúde e a pressão das autoridades comunistas”.

Penetração do KGB na vida religiosa da Lituânia

No início de 1948, o Departamento '0' do MGB da Lituânia, que na época controlava o funcionamento das organizações religiosas na república, possuía 142 agentes, mantendo a vigilância sobre os padres católicos; destes 57 eram os próprios sacerdotes (relatório de 1948). Em 1956, foram recrutados 60 sacerdotes, de um universo de 900 membros do clero católico lituano. Em comparação, o KGB tinha recrutado 4 agentes dos 22 sacerdotes luteranos e 4 padres ortodoxos entre 52 (relatório de 1957). Em 1970 havia mais de 100 padres católicos recrutados. Este, de facto, não era um número muito grande, pois praticamente todos os sacerdotes foram submetidos a tentativa de recrutamento.

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