No dia 28 de outubro de 2015 a
Biblioteca da literatura ucraniana de Moscovo foi alvo de buscas de polícia. Os
agentes apreenderam os documentos, meios eletrónicos e alguma literatura. A busca
foi desencadeada, segundo a informação de que no arquivo da biblioteca existem
os exemplares do jornal ucraniano que alegadamente “distorce os factos
históricos de maneira russófoba”, segundo a agência de informação “Moscovo”.
Nas vésperas, as buscas
também decorreram em casa da diretora da biblioteca, Natalia Sharina e no apartamento
do represente do Congresso Mundial Ucraniano (SKU), Valeriy Semenenko, que ao mesmo
tempo é co-chefe da União dos Ucranianos da Rússia e chefe da organização “Ucranianos
de Moscovo”. Como contou o seu filho, Taras Semenenko, as buscas em casa decorreram
sem a presença do advogado. A polícia aprendeu os documentos e computador,
detendo o próprio Valeriy Semenenko, levando o ativista ucraniano à
Procuradoria Moscovita Inter-bairros Taganskaya, informa ovdinfo.org
O ativista ucraniano Valeriy Semenenko |
No mesmo dia, após uma “conversa”
de várias horas Valeriy Semenenko foi libertado da Procuradoria. Tal como a
detenção, a “conversa” demorada decorreu sem a presença do advogado, escreve ovdinfo.org
A diretora da
biblioteca ucraniana é detida
A diretora Natalia Sharina |
Como informa a agência
russa “Interfax”, a diretora da Bibliotecа
ucraniana, Natalia Sharina foi detida para a interrogação. A agência ucraniana UNIAN
escreve que durante as buscas na biblioteca, os agentes da polícia e os agentes
da polícia antimotim estavam “plantando na biblioteca alguma literatura,
provavelmente nacionalista”. Pela informação do
centro russo SOVA, as buscas podem decorrer no
âmbito de investigação criminal sobre alegada divulgação de livros de cariz “anti-russo e anti-Rússia”, que foi iniciada contra a Biblioteca em dezembro de 2010 e encerrado em 2011.
As crónicas da distopia
russa
Em 19 de dezembro de
2000, a Biblioteca da literatura ucraniana foi criada através do decreto do
governo de Moscovo.
No dia 23 de dezembro
de 2010 na Biblioteca decorreu a 1ª busca, conduzida pelo Departamento de Luta contra
o Extremismo que apreeendeu 50 livros ucranianos para submete-los à peritágem
psico-linguística.
Em 26 de dezembro de 2010,
após a 2ª busca, na qual foram apreendidos os discos duros dos computadores e
os cartões de todos os leitores (Sic!), a Biblioteca foi selada e fechada.
Em 12 de janeiro de
2011 a Biblioteca voltou à funcionar.
Em 14 de janeiro de 2011 a Biblioteca foi alvo de uma 3ª
busca, no decorrer do qual foi apreendido o seu servidor e o diretor foi
espancado pelo agente da polícia moscovita.
Blogueiro: tudo isso faz
pensar que federação russa, lentamente mas invariavelmente vai à deriva ora à Alemanha
nazi, ora ao mundo distópico de “Fahrenheit 451”, onde o trabalho dos bombeiros
consistia na queima dos livros.
É bastante lógico que a função da
única biblioteca pública ucraniana em todo o território da Rússia, é fornecer aos seus
leitores os jornais e livros, de diversos quadrantes e correntes políticas. Na
URSS, mesmo os livros proibidos ao público geral, poderiam ser consultados nas
salas de leitura especiais, abertos aos, que da alguma maneira gozavam de
confiança do regime. Atualmente, no aspecto de liberdades e garantias a
federação russa está regredir, mesmo aos padrões soviéticos.
Mais,
na Rússia existe a “Lista federal de materiais extremistas”. A Lista é
compilada pelo Ministério da Justiça com base em decisões dos tribunais. É
claro que nada desta lista se encontra na Biblioteca ucraniana.
Bónus
No dia
28 de outubro em Kyiv, em frente da embaixada de Israel na Ucrânia, decorreu
uma manif em apoio ao Israel, que contou com cerca de uma centena de presentes.
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