quarta-feira, outubro 28, 2015

Maydan no projeto fotográfico “Praça Negra”

Anastasia Taylor-Lind (33) é uma fotógrafa documentaria britânica, membro da agência VII Photo. Ela trabalha para clientes editoriais, como a National Geographic, GEO, Marie Claire, The Sunday Times Magazine, Time, The New York Times e a revista Telegraph. Pelo seu trabalho já recebeu uma série de prémios, incluindo o Fotógrafo do Ano e o Prémio Center Project.
O seu primeiro contracto com a Ucrânia se deu no âmbito do projeto “Zero Negativo”, dedicado ao declínio da população em 19 diferentes países da Europa. Para isso, a fotógrafa visitou Ucrânia no inverno de 2013 com planos de viajar até as regiões orientais do país para saber mais sobre os cuidados paliativos disponíveis. A viagem acabou por não acontecer porque Anastasia começou a fotografar os eventos Maydan que se tornaram a parte do seu primeiro livro “Praça Negra”, que, no essencial, é também sobre a morte.
O livro foi publicado pela editora britânica Gost Books (£35/€40/$60; ISBN 9780957427280), e apenas 750 cópias estão disponíveis. É uma série de retratos formais feitos no estúdio fotográfico improvisado, montado nas barricadas na Maydan, em Fevereiro de 2014. O estúdio era montado diariamente, a fotógrafa usava a película colorida de formato médio e iluminação refletida. A primeira série consistia, principalmente, em retratos dos combatentes do sexo masculino. A segunda, quase inteiramente, de mulheres que chegaram a chorar os mortos ao longo da revolta.
Dado que havia na Maydan (a praça de Independência em Kyiv) diversos outros fotojornalistas brilhantes e não estando acostumada a trabalhar na presença de outros fotógrafos; Anastasia começou a refletir sobre a sua contribuição na gravação da documentação coletiva da história do movimento de Maydan. Ela decidiu fotografar as pessoas, para que apesar do fogo e fumaça preta dos pneus, os leitores pudessem ver os seus rostos, as suas vestes, a armadura artesanal que eles colocavam para se proteger dos tiros de franco-atiradores, as suas armas improvisadas. A fotógrafa usou um pano de fundo preto para combinar com o clima do local. Quando saiu de Kyiv em 29 de fevereiro de 2014, pensou que tinha fotografado o fim dos eventos trémulas na Ucrânia. Mal sabia que era apenas o começo...
Fonte:

Sem comentários: