Anastasia Taylor-Lind (33)
é uma fotógrafa documentaria britânica, membro da agência VII Photo. Ela
trabalha para clientes editoriais, como a National Geographic, GEO, Marie
Claire, The Sunday Times Magazine, Time, The New York Times e a revista
Telegraph. Pelo seu trabalho já recebeu uma série de prémios, incluindo o
Fotógrafo do Ano e o Prémio Center Project.
O seu primeiro
contracto com a Ucrânia se deu no âmbito do projeto “Zero Negativo”, dedicado
ao declínio da população em 19 diferentes países da Europa. Para isso, a
fotógrafa visitou Ucrânia no inverno de 2013 com planos de viajar até as regiões
orientais do país para saber mais sobre os cuidados paliativos disponíveis. A
viagem acabou por não acontecer porque Anastasia começou a fotografar os
eventos Maydan que se tornaram a parte do seu primeiro livro “Praça Negra”, que,
no essencial, é também sobre a morte.
O livro foi publicado
pela editora britânica Gost
Books (£35/€40/$60; ISBN 9780957427280), e apenas 750 cópias estão
disponíveis. É uma série de retratos formais feitos no estúdio fotográfico
improvisado, montado nas barricadas na Maydan, em Fevereiro de 2014. O estúdio
era montado diariamente, a fotógrafa usava a película colorida de formato médio
e iluminação refletida. A primeira série consistia, principalmente, em retratos
dos combatentes do sexo masculino. A segunda, quase inteiramente, de mulheres
que chegaram a chorar os mortos ao longo da revolta.
Dado que havia na
Maydan (a praça de Independência em Kyiv) diversos outros fotojornalistas
brilhantes e não estando acostumada a trabalhar na presença de outros
fotógrafos; Anastasia começou a refletir sobre a sua contribuição na gravação da
documentação coletiva da história do movimento de Maydan. Ela decidiu
fotografar as pessoas, para que apesar do fogo e fumaça preta dos pneus, os
leitores pudessem ver os seus rostos, as suas vestes, a armadura
artesanal que eles colocavam para se proteger dos tiros de franco-atiradores, as suas armas improvisadas. A fotógrafa usou um pano de fundo preto para combinar com
o clima do local. Quando saiu de Kyiv em 29 de fevereiro de 2014, pensou que tinha
fotografado o fim dos eventos trémulas na Ucrânia. Mal sabia que era apenas o começo...
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