O
jornalista Matthew Vickery do Al Jazeera English conta as histórias dos três
cidadãos da Rússia que pegaram em armas para defender Ucrânia contra a invasão e
ocupação russa.
Voluntário russo do "Azov" Arteyom Shirobokov |
Natural
da cidade de Samara, Arteyom Shirobokov (21), explica que tentou participar nas organizações anti-Putin na Rússia, mas não encontrou nenhuma. Então, ele veio
para a Ucrânia à mais de um ano atrás, para lutar ao lado de voluntários
ucranianos.
“Acho
que nunca poderei voltar para casa. O regime russo sabe que estou aqui. Eles conhecem
o meu nome. Vejo que esta guerra como uma agressão por parte da Rússia, e eu
sou fortemente contra isso. Toda a minha vida adulta, eu sempre considerei o
regime de Vladimir Putin como um regime anti-russo, um regime anti-pessoas”, explica
Shirobokov no quartel do batalhão “Azov” em Mariupol, a sua casa durante o ano
passado.
Ele
se ri quando é perguntado o que sente em relação à luta contra os russos do outro lado. “Quaisquer russos que lutam pelos separatistas não são russos,
eles são soviéticos, com uma mentalidade soviética. Eu não sinto que estou
lutando contra o meu próprio povo”, explica Arteyom.
Voluntário russo do "Azov" Spuk |
Outro
cidadão russo que pertence ao batalhão “Azov” é Spuk (30). A sua família,
residente em Stavropol, acredita que ele está à trabalhar em Moscovo. Para o
voluntário russo a luta na Ucrânia é a única maneira de poder opor-se ao
governo russo.
Spuk
fala em rajadas curtas, mas com uma clara convicção: “Não há nada de estranho
eu estar aqui. Eu sinto que justiça está deste lado. Putin transformou o povo
da Rússia nos seus servos, e agora ele está tentando transformar em seus servos
os ucranianos”. Como
Shirobokov, Spuk teme pelo seu futuro. Ele não pode voltar à Rússia, caso a sua
identidade seja descoberta. “Obter a [cidadania ucraniana], é a minha única
opção, eu tenho que fazê-lo, mas o governo [ucraniano] complica a questão”.
Voluntário russo do "Azov" Anton |
O
voluntário do “Azov”, Anton (26) diz: “sinto que estou lutando pela Rússia, pelo
povo da Rússia, contra um regime que está prejudicando o nosso país. Desejo que
a Rússia seja uma república democrática livre, como um país europeu livre”.
Natural
de ilha de Sakhalina, no extremo oriente russo, Anton fala animadamente sobre o
seu país de origem. O seu conhecimento da história russa e ucraniana é
impecável, o seu entusiasmo inabalável e contagiante. Ele tanto fala em
profundidade sobre a Revolução Laranja na Ucrânia de 2004, quando, de repente, salta
para discutir a revolução bolchevique de 1917. Com um corpo magro e bigode rijo,
que parece fora do lugar, envolto em traje militar, juntamente com o seu fluxo
constante de factos históricos e datas, Anton parece mais com uma figura do professor
do que um soldado empunhando um AK. Mas, com a sua idade, ele não viveu uma
vida tranquila, Anton estive seis anos na marinha russa.
Anton
fugiu para a Ucrânia há 15 meses. A anexação da Crimeia pela Rússia, um
território ucraniano internacionalmente reconhecido, que foi ocupado em março
de 2014, foi o catalisador, iniciando a sua viagem de oficial da marinha russa até
se tornar um voluntário à lutar pela Ucrânia. “Eu não podia acreditar no que
aconteceu”, diz ele, com um olhar incrédulo no rosto. “A partir daí, eu comecei
a criar os grupos nas redes sociais, postando a informação sobre o que estava
acontecendo [na Crimeia], e em toda Ucrânia, dando informações diferentes do
que a mídia generalista russa estava dizendo”. Esse
ativismo do Anton nas redes sociais foi notado pelo Kremlin. O governo congelou
a sua conta bancária e ele poderia ser julgado em tribunal como um extremista. Anton
decidiu não esperar, fugindo de Sakhalin para Vladivostok, de lá para Moscovo e
em seguida à Belarus. Da Belarus cruzou para a Ucrânia.
“Eu
sempre fui contrário ao Putin. E sou um nacionalista russo. Mas o nacionalismo
russo para mim é ver os ucranianos como os nossos irmãos, não roubar a terra de
seu irmão”, explica ele os seus pontos de vista políticos. Como Shirobokov e
Spuk, Anton teme retornar à Rússia, e agora está tentando obter a cidadania da
Ucrânia. Ele admite que o processo é difícil e ele está preocupado com a falta
de progresso. E ainda assim ele continua otimista sobre sua a decisão de lutar
na Ucrânia.
Ler
o texto original e completo “Ukraine's other Russians”:
Os
contactos do regimento “Azov”
https://www.youtube.com/watch?v=nl3FOAVkS4Y
Mobilização:
+ 380 96 1148833 / + 380 96 1148800
Serviço
de imprensa: + 380 67 4738674
Centro
do treino: http://azov.org.ua
Instagram:
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Rádio:
http://radio.azov-power.org
Web: http://azov.press / https://vk.com/batalion.azov
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