segunda-feira, outubro 05, 2015

Os bombardeamentos russos na Síria: resultados sangrentos (3)

Na Síria continuam os bombardeamentos da força aérea russa que atingiu vários alvos civis, desta vez na província de Idlib, onde foram visados os voluntários da Defesa Civil da Síria. A vítima mortal é Issam Al Saleh que deixou a viúva e um filho de 2 anos.
Voluntário morto: Issam Al Saleh
O seu filho de 2 anos
Issam Al Saleh é o 108º voluntário da DCS morto na linha do dever, tentando salvar as vidas dos seus compatriotas. A triste ironia suprema reside no facto de que antes do início a guerra, ele era um polícia de proteção diplomática, junto à embaixada russa em Damasco.
Sobre o ataque russo em Ibdlib se sabe que a aviação russa bombardeou vários alvos civis, afastando-se depois, mas logo, quando na zona do impacto apareceram os voluntários da Defesa Civil, o mesmo local foi novamente duramente atingido pela aviação russa. 

 
https://www.youtube.com/watch?v=vmpOqbhsNgg&sns=tw

O bem tempo para bombardear
A previsão do tempo, mostrada no canal televisivo russo “Rossija-24”, chamou  o tempo na Síria de “bem-sucedido” para os bombardeamentos do país. “De acordo com os especialistas, o tempo para a operação de forças militares aeroespaciais russas, de ponto de visto do tempo, foi muito bem escolhido”, – disse apresentadora e acrescentou que outubro é um mês favorável para os voos.
https://www.youtube.com/watch?v=dwcNgxYhKvg
E depois do al-Assad?

Por outro lado, o presidente sírio Bashar al-Assad disse na entrevista ao canal iraniano Khabar TV que pode se demitir do cargo do chefe do estado caso isso ajudará à resolver a crise no país (SANA):

Pergunta 36: Mais uma vez, vamos voltar aos assuntos internos da Síria. A oposição pede que você se demite. Se você acreditar que deixar o cargo irá restaurar a segurança e a estabilidade para a Síria, o que você faria?
Presidente Assad: [...] Quanto a mim, pessoalmente, eu digo novamente que, se minha partida é a solução, eu nunca hesitarei em fazer isso. 

Blogueiro
O helicóptero Mi-17 soviético abatido pela resistência afegã na década de 1980
Enquanto a imprensa russa noticia o emprego na Síria dos mísseis Kh-29, usados pela URSS em 1979-1989 no Afeganistão, pergunta-se cada vez mais, se a sua intervenção na Síria não será semelhante à intervenção desastrosa da URSS naquele país. A resposta é só uma: no Afeganistão, em 1979 ninguém sabia o que será o “Afeganistão”, acontecimento que marcou uma geração inteira e que contribuiu muito bastante para derrubar a União Soviética apenas uma década depois. Como tal, só o tempo dirá se a aventura na Síria ditará o fim da “nova URSS”. 

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