No
dia 27 de dezembro, decorreu a grande troca dos cidadãos detidos, entre Ucrânia
e as organizações terroristas que operam nos territórios temporariamente
ocupados de Donetsk e Luhansk. Foram libertados 74 cidadãos da Ucrânia, civis e
militares, escreve a página ucraniana Novynarnia.com
Serhiy Hlondar e Oleksandr Korinkov |
Ombudswoman da Ucrânia (de vermelho), representantes da Procuradoria e SBU, junto à viatura da Cruz Vermelha internacional e uma representante dos terroristas estudam as listas foto @Iryna Herashenko |
A
troca decorreu no dia da Contrainteligência do SBU, secreta ucraniana
diretamente responsável quer pela libertação dos POW e cidadãos ucranianos,
quer pela captura dos separatistas e terroristas. Fisicamente a troca ocorreu
no posto de controlo “Mayorsk”, nos arredores de Horlivka ocupada, os
ucranianos libertados foram levados para Kyiv ao bordo do avião militar e foram
esperados em Kyiv por volta das 19h00 (hora local).
Transporte dos POW, assegurado pela Ucrânia |
A
segunda etapa de troca poderá decorrer no início de 2018, pela fórmula 70
terroristas por 20 POW e civis ucranianos, explicou o representante da Ombudsman da Ucrânia, Bohdan
Kryklyvenko.
POW libertado: Yevhen Chudnetsov, OZSP "Azov" (NGU), natural de Makiivka. Numa conferência de imprensa, organizada pelos terroristas |
Os ex-terroristas que escolheram
Ucrânia
Das
306 pessoas, requisitadas pelos terroristas, apenas 237 decidiram voltar aos
territórios temporariamente ocupados. Os 69 deles escolheram à viver na
Ucrânia.
Por
exemplo, um dos que recusou à voltar à Donbas ocupada foi o ex-chefe do
conselho municipal da cidade de Toretsk,
Volodymyr Sleptsov, que se escondeu no autocarro/ônibus que transportava os
cidadãos para a troca e, no último momento, se recusou à ser trocado, voltando,
com os jornalistas, para Ucrânia livre.
Todos
estes “dissidentes” serão entrevistados pelos representantes da Cruz Vermelha
internacional, de forma individual e confidencial, para que eles confirmem claramente
a sua decisão de não voltar aos territórios ocupados.
No
entanto, mesmo o blogueiro militarista russo el-murid,
profundamente anti-ucraniano no seu ódio à nova Ucrânia, reconhece a realidade
dos factos: “Aparentemente, trata-se do facto de que, para essas pessoas, mesmo
a prisão ucraniana parece melhor do que o lugar que defenderam há alguns anos
com armas em suas mãos”.
Quem são os ucranianos
libertados?
Adepto/torcedor do FC “Zoria” Vladyslav Ovcharenko interrogado pelos terroristas |
Slogan nas costas (em russo): Luhansk é Ucrânia! |
Militar ucraniano Olexiy "Lys" (Raposo) Hordiychuk, 3 anos e 4 meses de cativeiro terrorista! O último defensor ucraniano da colina Saur-Mohyla. foto @Facebook do Rodion Shovkoshytnyi |
foto @MOD da Ucrânia |
foto @Yuriy Biryukov |
O
Ministério da Defesa da Ucrânia enviou para a zona próxima de troca o avião
militar de transporte Il-76MD, que levara os ucranianos libertados para Kyiv.
Como explicou o assessor do Ministro da Defesa, Yuriy Biryukov, os ucranianos
liberados serão recebidos com chá, comidas leves, cobertores e bandeiras
ucranianas, “o primeiro sinal de que estão em casa”. Os POW foram recebidos no
aeroporto pelas famílias, amigos, voluntários e veteranos de OAT, os autocarros
gratuitos levaram as pessoas do metro «Boryspilska» ao local do encontro, no
aeroporto militar de “Boryspil”.
Os POW ucranianos recebidos em Kyiv | foto @Олег Слабоспицький |
Alguns
dos 16 POW´s e civis ucranianos que foram libertados do cativeiro da dita “lnr”:
Uma
das páginas controladas pelos separatistas cita as palavras do Vladyslav
Laktionov, o militar ucraniano libertado (batedor-operador de metralhadora da
92ª Brigada mecanizada das FAU) que mostra a vontade de voltar ao serviço
efetivo no exército ucraniano: “Dependerá da saúde. Possivelmente voltarei ao
serviço, continuarei o serviço militar sob contrato”.
Caso
Lusvarghi
É
de notar que o terrorista brasileiro Rafael Lusvarghi, preso na Ucrânia em
outubro de 2016 e condenado em janeiro de 2017 aos 13 anos de cadeia, foi colocado previamente, na lista da possível troca. O mecanismo jurídico da sua possível troca-vs-libertação não é nada fácil e será abordado num outro texto. As primeiras informações indicam que brasileiro
não foi libertado hoje, pode não ser libertado tão já, e só será, alguma vez
libertado, em forma de “moeda de troca”, caso os terroristas libertem determinados
POW ucranianos, cuja libertação é exigida pela Ucrânia.
A zoeira da autoria do Lusvarghi e a zoeira real que o destino cruel preparou ao Lusvarghi... |
As informações da última hora indicam que Ucrânia libertará Lusvarghi apenas em troca direta com
o seu país da sua cidadania, Brasil. E a legislação brasileira, considera Lusvarghi
como um terrorista, basta conferir a base legal, nomeadamente o Decreto da
Presidência da República do Brasil № 5.938,
de 19 de outubro de 2006 que promulgou o Tratado de Extradição entre a
República Federativa do Brasil e Ucrânia, celebrado em Brasília, em 21 de
outubro de 2003, e que estabelece a seguinte definição do terrorismo: “o
atentado contra pessoas ou bens cometidos mediante o emprego de bombas,
granadas, foguetes, minas, armas de fogo, explosivos ou dispositivos similares”
(artigo № 3, alínea 5, ponto c) III).
Saber mais |
Bónus
Todos
os nossos estão connosco. Respiramos.
Ontem
eu chorei [no ombro] do carrasco:
“Trezentos
deles pelos setenta nossos! Mas que proporção?! Parece Israel. Assim é injusto!
Por que temos que entregar tantos deles?
Obteve
uma resposta imperturbável:
–
Não faz mal, apanharemos mais deles.
Nada
para contra-argumentar.
Hurra!
Arrancamos os nossos rapazes daquele pesadelo.
Simplesmente
feliz.
Blogueiro:
o nosso blogue também está feliz. Mesmo os terroristas que tem a sangue ucraniana nas mãos
podem e devem servir de moeda de troca para libertar os ucranianos cativos. A
sua prisão não devolverá, às famílias, os heróis caídos da Ucrânia. Mas na troca, os terroristas
servirão, para libertar os POW e cidadãos ucranianos das masmorras
terroristas. Israel trocou o cabo Gilad Shalit por 1.027
terroristas. Temos que aceitar. Aceitaremos...
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