Na
tarde de 8 de dezembro, em Kyiv finalmente foi detido o ex-presidente da Geórgia e
ex-governador de Odessa, Mikheil Saakashvili. A detenção deixou indiferente a absoluta
maioria dos ucranianos e moradores da capital do país. O populismo agudo do ex-reformador
georgiano não cativa a classe média ucraniana.
Mikheil
Saakashvili gosta de dizer que “o poder ucraniano não faz nada”, o que não corresponde
à verdade, as reformas estão sendo feitas e legislação torna-se cada vez menos
socialista. Na Hungria, Polónia, Roménia e outros países da Europa pós-comunista
este processo levou cerca de duas décadas. A ausência dos milagres económicos “aqui
e agora”, salários de 2.000 Euros e pensões de 1.000; Saakashvili e a sua
equipa usam como a “prova provada” da necessidade de mudar o poder.
Saakashvili
também fala constantemente sobre impeachment ao Petró Poroshenko. A legislação ucraniana
na matéria exige que impeachment seja votado favoravelmente pelos 3/4 do
Parlamento ucraniano (Rada Suprema), o que não acontecerá, dado que o Bloco do
Petró Poroshenko possui cerca de 1/3 dos deputados do parlamento. Saakashvili perfeitamente sabe disso, mas usa o tema para RP pessoal, enganando os seus
apoiantes.
02.
Após a última tentativa de deter Saakashvili, este andou à deriva pela Kyiv,
exortando às pessoas ao “novo Maydan” — sem conseguir o número suficiente dos
apoiantes, acompanhado por um grupo entre algumas dezenas e algumas centenas de
personagens obscuras, na sua maioria homens na casa dos 40-50 anos, sem
profissão ou ocupação definidas.
Mikheil
gosta de dizer que ele (diferentemente dos “barrigas”, isso é, oligarcas e políticos
corruptos) é muito pobre. No entanto, aluga um apartamento do tipo estúdio, no centro
de Kyiv, ao preço de 6.000 dólares ao mês / 72.000 dólares ao ano, muita gente
gostaria de ser pobre de forma igual ;-)
03.
“Kyiv, se levante!” — grita homem com capacete do operador do blindado, mas os
cidadãos não se sentem muito tentados.
04.
Kyiv em 8 de dezembro de 2013 na “Marcha dos Milhões”, quando os ucranianos
sentiram que os seus direitos legítimos são espezinhados pelo Yanukovych e o
seu bando, os cidadãos preencheram toda a praça de Independência (Maydan), rua
Instytutska e toda avenida Khreshatyk até ao mercado Bessarabsky (a foto não
mostra todos os participantes):
05.
As barricadas de Saakashvili: fogo em dois tambores, os ativistas navegam nos
smartphones.
06.
Uns tipos amassados pela vida, com as barbas por fazer e dentuças de ouro
carregam o ferro velho para construir as barricadas:
07.
Os ativistas queimam a madeira nos tambores, tal como em dezembro de 2013, gritando
a palavra de ordem “Kyiv, se levante!” — mas nada acontece.
08.
O culto à carga da Maydan: “Vamos queimar os pineu e tudo dará certo!” — mas não.
09.
Barricadas do Saakashvili:
10.
Após a detenção do Saakashvili os seus apoiantes tentaram provocar a polícia,
mas nada conseguiram.
11.
É de notar a calma positiva da polícia:
12.
Os membros da Guarda Nacional da Ucrânia desmontam as barricadas:
13.
Tenda com slogan “Ucrânia sem oligarcas”.
14.
Banner: “Pela pensão mínima de 5.000! [UAH (?), cerca de 185 dólares]; pelo
salário mínimo de 10.000! [UAH (?), cerca de 370 dólares]; Pelo socialismo europeu! (Sic!)
Fotos:
GettyImages | Internet | Texto @Maxim Mirovich e [Ucrânia
em África – introdução]
Blogueiro:
Mikheil Saakashvili consegui implementar na Geórgia uma série de reformas extraordinárias.
Em Odessa, recebendo do presidente Poroshenko carte blanche e prerrogativas que nenhum outro governador ucraniano
alguma vez tive, não mostrou praticamente nada de assinalável.
Atualmente,
as suas atividades são absolutamente destrutivas e prejudiciais à Ucrânia, sem mencionar
que Saakashvili se esqueceu que é convidado e não dono da casa. Recebendo os
fundos, vindos do estrangeiro, as suas ações representam ameaça aos interesses
nacionais da Ucrânia. Como um país democrático, Ucrânia tem todo o direito de
deportar Mikheil Saakashvili para Geórgia, onde o sistema judicial, reformado
pela equipa do próprio Saakashvili irá decidir o seu futuro.
É
tudo.
Sem comentários:
Enviar um comentário