sábado, janeiro 28, 2017

A morte do terrorista Valery Bolotov

A mais alta liderança da "lnr" em 2014
No dia 27 de janeiro em Moscovo morreu Valery Bolotov, um dos fundadores e líderes da organização terrorista “lnr”, a informação confirmada por uma série de seus ex-comparsas e ex-colaboradores, em Luhansk e na Rússia.

A agência russa de informação INTERFAX cita as fontes dos separatistas, informando que Bolotov morreu no seu apartamento em Moscovo, possivelmente devido ao ataque cardíaco (fonte).
Nascido na Rússia em 1970, Bolotov era próximo das lideranças regionais do Partido das Regiões da Ucrânia do presidente Yanukovych, desempenhando as funções do “chefão” responsável pelas minas ilegais de carvão, respondendo diretamente ao chefe da administração estatal regional de Luhansk, Oleksandr Yefremov (atualmente à ser julgado na Ucrânia).

Desde as primeiras horas de ocupação do leste da Ucrânia pelos grupos móveis das forças especiais russas, Bolotov colaborou como os ocupantes. Em março de 2014, sob anonimato, num vídeo publicado no YouTube ele exortava a criação do “exército do sudoeste” para “se defender dos nacionalistas”. No dia 6 de abril de 2014, já sob a sua identidade real, ele participou na tomada de assalto do edifício do SBU de Luhansk.

No dia 21 de abril de 2014 Bolotov se proclamou de “governador popular de Luhansk” e no dia 29 de abril entrou na “lista negra” da União Europeia e da Austrália. Em 14 de agosto de 2014 Bolotov viajou à Rússia para os “tratamentos médicos”, o seu lugar foi ocupado pelo Ihor Plotnitskiy, até a data o “ministro da defesa” da dita “lnr”.
Bolotov e Plotnitskiy, ainda amigos (pormenor do aperto as mãos à maneira "secreta")
Na sua última entrevista, dada à agência russa «Rosbalt» em dezembro de 2016, Bolotov afirmava que nunca pediu a demissão e que foi a vítima do golpe do atual fuhrer da “lnr” Plotnitskiy. Além disso, Bolotov confirmou que o bando «Zaria», liderado pelo Plotnitskiy, efetuava em 2014 as diversas provocações e os bombardeamentos de Luhansk.

As versões do sucedido
Os separatistas pró-Bolotov acreditam que este se preparava para voltar ao Luhansk, recordam que ele acusava a liderança terrorista do assassinato do Gennadiy Tsyplakov, o autoproclamado chefe do “conselho dos ministros” da dita “lnr”. Bolotov também acusava Plotnitskiy de ser responsável dos assassinatos dos diversos outros comandantes separatistas da “primeira leva”, como Bednov “Batman”.
A versão ucraniana também considera que Bednov foi liquidado pela parte russa, possivelmente no esforço de “queima de arquivos”. A liquidação do Bolotov também poderá resolver duas ou três tarefas distintas. Uma delas é apagar, para sempre, a fonte que implicava os terroristas, e, consequentemente os seus curadores russos nos bombardeamentos de Luhansk em 2014, no intuito de culpar as FAU e Ucrânia. Segunda, é silenciar a pessoa que sabia demais sobre o possível envolvimento do já citado Oleksandr Yefremov na ocupação russa do leste da Ucrânia. E por último, liquidar as pessoas que, pelo menos teoricamente, poderiam se opor ao retorno de Luhansk sob a jurisdição ucraniana (ideia ultimamente promovida pela Rússia). Neste aspeto a posição do Bolotov é dúbia, na mesma entrevista ele defendia ideias distintas. Desde a organização do movimento “anti-Kyiv”, alargado até à Ucrânia ocidental (Sic!), até a continuação no seio da Ucrânia, “se tivermos algum tipo de estatuto especial”.

É de recordar que em Luhansk Bolotov é acusado de diversos roubos e pilhagens. Embora eram práticas absolutamente corriqueiras à todos os níveis da liderança separatista, nem todos os que deixaram o território de “T-shirt e chinelos” conseguiram adquirir os apartamentos em Moscovo...

Bónus
O “ministério do comércio” da dita “dnr” informa sobre a morte do Sergey V. Tretyakov – o chefe do "departamento do comércio", o separatista viveu apenas 40 anos e finou no dia 27/01/2017, talvez para fazer companhia ao Bolotov (a versão oficial fala de trombose, sabe-se que o finado respondia pela distribuição da ajuda humanitária russa) ;-)

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