A
Procuradoria (Ministério Público) e SBU terminaram a investigação
pré-julgamento no caso do terrorista brasileiro Rafael
Lusvarghi, membro dos grupos armados ilegais no leste da Ucrânia. A ata
acusatória foi enviada ao tribunal do bairro de Pechersk, onde será apreciada
na sua totalidade, informa a página ucraniana Novynarnia.
Rafael
Lusvarghi é acusado ao abrigo da 1ª parte do artigo 258-3 (“a participação no grupo ou
organização terrorista”, punível entre 8 à 15 anos) e 2ª parte do artigo 260 (“a participação nas unidades
armadas não previstas na lei” e punível entre 3 à 8 anos) do Código Penal da
Ucrânia.
No
dia 11 de janeiro Lusvarghi e o seu advogado foram informados do fim da
investigação preliminar e receberem o acesso às matérias do caso, dentro de lei
e segundo o artigo 290 do
Código do Processo Penal da Ucrânia.
Em
12 de janeiro, Lusvarghi, na companhia do tradutor ajuramentado e do seu
advogado tomou o conhecimento do processo. E no dia 16 de janeiro o processo
transitou para a sua apreciação no tribunal.
Segundo
a lei ucraniana, o caso deveria ser apreciado pelo tribunal da região, onde
foram cometidos os crimes. Dado que a região em questão se encontra sob ocupação,
o tribunal elegível é da região, onde decorreu a investigação preliminar, ou
seja tribunal do bairro Pechersk da cidade de Kyiv.
Devido
ao fim de investigação, Lusvarghi foi transferido da Cadeia do Isolamento
Investigativo (SIZO) do SBU, ao SIZO Lukyanovske, também na cidade de Kyiv, mas
gerido pelo Sistema Estatal Penitenciário da Ucrânia.
A cela típica (de qualidade média) da SIZO Lukyanivska |
“O
Código de Processo Penal da Ucrânia fornece uma oportunidade de não investigar as
provas não contestadas pelas partes. Ou seja, se o acusado se declarar culpado
na íntegra, poderá ser usado o chamado procedimento simplificado. O processo será
limitado apenas à apreciação das matérias de investigação pré-julgamento e
interrogatório do acusado”, – explica Dr. Vovk.
Dado
que o tribunal de Pechersk é um dos mais solicitados na Ucrânia e os três juízes
estarão envolvidos nos outros julgamentos e no caso do julgamento simplificado,
este poderá demorar cerca de três meses.
O
futuro que aguarda Lusvarghi
O Ministério Público irá pedir a punição máxima prevista na legislação.
Ao mesmo tempo e devido o facto de que Lusvarghi admite a sua culpa, o que é uma
circunstância atenuante, será difícil esperar a condenação máxima de 15 anos de
prisão, – diz o procurador Ihor Vovk.
Ao
mesmo tempo o procurador ucraniano, ao título pessoal, prevê os tempos difíceis
para Lusvarghi, no decorrer do cumprimento da sua pena, em qualquer uma das
colónias penais da Ucrânia. Principalmente, as dificuldades acrescidas podem
ser previsíveis nas colónias em que cumprem as penas os veteranos da Operação
Antiterrorista (OAT), condenados por diversos crimes cometidos na zona de OAT.
É
de recordar que o terrorista brasileiro Rafael Marques Fernando Lusvargi
foi detido em Kyiv no aeroporto de Boryspil no dia 6 de outubro de 2016, em
2014-15 ele participou nas atividades dos bandos terroristas, foi ferido, difundia
as suas atividades nas redes sociais, concedia as entrevistas à imprensa russa.
“No
outono de 2014, o assassino profissional de 32 anos entrou no território temporariamente ocupado
da Ucrânia e se juntou ao bando armado “Viking”. Participou nos combates em Verhulivka, Pervomaiske, Horlivka, Starobesheve, Debaltseve, aeroporto de
Donetsk”, – informava SBU após a sua detenção.
Ler
também: As
mortes que acompanham o terrorista
Para ler mais sobre o caso faça um click na imagem |
Alguns dados apontam que SBU montou uma operação de busca e captura muitíssimo inteligente
e ousada, seduzindo o terrorista com uma oferta de trabalho no domínio da segurança marítima na Odessa “pró-russa”. A empresa “Omega”, que o convidou à Ucrânia até lhe pagou a passagem, embora só
de ida.
“Como
procurador e representante do Ministério Público no tribunal, estou satisfeito
com a investigação pré-julgamento e o volume de evidências reunidas. Eu
gostaria de fazer um elogio ao Olexander Atamanyuk – o investigador do Departamento
Central de investigação do SBU em Kyiv e na região de Kyiv. Ele também é o chefe
da equipa de investigadores que foram instruídos para realizar a investigação
preliminar deste processo penal. Obrigado pela cooperação frutífera,
perseverança e profissionalismo demonstrado”, – finaliza Ihor Vovk.
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