Na cidade russa de Ekaterinburgo, em público, num ambiente festivo, cerca de
50 “voluntários” se despediram dos seus familiares, enviados à Ucrânia para
“defender o povo irmão”. O envio dos mercenários e terroristas russos aos
territórios do leste ucraniano, mesmo no decorrer do cessar-fogo, já nem se dissimula.
O acontecimento se deu na noite de 11 à 12 de março, em frente da estação
dos caminhos-de-ferro da cidade e o grupo é maior, entre os recrutados na região
dos Urais e infiltrados à Ucrânia anteriormente.
“Este é o envio mais massificado de voluntários para a lnr, desde o início
do cessar-fogo – 50 pessoas”, – afirmou o recrutador, o líder regional da
Fundação dos veteranos das forças especiais, Vladimir Efimov. Muito bem disposto, Efimov explicou que a metade dos recrutados já
combateu na Ucrânia, que na cerimónia eles usaram as máscaras por “timidez”
e nos territórios temporariamente ocupados irão integrar o bando armado “batalhão
Prizrak”, do recém emboscado Aleksey Mozgovoy. Já os próprios mercenários
conseguiam articular apenas que estão ir para “lutar pelo povo irmão”.
Entre os organismos que apoiam essa iniciativa criminosa, mesmo do ponto de vista
do Código Penal da federação russa, se contam os veteranos do exército vermelho,
representantes do partido comunista da federação russa (KPRF), cossacos, entre
outros. O recrutador-chefe, Vladimir Efimov, irá acompanhar os seus comparsas.
O recrutamento dos mercenários e a ideia de assassinar os cidadãos ucranianos
contou com o apoio explicito da Igreja Ortodoxa Russa (IOR), pelo menos ao
nível da hierarquia local. O padre-servidor da igreja “Inocêncio Moscovita”, Vladimir
Zaitsev, orou pelos terroristas presentes, exortando os à “lutar contra os
inimigos da Rússia” e pediu “aniquilar a escumalha fascista e não ter medo de
nada!”, – citado pela agência russa UralPolit.ru
Vladimir Efimov, distribuiu entre os mercenários os “cartões de
voluntário”, na sua visão, a posse deste cartão irá protege-los contra as acusações de mercenarismo. “Não são mercenários! São exatamente os voluntários! (Lutarão) de graça! Digo vós logo”, – afirmava Efimov, que anteriormente já contou à imprensa sobre o esquema
de envio dos mercenários russos para a guerra na Ucrânia.
Terminando a parte solene os presentes rapidamente dissiparam-se, uns para se
despedir dos familiares, outros para carregar as suas trouxas até a estação de
caminhos-de-ferro. Na praça ficou uma única moça chorosa com a lata de “Red
Bull” nas mãos.
– Eu, posso dizer que me despedi do meu marido. É claro, eu estou preocupada
– disse ela, engolindo a bebida. – Nós não tínhamos discutido a viagem. Ele me
colocou diante do facto. A minha posição sobre isso é negativa. Isso é um
absurdo. Eu tenho medo de que ele simplesmente poderá não voltar para casa...
Fonte:
Lembramos que o secretário do Conselho Nacional da Defesa e Segurança da
Ucrânia (RNBO), Oleksandr Turchynov avalia o número dos terroristas no Donbas
em cerca de 36.000, incluindo cerca de 8,500 militares russos. Por sua vez, Anton
Gerashenko, o deputado e assessor do Ministro do Interior, estima o número de efetivos
do grupo terrorista “lnr” em cerca de 17.000 efetivos, escreve Newsru.ua.
Blogueiro
Outros 50 cidadãos russos foram à Ucrânia no intuito de matar os
ucranianos. Alguns deles, seguramente, serão abatidos pelas forças ucranianas, os
que terão sorte podem ser capturados ou apenas feridos. São os tais 86% dos
russos que apoiam a atual política belicista do seu país, desejam a guerra,
querem aniquilar Ucrânia como o país e os ucranianos com a nação.
Um pequeno grupo de intelectuais e mesmo as pessoas simples, os chamados “nacional-traidores”,
estão contra. Já hoje eles são ameaçados de morte quando se manifestam publicamente,
são assassinados como Boris Nemtsov ou simplesmente denunciados ao FSB, Svetlana Davydova.
A posição da minoria não influencia o chauvinismo agudo da maioria,
aquecido pela propaganda anti-ucraniana absurdamente cínica e agressiva, que
sem cessar é descarregada aos cidadãos na TV, nas rádios, na imprensa escrita e na Internet.
Hoje as vítimas são ucranianos, em 1994-96 e 1998 eram chechenos, em 2008
foram georgianos. Os Países Bálticos não são apenas por serem protegidos pelo
escudo da NATO. É o mundo em que vivemos, e é o vizinho, com qual, na opinião de alguns “analistas”, Ucrânia tem que sentar na mesa de negociações e negociar a sua própria aniquilação.
Como dizem os ativistas ucranianos: “Não terão este prazer! Glória à
Ucrânia!”
Bónus
O jornal russo “Correio Industrial-Militar” (№ 9 (575) de 11 de março de 2015),
publicou um artigo com a pretensão de análise histórica, chamado “Reich
mal-formado”. No texto, o autor vagueou sobre o tema do 3º Reich, tentando forjar
as semelhanças entre este e a Ucrânia moderna. A ironia reside no facto de que para
ilustrar o perigo do “fascismo ucraniano”, a publicação usou a foto da “Marcha
russa”, passeata anualmente organizada pelos grupos extremistas e neo-nazis
russos. Diversos membros dos quais já passaram, ficaram para sempre e ainda
estão no Donbas ucraniano, inseridos nos grupos terroristas “dnr” e “lnr”. Na sua luta épica contra os “fascistas” de Kiev. E essa, ah?
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