Maria e Vira Savchenko, a mãe e irmã da Nadia Savchenko, piloto ucraniana
raptada pela Rússia, visitaram recentemente Alemanha, procurando o apoio da
Angela Merkel na questão da libertação da aviadora e deputada ucraniana.
por: Karina Mössbauer (texto) e Fabian Matzerath (fotos)
Dores de estômago e vómitos são os efeitos colaterais da greve de fome
declarada desde 13 de dezembro pela Nadia Savchenko (33), a piloto ucraniana
ilegalmente detida na Rússia. No início de março, quando a sua saúde havia se
deteriorado com risco de vida – ela interrompeu a greve de fome por 10 dias,
aceitando comer o caldo de galinha, entre 5 e 15 de Março de 2015. Apesar dos
repetidos avisos dos médicos, a Nadia continua a sua greve até agora.
Na última sexta-feira ela teve que ser hospitalizada. A sua saúde havia se
deteriorado de forma dramática. Ela tem problemas com rins e fígado. Enquanto
isso, ele pesa apenas cerca de 50 quilos. Antes de sua prisão, pesava 78
quilos. Mas a sua irmã Vira (31) acredita que “Nadia não irá fazer o favor ao
Putin de morrer rapidamente”. Nadia tem uma vontade forte e indomável. “Isso
vai durar muito tempo”, diz Vira ao Bild.
Em 17 de junho de 2014 Nadia foi capturada (em combate) pelos rebeldes
pró-russos no leste da Ucrânia e levada para a Rússia. Em 3 de julho, ela foi
levada à um tribunal na Rússia e está detida desde a data. Inicialmente sem o
aquecimento e sem a água quente. Bebia água da torneira que lhe causou a
formação de pedras nos rins. Ela não podia ver um médico. Em protesto contra a
sua prisão, ela iniciou a greve de fome. Para demovê-la à voltar à comer, os
guardas russos tentavam seduzi-la com o cheiro de batatas fritas.
O acesso aos prisioneiros é estritamente regulado. Maria Savchenko (77) tem
visto a sua filha apenas duas vezes – uma vez na sala do tribunal. Em
desespero, Maria Savchenko escreveu uma carta à chanceler Angela Merkel,
na qual ela falou sobre o caso e solicitou o apoio do chefe do governo alemão.
Na carta de três páginas lê em parte: “Minha filha está em perigo (...) Por
favor, me ajude a salvar a minha filha. Não posso fazer nada aqui para ela e
agora estou completamente desesperada (...). Por favor, salve a minha filha
corajosa e íntegra. Nadia está morrendo”.
Durante a sua visita à Berlim na segunda-feira (passada), a mãe disse ao jornal
Bild: “Estamos aqui hoje para agradecer à Alemanha. Estou muito grata à Angela
Merkel. (...) Na sua estadia em Berlim, (Maria e Vera Savchenko) também se reuniram
com Michael Brand, o presidente da Comissão dos Direitos Humanos no
Bundestag. O político do CDU recentemente se tornou o padrinho de Nadia.
“Putin mantém Nadia Savchenko firmemente contra a lei internacional. Rússia
deve liberta-la imediatamente, conforme exigido pela UE e outros. Se a Rússia
se vê como uma nação civilizada, Putin não pode se comportar incivilizado”, diz
ele a Bild. “Nadia foi sequestrada no território estrangeiro pelas forças
russas e levada como refém político. Ela deve finalmente ser liberada. Putin
tem o destino de Nadia nas mãos”.
Na (passada) segunda-feira à noite, abriu a exposição “Nadia Savchenko” no Museu do
Muro de Berlim – Checkpoint
Charlie. O nome Nadia significa “esperança” em ucraniano. Um nome que
descreve a única coisa que resta à sua a família.
Ler o artigo original
"Nadja wird Putin nicht den Gefallen tun, schnell zu sterben":
Selo “Nadia Savchenko”
A empresa pública ucraniana Ukrposhta
(Correios da Ucrânia) emitiu um bloco de selos dedicado à Nadia Savchenko. Como
informa o serviço de imprensa da Ukrposhta, o selo e uma carta dos
trabalhadores da empresa serão enviados para a cadeia russa, onde de momento se
encontra Nadia Savchenko.
«Estamos muito preocupados com o destino da nossa Nadia, mas ela é um
exemplo para cada um de nos. Como dizia (o poeta) Taras Shevchenko: «Lutem –
vencerão!», comentou o diretor interino da Ukrposhta, Ihor Tkachuk.
Ukrposhta também exorta os
ucranianos e amigos da Ucrânia escrever as cartas à Nadia Savchenko para a
cadeia russa (SIZO), onde a piloto e deputada ucraniana está detida.
Mamilos sem causa
O nosso blogue costuma escrever sobre este tema: existe uma certa Europa que não
entende a “teimosia” ucraniana de defender Ucrânia contra uma invasão
estrangeira. A mesma Europa não quer defender Ucrânia, não quer permitir que
Ucrânia se defende e não quer “estragar as relações” com Kremlin por causa da
Ucrânia. Essa mesma Europa possui umas causas muito mais “cortantes”...
Uma estudante islandesa de 17 anos e presidente da Sociedade feminista da
Escola Comercial da Islândia, expôs o mamilo após ter anunciado um dia “Free
the Nipple” (Liberte o mamilo) na sua escola no dia 26 de março. Acabou por
receber as críticas e foi vítima de bullying na Internet. Em resultado, nasceu uma
hashtag #FreeTheNipple. A solidariedade (na sua grande maioria feminista)
chegou até ao parlamento, onde uma deputada islandesa decidiu juntar-se à
causa (na foto em cima)...
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