terça-feira, março 03, 2015

O fim das ilusões

Cerca de 100.000 pessoas, ou seja, cerca de 1% da população da cidade de Moscovo saíram neste domingo às ruas para protestar contra guerra, assassinatos políticos e para se despedir solenemente do Boris Nemtsov, político liberal, companheiro do Boris Yeltsin, uma das principais vozes dissonantes da Rússia atual.
"Estas balas são contra cada um de nos" 
"Heróis não morrem" / Boris (lute)
Com escreveu um dos conhecidos jornalistas russos, Ayder Muzhdabaev: “para uma sociedade fascistizada era muita gente, para uma sociedade normal era muitíssimo pouco. Nós éramos muitos”.
Ayder Muzhdabaev e a bandeira dos Tártaros da Crimeia
Anónima: não tenho medo 

Os manifestantes seguravam as faixas “Heróis não morrem!” e “Liberdade à Nadia Savchenko”. Na marcha estavam presente a filha do Nemtsov – Zhanna e a sua avó, a mãe do político assassinado.

As fotos da marcha em Moscovo do Vadim Preslitsky AQUI e do Yevgeni Feldman AQUI.


Em geral, a manifestação decorreu sem excessos, apesar da detenção do deputado do Parlamento ucraniano (Bloco do Petró Poroshenko), que a extrema-direita russa (leia-se mainstream atual), tenta implicar nas mortes ocorridas da cidade de Odessa em maio de 2014. Embora à julgar pelas suas fotos, até bastante recentemente, este deputado, filho de um político anti-ucraniano conhecido era totalmente à favor do “mundo russo”, pela defesa da “cinema em língua russa” e outras coisas do género.
Os franco-atiradores especiais nos murros do Kremlin
4 balas (o número das balas que mataram Nemtsov):
1º Canal, Rossija24, NTV, Rossija1
"Libertem Nadia Savchenko"

Pela primeira vez nas últimas duas décadas, durante a marcha, a polícia russa detinha os participantes que ostentavam as bandeiras ou as cores da Ucrânia. Apesar disso, os presentes pediam a libertação da deputada e piloto ucraniana Nadia Savchenko.
https://www.youtube.com/watch?v=xj3OMjBo_lc
A marcha em São-Petersburgo
Detenção pela polícia pelo simples facto da porte da bandeira da Ucrânia...

Em São-Petersburgo, a polícia russa deteve pelo menos uma pessoa pelo simples facto de segurar a bandeira da Ucrânia (Sic!) nas mãos. O jornalista russo Vitaliy Bespalov publicou a foto do momento da detenção no seu TwitterNa explicação do canal propagandista russo, "LieLifeNews" isso acontecia porquê “estes símbolos não estavam acordados com os organizadores da marcha”.
"Leviatã matou Nemtsov. E quer devorar Nadia"
"Aconteceu hoje em Moscovo
Não falharam canos dos canalhas
Nas fileiras da russa Centena Celestial
No flanco direito - Boris Nemtsov
"
Andrey Orlov (Orlusha)
"Putin é último refúgio das canalhas!" União Republicana
"Guerra contra Ucrânia é crime e vergonha da Rússia"
A coluna em São-Petersburgo tinha um quilómetro de cumprimento: FOTOS

Polónia recorda Boris Nemtsov

Na Polónia, a cerimónia em memória do Boris Nemtsov no centro da Varsóvia foi atendida pelos dois políticos polacos de peso: Adam Michnik e Leszek Balcerowicz. O comício de Varsóvia, além de tudo, também exigia a libertação imediata da Nadia Savchenko (FOTOS).

E finalmente, o texto da portuguesa Teresa de Sousa, publicado no Publico em 28/02/2015 que deu título à nossa colectânea de textos:

O assassínio de Boris Nemtsov em Moscovo, junto ao Kremlin, caiu como uma bomba nas capitais europeias. Não faltaram adjetivos para o classificar. Não é caso inédito na cena política russa. Mas acontece num contexto inédito das relações entre a Europa e a Rússia”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais um gay no "exercito" da Novorussia:

https://twitter.com/OnlineMagazin/status/571743204313325569