quinta-feira, março 26, 2015

A chegada do “mundo russo”

Nos diversos debates sobre alegada legitimidade histórica russa de invadir e anexar os territórios da Ucrânia, permanentemente esquecem-se e ignoram-se as mais-valias que o “mundo russo” traz aos territórios, ora “libertados”. O posto administrativo de Chonhar na província ucraniana de Kherson é um exemplo destas “mais-valias”...

No fim de 2014 as forças ucranianas conseguiram desalojar os ocupantes russos estacionados em Chonhar. A localidade se situa nas proximidades da Crimeia, mas pertence a região (oblast) de Kherson. Dois-três anos atrás a localidade era muitíssimo concorrida pelos turistas ucranianos que vinham para lá para comprar peixe. O mercado pesqueiro local possuía a oferta mais variada de peixe e mariscos.

A localidade também era um ponto de paragem obrigatória dos visitantes da Crimeia. Aqui existiam diversos cafés decentes e um hotel acolhedor e aprimorado. As casas de banho não eram os locais do terror pós-soviético...

Tudo isso se foi após a passagem pela localidade dos “irmãos” russos. Nas fotografias pode-se ver o seu legado cultural e civilizacional. Chonhar hoje é uma localidade após a passagem de uma horda dos bárbaros. E atenção, aqui não houve os combates, tudo é resultado da permanência pacífica das tropas russas. Os “libertadores” desmontaram e arrancaram tudo o que podiam, levando consigo os materiais de construção, tudo o resto foi destruído propositadamente...
"Ucrânia, se levante. Daqui à 18 km (estão) ocupantes russos"
Possivelmente, foi dada a sentença da morte e do esquecimento definitivo ao Chonhar. Tudo, graças à chegada do “mundo russo” (FONTE).

A cadeia vs “novaróssia”

A colónia corretiva № 23 (cadeia de média segurança) na localidade ucraniana de Chornukhyne (região de Luhansk) sofreu bastante durante os últimos combates pelo Debaltseve. Os murros destruídos, janelas partidas, arame farpado sem energia, portões completamente abertos...


Dos 1500 presos, a maioria foi evacuada nas vésperas da ofensiva russa. Na cadeia ficaram 375 pessoas. Com início dos combates, os guardas e a direção do estabelecimento abandonaram o local, os presos ficaram entregues à si mesmos. No entanto, hoje, mais de 100 deles preferem permanecer no local. Dentro da cadeia ucraniana eles se sentem mais seguros (Sic!) do que fora, no território “libertado” pelos terroristas da “rpl/lnr”.

Além disso, muitos deles estão quase a terminar o cumprimento das suas penas. “Aqui eu sou cadastrado, aqui tenho que estar. Estarei cá até o fim da minha pena”, – disse um dos prisioneiros.

O local possui um abrigo anti-bombas e um stock de alimentos. Por isso, quando, durante o assalto russo as lojas de  Chornukhyne deixaram de funcionar, os moradores locais foram até a cadeia para pedir os mantimentos. “A batata, manteiga – entregamos tudo. Os cereais que ficaram, demos tudo. Ajudamos, pois as pessoas estão com fome: reformados, avôs e avós”, – explica um outro prisioneiro.

Fonte e vídeo:

Crimeia: o fim da “ucrainização forçada”

Nas vésperas da ocupação da Crimeia pela federação russa, na península funcionavam 600 escolas públicas, destes, cinco (0,83%) eram de ensino ucraniano e catorze (2,33%) de ensino em língua tártara de Crimeia. Um ano depois, ucranianos e tártaros não têm nenhuma escola do ensino na sua língua nacional. Terminou a “terrível opressão dos direitos de russófonos”, escreve o blogueiro Olexander Mykhelson.

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