Nos diversos debates sobre alegada legitimidade histórica russa de invadir
e anexar os territórios da Ucrânia, permanentemente esquecem-se e ignoram-se as
mais-valias que o “mundo russo” traz aos territórios, ora “libertados”. O posto
administrativo de Chonhar na província ucraniana de Kherson é um exemplo destas
“mais-valias”...
No fim de 2014 as forças ucranianas conseguiram desalojar os ocupantes
russos estacionados em Chonhar. A localidade se situa nas proximidades da
Crimeia, mas pertence a região (oblast) de Kherson. Dois-três anos atrás a
localidade era muitíssimo concorrida pelos turistas ucranianos que vinham para lá
para comprar peixe. O mercado pesqueiro local possuía a oferta mais variada de
peixe e mariscos.
A localidade também era um ponto de paragem obrigatória dos visitantes da
Crimeia. Aqui existiam diversos cafés decentes e um hotel acolhedor e aprimorado.
As casas de banho não eram os locais do terror pós-soviético...
Tudo isso se foi após a passagem pela localidade dos “irmãos” russos. Nas fotografias
pode-se ver o seu legado cultural e civilizacional. Chonhar hoje é uma localidade
após a passagem de uma horda dos bárbaros. E atenção, aqui não houve os combates,
tudo é resultado da permanência pacífica das tropas russas. Os “libertadores”
desmontaram e arrancaram tudo o que podiam, levando consigo os materiais de
construção, tudo o resto foi destruído propositadamente...
"Ucrânia, se levante. Daqui à 18 km (estão) ocupantes russos" |
Possivelmente, foi dada a sentença da morte e do
esquecimento definitivo ao Chonhar. Tudo, graças à chegada do “mundo russo” (FONTE).
A cadeia vs “novaróssia”
A colónia corretiva № 23 (cadeia de média segurança) na localidade ucraniana
de Chornukhyne (região
de Luhansk) sofreu bastante durante os últimos combates pelo Debaltseve. Os murros
destruídos, janelas partidas, arame farpado sem energia, portões completamente
abertos...
Dos 1500 presos, a maioria foi evacuada nas vésperas da ofensiva russa. Na
cadeia ficaram 375 pessoas. Com início dos combates, os guardas e a direção do
estabelecimento abandonaram o local, os presos ficaram entregues à si mesmos. No
entanto, hoje, mais de 100 deles preferem permanecer no local. Dentro da cadeia
ucraniana eles se sentem mais seguros (Sic!) do que fora, no território “libertado”
pelos terroristas da “rpl/lnr”.
Além disso, muitos deles estão quase a terminar o cumprimento das suas
penas. “Aqui eu sou cadastrado, aqui tenho que estar. Estarei cá até o fim
da minha pena”, – disse um dos prisioneiros.
O local possui um abrigo anti-bombas e um stock de alimentos. Por isso, quando,
durante o assalto russo as lojas de Chornukhyne
deixaram de funcionar, os moradores locais foram até a cadeia para pedir os
mantimentos. “A batata, manteiga – entregamos tudo. Os cereais que ficaram,
demos tudo. Ajudamos, pois as pessoas estão com fome: reformados, avôs e avós”,
– explica um outro prisioneiro.
Fonte e vídeo:
Crimeia: o fim da “ucrainização forçada”
Nas vésperas da ocupação da Crimeia pela federação russa, na península
funcionavam 600 escolas públicas, destes, cinco (0,83%) eram de ensino ucraniano
e catorze (2,33%) de ensino em língua tártara de Crimeia. Um ano depois,
ucranianos e tártaros não têm nenhuma escola do ensino na sua língua nacional.
Terminou a “terrível opressão dos direitos de russófonos”, escreve o blogueiro Olexander
Mykhelson.
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