Na cultura política russa, crueldade é sinônimo de força. Medo significa eficácia. Misericórdia significa fraqueza.
Quando o terror é normalizado, a morte em massa torna-se prova de liderança. Nunca houve responsabilização. Nenhum julgamento. Nenhum acerto nacional de contas. Nenhum desfecho moral. Quando o trauma não é processado, as sociedades muitas vezes se identificam com o agressor. Admirar o poder parece mais seguro do que admitir ser vítima.
O império sempre vem antes das pessoas. Território antes das vidas. Grandeza antes do bem-estar. Estaline expandiu o império. Para muitos, isso supera milhões de mortes. Estaline não é um caso isolado.
Eles ainda glorificam Lenine. Arquiteto do terror em massa. Rebatizado como filósofo.
Eles reabilitam Ivan, o Terrível. Massacres reformulados como “construção do Estado”. Eles veneram instituições de repressão. NKVD. KGB. FSB.
Elevam homens fortes modernos e criminosos de guerra à condição de patriotas. O padrão é consistente. A rússia não venera indivíduos. Venera a força.
Enquanto a vida humana não importar mais do que o mito imperial, Estaline permanecerá não como um alerta, mas como um modelo a ser seguido. E putin também.
Fonte: Volodymyr Kukharenko
A veneração russa, quase religiosa, ao Estaline está em alta
De acordo com as estimativas da publicação «Podemos explicar», apenas em 2025, os 16 novos monumentos e bustos de Estalien surgiram na Rússia e nos territórios temporariamente ocupados (TOT) da Ucrânia: 15 na rússia e um no TOT da Ucrânia, em Melitopol.
O número total de monumentos ao Estaline na rússia chegou aos 131.
Já neste domingo, as autoridades russas planeam comemorar o aniversário do tirano sanguinário e um dos maiores assassinos em massa da história mundial. Podemos esperar novas «aberturas solenes» e mais desfiles de nostalgia por Estaline na imprensa/mídia russa — com flores, concertos e crimes do regime comunista cuidadosamente abafados.


Sem comentários:
Enviar um comentário