domingo, novembro 30, 2025

Standing Free: a bomba levou a minha casa

Standing Free é a primeira longa-metragem do diretor ucraniano-canadense Max Khomenko. Trata-se de um projeto documental profundamente pessoal, filmado durante suas três viagens à Ucrânia em plena guerra. Através das histórias de crianças, civis e soldados, Max mostra o custo humano da agressão russa e sua própria trajetória pelo país devastado pela guerra.

Ao trabalhar no filme, ele arriscou a vida, filmando nas linhas de frente no leste da Ucrânia e trabalhando ao lado de militares da Brigada «Azov», da Primeira Brigada Presidencial, da 3ª Brigada de Assalto e da 95ª Brigada Aerotransportada de Assalto.

O mundo mudou como o conhecemos. Uma destruição que se espalha para além das fronteiras da Ucrânia é mostrada através dos olhos de um canadense com raízes ucranianas. Os efeitos dessa guerra são explorados em um formato de documentário artístico. Um adolescente de Vancouver abandona sua vida pacífica para se reunir com sua família na Ucrânia. Ele viaja e documenta opiniões e depoimentos de especialistas pelo Canadá, Geórgia e Eslováquia. Finalmente, ele chega à casa de sua família, que foi bombardeada pelos russos. Max então realiza entrevistas com cidadãos ucranianos e soldados do exército para revelar os efeitos da guerra e como pessoas comuns superam imensos obstáculos.

Com o apoio da Fundação «Shevchenko», o filme já foi exibido em cinco países em formato de curta-metragem, arrecadando fundos para iniciativas humanitárias e de manutenção da paz na Ucrânia. Quatro anos de trabalho árduo no projeto renderam a Maxim o Prêmio Humanitário John Gibbard (2023) da Associação das Nações Unidas no Canadá.

Bombardeamentos nazistas e ruscistas de Londres (1940) e Kyiv (2025)

No início da Segunda Guerra Mundial, o governo britânico não considerava o metro/ô de Londres como um abrigo, apesar de, durante a Primeira Guerra Mundial, as pessoas já terem se refugiado ali para se proteger dos bombardeios, recorda a página WAS.



Artistas famosos cantam para as pessoas comuns

Contudo, durante o primeiro grande ataque a Londres, em 7 de setembro de 1940, as pessoas literalmente invadiram a estação Liverpool Street para se esconder das bombas. Depois disso, as autoridades mudaram de postura: o metro/ô foi oficialmente incluído na lista de abrigos e seu uso começou a ser organizado, desde as condições sanitárias até o fornecimento de alimentos.


Distribuição do bolo inglês pelas damas da sociedade

Inicialmente, o metrô era aberto como abrigo a partir das 16h, e as pessoas formavam filas para conseguir um lugar; segundo testemunhas, era possível «vender» um lugar na fila, e rumores se espalharam pela cidade de que representantes de certos grupos ocupavam os melhores lugares. A partir de novembro de 1940, foram introduzidos bilhetes especiais para permanecer no metro/ô durante os ataques, que designavam os moradores às determinadas estações; se houvesse lugares livres, outras pessoas também podiam comprar bilhetes. No auge dos bombardeios nazistas, cerca de 177.000 pessoas dormiram no metro/ô de Londres, o que representava cerca de 4% da população da capital britânica. 

Como a Grã-Bretanha sobreviveu a esses ataques? (vídeo somente em ucraniano)

Ucrânia 2025. Metro de Kyiv, fotos do Yan Dobronosov (descobre as diferenças, os artistas famosos ucranianos já cantaram no metro de Kyiv, casos de Svyatoslav Vakarchuk e Okean Elzy ou Verka S.):























sábado, novembro 29, 2025

As sanções ucranianas aos navios petrolíferos da frota-sombra russa

Os drones marítimos ucranianos «Sea Baby» do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), atingiram dois petroleiros sancionados internacionalmente da frota-sombra russa, «KAIRO» e «VIRAT», no Mar Negro, informa o blogueiro militar Serhiy Sternenko. 

Foi uma operação conjunta da 13ª Diretoria Principal de Contrainteligência Militar do SBU em colaboração com a Marinha de Guerra da Ucrânia. 

Durante o ataque, os navios sancionados estavam vazios se dirigindo ao porto de Novorossiysk para carregar. No trajeto, os petroleiros russos pegaram fogo e, segundo relatos da mídia turca, explodiram ao atingir minas. Só que não eram minas, e sim os drones marítimos «Sea Baby». 

Agora, em detalhes 

No Mar Negro, dois petroleiros sancionados da frota-sombra russa («KAIRO» e «VIRAT») estavam a caminho de Novorossiysk para carregar o petróleo russo. A operação conjunta do SBU e da Marinha Ucraniana impôs sanções fiscais reais, a esses dois navios. 

O principal, é que nenhum dos parceiros internacionais disse nada sobre a poluição do Mar Negro os petroleiros estavam vazios, razão pela qual o momento escolhido para os atingir foi quando navegavam na direção do porto russo, e não a partir dele.

O trabalho real de sanções ucranianas impostas ao setor russo de petróleo e gás continua. Depois disso, surgiu a notícia de que a instalação para bombear petróleo para petroleiros no porto de Novorossiysk foi atingida. Ou seja, em breve não haverá nada para transportar no Mar Negro, não haverá como contrabandear este petróleo russo através da sua frota ilegal.

Mais um caso interessante. O petroleiro «MERSIN», de bandeira panamenha e propriedade turca, afiliado à frota-sombra russa, está afundando na costa de Senegal, na África Ocidental, após ter sido atacado durante a noite por várias embarcações de superfície não tripuladas, possivelmente no terceiro ataque na última semana dos serviços de inteligência ucranianos contra um petroleiro ligado à rússia. O petroleiro, com capacidade para transportar até 50 mil toneladas de derivados de petróleo, fez várias escalas nos portos russos de Taman e Novorossiysk.


sexta-feira, novembro 28, 2025

⚠️ As FAU destruíram dois aviões russos em Taganrog: A-100LL e A-60

O ataque ucraniano contra a fábrica «Beriev», na cidade de Taganrog, resultou na destruição de duas aeronaves russas: o avião-radar A-100LL e A-60, a plataforma experimental, equipada com um sistema laser de alta potência, baseada no cargueiro Il-76MD, além de danos graves nas instalações, escreve a página ucraniana Militarnyi.com

Aeronave laboratório A-100LL com radar desmontado. Imagem: Internet

É de notar, que o avião-radar A-100LL (neste caso com o seu radar desmontado), era uma aeronave de detecção e controlo/e de radar de longo alcance. Já o avião-laboratório A-60, era uma plataforma experimental, equipada com um sistema laser de alta potência, baseada no cargueiro Il-76MD. 

O protótipo da aeronave de vigilância e orientação por radar A-100 no seu primeiro voo.
Taganrog, 18 de novembro de 2017. Foto: imprensa/mídia russa

A fábrica também sofreu danos significativos, incluindo a linha de montagem final. Além da aeronave e da linha de montagem, a posição do sistema S-400 foi atingida, mas as consequências são difíceis de determinar por meio de imagens de satélite. 

O canal do Telegram Dnipro Osint publicou imagens de satélite das consequências do ataque. As fotos também mostram danos em hangares e as aeronaves destruídas: A-100LL e A-60, que transportava. 

Aeródromo de Taganrog antes de atque ucraniano


O aeródromo de Taganrog depois de ataque

O primeiro voo do A-100LL ocorreu em 26 de outubro de 2016. A aeronave foi utilizada para testes no âmbito do projeto Vega Concern e Beriev TANK. 

O A-100LL é baseado na aeronave A-50, que por sua vez é baseada no IL-76MD e foi utilizada para testar os equipamentos de rádio embarcados da futura aeronave A-100, incluindo um novo radar com antena de varredura eletrônica ativa (AESA). 

Não se trata de uma aeronave de combate no sentido estrito e não se destina à produção em massa. É uma aeronave experimental utilizada exclusivamente para o desenvolvimento tecnológico. A aeronave serviu como uma etapa de transição entre a obsoleta aeronave de detecção por radar de longo alcance A-50 e a nova geração A-100 Premier. 

O primeiro protótipo completo do A-100 foi baseado no IL-76MD-90A, uma aeronave de carga de produção. Todos os equipamentos do A-100LL experimental foram transferidos para este. O seu primeiro voo ocorreu em 18 de novembro de 2017, partindo do aeródromo da fábrica de aeronaves de Taganrog. E em 10 de fevereiro de 2022, o primeiro voo da aeronave A-100 foi realizado com o sistema de rádio de bordo já ligado. 

Em 2022, a Rússia enfrentou uma escassez de componentes eletrônicos de alta qualidade para esta aeronave, então o início da produção em massa estava previsto para 2024. No entanto, o projeto A-100 foi congelado e, até 2025, as entregas em série não haviam começado. 

a resposta russa... 

Naturalmente, a rússia não poderia deixar sem resposta o ataque ucraniano, usando para tal um míssil, que na cidade russa de Novorossiysk, atingiu prédios residenciais. Possivelmente, os propagandistas russos vão afirmar que a culpa é dos marvados de ucranianos.

Fonte: TG canal @kazansky2017

FAU apostam nos novos Batalhões de Sistemas Não Tripulados

Decorre, ativamente, a chamada massificada para o quadro do pessoal de novos Batalhões de Sistemas Não Tripulados da 123ª Brigada de Defesa Territorial das Forças Armadas da Ucrânia. A unidade recebe os operadores estrangeiros. 

A 123ª Brigada de Defesa Territorial das FAU foi a primeira brigada de defesa territorial (TrO), que foi receber autorização oficial para formar batalhões de drones e treinar pilotos de sistemas não tripulados. Esta é uma nova etapa que fortalece as suas capacidades e abre portas para todos que desejam fazer parte da defesa da Ucrânia. 

Desde o início da guerra, em 22.02.2022, os operadores de drones ucranianos têm aprendido nas condições mais extremas — em combate, sob fogo inimigo, avistando alvos do céu. Sua experiência em combate agora está disponível para aqueles que estão prontos para aprender e agir, inclusive os cidadãos estrangeiros. 

Junte-se a à defesa da Ucrânia livre e soberana.

quinta-feira, novembro 27, 2025

O documentário britânico «Hell Jumper»: a vida e obra do Chris Parry

O documentário britânico «Hell Jumper» sobre a guerra russa contra Ucrânia que ganhou o Prémio Emmy Internacional, conta a história do voluntário britânico Chris Parry, que foi para Ucrânia para ajudar evacuar os civis das áreas perigosas.

No centro do filme está Chris Parry, um jovem de 28 anos da Cornualha que, sem o conhecimento da família, decidiu ir para a Ucrânia, onde conheceu outros civis de todo o mundo. Os chamados Hell Jumpers arrecadaram fundos por meio de financiamento coletivo para comprar veículos e equipamentos para ajudar as pessoas a escaparem de suas casas. 

Chris e seus amigos publicaram vídeos de suas missões de resgate nas redes sociais como forma de arrecadar dinheiro para financiar suas operações. Chris também se apaixonou por uma jovem ucraniana chamada Olya Khomenko, e o filme mostra as mensagens de voz e textos trocados entre eles enquanto tentam construir um relacionamento normal no meio de uma guerra.

Sua missão terminou tragicamente: Chris morreu junto com outro voluntário, Andrew Bagshaw, enquanto tentavam ajudar na evacuação de uma mulher idosa da cidade de Soledar, uma área sob intenso bombardeio no leste da Ucrânia no início de 2023. Antes de sua morte, ele havia salvado mais de 400 pessoas e muitos animais abandonados.

Hell Jumper foi produzido pela Expectation TV. O diretor foi Paddy Wivell e a produtora foi Adriana Timko, uma moldava com raízes ucranianas. O documentário estreou na cerimônia do BAFTA deste ano e também recebeu dois prêmios no Prix Italia 2025.

terça-feira, novembro 25, 2025

A capital da Ucrânia é novamente alvo dos bombardeamentos russos

Mais uma vez os ocupantes russos atacaram a cidade e a região de Kyiv, causando extensos danos a prédios residenciais e infraestrutura civil em toda a capital ucraniana. Até o momento se sabe de treze pessoas feridas, incluíndo uma criança e, infelizmente, seis mortos. 






Também há destruição na região de Odessa – os portos, os suprimentos de alimentos e a infraestrutura foram atingidos, sem qualquer propósito militar, informa o presidente da Ucrânia.

Os russos também atacaram as regiões de Dnipro, Kharkiv, Chernihiv e Cherkasy. Os principais alvos foram o setor de energia e tudo o que mantém a vida normal funcionando. No total, os russos lançaram 22 mísseis de vários tipos, incluindo mísseis aerobalísticos, e mais de 460 drones, a maioria deles russo-iranianos. Sabe-se que quatro drones cruzaram o espaço aéreo de países vizinhos – Moldova e Romênia. É precisamente por isso que todos os aliados e parceiros da Ucrânia devem se lembrar de que vidas precisam ser salvas todos os dias. Armas e sistemas de defesa aérea são importantes, assim como a pressão das sanções sobre o agressor russo. Não pode haver interrupções na assistência militar à Ucrânia. A pressão sobre a rússia deve produzir resultados.

Ucranianos, se abrigando no metro de Kyiv, se salvando dos bombardeamentos russos, tal como os moradores de Londres faziam em 1940, se salvando dos bombardeamentos nazis... 














Ver mais fotos: fotógrafo Yan Dobronosov: