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| Artamonov-Shadrin testemunha perante o cogresso dos EUA (à direita, de bigodes) |
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| O contratorpederio soviético «Sokrushitelny» outros dados «Stremitelny» |
O ponto mais picante da história residia no facto de que o capitão Artamonov era o genro do almirante Sergey Gorshkov, o todo poderoso Comandante-em-Chefe da marinha soviética e que a fuga do capitão se deu na companhia da sua amada polaca, Ewa Blanca Góra.
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| O almirante Sergey Gorshkov, nascido na Ucrânia, no meio |
No verão de 1959, o capitão de 3ª classe (equivalente ao major do exercito) Nikolai Artamonov, comandante do mais novo contratorpedeiro da Frota do Báltico, o “Stremitelny”, fugiu para a Suécia numa lancha militar com a sua amada polaca, Ewa Góra, a partir do porto polaco de Gdynia. O marinheiro do barco, Ilya Popov, que aparentemente foi coagido a seguir para a Suécia na presença de representantes suecos, recebeu a sugestão do Artamonov de regressar à União Soviética, uma vez que «não havia nada para ele no Ocidente». Os suecos informaram a embaixada americana em Estocolmo, onde Paul Garbler era, então, o chefe da estação da CIA. Após se ter reunido com Artamonov, Garbler enviou um relatório a Washington atribuindo ao oficial soviético a classificação NIP (National Intelligence Potential). Isto significava que a sede deveria considerar este indivíduo como uma fonte potencialmente muito valiosa, capaz de fornecer informação de importância estratégica. Temendo a possibilidade de que o governo sueco deportasse Artamonov à União Soviética, a embaixada americana solicitou o apoio ao diretor da CIA, Allen Dulles. Este, por sua vez, contactou o conselheiro do primeiro-ministro sueco, Olof Palme, que um dia viria a ser o primeiro-ministro da Suécia. Artamonov e Góra seguiram para Washington.
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| Artamonov e Ewa Góra no clube de oficiais de Gdynia |
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| Nikolay Artamonov e Ewa Bianca Góra na Polónia |
Toda essa atenção se explicava pelo facto que Artamonov não era um oficial comum. Estava casado com a filha do almirante Sergey Gorshkov, comandante da marinha da guerra soviética, e por isso sabia muitas coisas que um oficial da sua patente não era suposto de saber. De acordo com o procedimento estabelecido, Artamonov deveria ser submetido a uma verificação de antecedentes num centro especial da CIA em Frankfurt antes de seguir aos Estados Unidos. Mas, como a sua entrada nos Estados Unidos já tinha sido aprovada por Dulles e James Angleton [o chefe do serviço de contra-inteligência da CIA de 1954 à 1975]. Artamonov e Góra não foram sujeitos a verificação adicional. Quando chegou aos Estados Unidos, ao Artamonov, que mudou o seu nome para Nicholas George Shadrin, recebia o salário equivalente ao de um oficial da sua patente na marinha dos EUA.
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| A foto do Nicholas Shadrin no seu passaporte americano |
O casal comprou uma modesta casa em Arlington, onde Ewa fazia a formação em medicina dentária. Após um ano e meio como consultor especial da CIA, Nicholas Shadrin foi transferido para a Direcção de Inteligência Naval dos EUA. Era de grande interesse para a CIA. Nesta altura, a URSS tinha construído aeronaves navais que portavam os mísseis de cruzeiro, o primeiro submarino nuclear armado com mísseis balísticos nucleares tinha entrado ao serviço. Nicholas Shadrin trabalhou durante sete anos na unidade analítica dos serviços de informação norte-americanos.
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| O casamento feliz de Nicholas e Blanca Shadrin em Baltimore |
Na URSS, Shadrin-Artamonov deixou a mulher e o filho em Leninegrado, aos quais o KGB prestou apoio material constante. Primeiro, porque pertenciam aos circuitos da alta elite militar soviética, e depois, eram mantidos «na reserva», como pretexto para contactar Artamonov mais tarde, quando este se estabelecer nos Estados Unidos. O próprio almirante Gorshkov, diga-se de passagem, nascido na Ucrânia, aparentemente, não foi alvo de qualquer acusação formal ou mesmo repreensão informal.
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| Agente ilegal soviético Alexey Kozlov (no meio) |
Na versão sovietica/russa, o KGB enviou para procurar Artamonov um dos seus agentes da contra-espionagem ilegal, o major Alexey Kozlov [agente ilegal em Portugal antes de 1974, decoberto e preso em 1980, pela NIS, devido à espionagem na África do Sul, libertado na troca de POW/espiões em 1982]. Segundo as fontes russas, em Washington, Kozlov ligou diretamente para casa do diretor da CIA, Richard Helms, se apresentou, explicando que alguns anos antes se tinha encontrado com dois oficiais da CIA no Paquistão. Fornecendo o seu nome e nomes dos agentes. Os americanos, alegadamente, aceitaram o contacto, apenas evitando a participação de qualquer pessoa da divisão soviética da CIA, suspeitando que naquele departamento havia uma “toupeira” do KGB. Kozlov afirmou ser major do KGB e que veio a Washington para recrutar Artamonov-Shadrin. Alegadamente estava insatisfeito com a sua posição no KGB e queria colaborar com a CIA. Se os americanos ajudassem a re-recrutar Artamonov, Kozlov poderia progredir na sua carreira e tornar-se um trunfo valioso para a CIA. Os americanos alegadamente aceitaram a sua oferta, atribuindo-lhe o nome de código «Kitty Hawk». Kozlov alegadamente disse aos americanos, que pretendia se casar com Svetlana, a filha única da poderosa membro do Politburo, Ekaterina Furtseva, a ministra da cultura soviética, conhecida pelo seu forte empreendedorismo económico e uma aguda falta de cultura geral. Em breve, a CIA e o FBI organizaram um encontro entre Kozlov e Artamonov. Kozlov mostrou ao Artamonov cartas da sua mulher e filho, que permaneceram em Leninegrado. Artamonov leu-as e disse que aceitaria se tornar um agente duplo, passando materiais confidenciais da DIA e da CIA ao KGB.
A história é muito bonita, mas claramente fabricada. Segundo a biografia de Alexey Kozlov, disponível na Wikipédia russa, ele foi recrutado pelo KGB em 1959, recebendo a oferta da Direção «C» da Primeira Direção Principal (inteligência estrangeira). A partir de agosto de 1959, foi submetido a um treino especial no programa de inteligência ilegal, a sua especialização era o alemão e o dinamarquês. Em outubro de 1962, foi enviado à Dinamarca para adquirir a profissão de desenhador técnico.
Um agente ilegal é um produto absolutamente unico, levando anos e bastante esforço fisico, emocional e até material no arranjo e na preparação da sua “lenda”, isso é, da cobertura legal. Um agente desta classe nunca se apresentaria junto ao pessoal da CIA, pois iria definitivamente revelar a sua identidade e aparência física (naturalmente CIA iria produzir as fotos, ficar com impressões digitais, gravar a voz, etc.) Neste caso, toda e quaisquer, sua carreira futura como agente ilegal acabaria imediatamente e de uma forma permanente.
A fabricação de uma identificação falsa aos modos do KGB
No entanto, a biografia do Shadrin-Artamonov na mesma Wiki russa explica a situação real. Quem se apresentou junto aos americanos em 1966, na verdade foi Igor Kochnov, um oficial de contra-espionagem estrangeira da Primeira Direcção Principal do KGB, que usava como a cobertura legal a sua posição do jornalista da agência noticiosa soviética “AP Novosti”, que habitualmente servia de cobertura aos agentes do KGB dentro e fora da URSS. Kochnov realmente se casou com Svetlana, a filha de toda poderosa Furtseva, embora para isso teve que desfazer o seu proprio casamento, abandonando a esposa e uma filha menor. No entanto, Svetlana, anteriormente era casada, no seu primeiro casamento, com um camarada chamado Oleg Kozlov, filho de Frol Romanovich Kozlov, membro do Bureau Político do PCUS.
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| Coronel ou major do KGB Igor Kochnov (? - 1988) |
Na URSS, os divorcios dos membros da elite soviética eram bastante mal-vistos pelo regime, ao acontecer, atrasavam ou mesmo impossibilitavam a sua progressão na carreira dentro do Partido-Estado. Neste ótica, muito possivelmente, a sua tarefa de enganar os americanos era uma espécie da tarefa-obrigação, que Kochnov recebeu do KGB. Usando os pedaços da sua própria biografia, combinada com as biografias de outras pessoas, para fabricar uma identificação falsa, mas sólida, que realmente poderia enganar os americanos, que não tinham muitos meios dentro da URSS para verificar quem é quem dentro da elite político-partidária soviética. Além disso, existem índices do que Kochnov entregou ao CIA os nomes e as identidades de alguns agentes do KGB nos EUA, nomeadamente do oficial americano «Sasha», recrutado pelo KGB na Alemanha Federal.
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| O casamento notável de Svetlana Furtseva e Oleg Kozlov na presença do Brejnev, Mikoyan e Khrushev |
Após ter sido re-recrutado pelo KGB, Artamonov-Shadrin, sob o pseudónimo de «Lark», alegadamente escreveu uma declaração ao Presidium do Soviete Supremo da URSS, a tinta vermelha [não se sabe porque], pedindo a clemência: “...Os anos que passaram desde a prática deste gravíssimo crime ensinaram-me uma dura lição. Eu não era um inimigo consciente e inveterado da minha pátria. Sem de forma alguma me eximir da responsabilidade pelo que fiz, peço que me deem a oportunidade de expiar a minha culpa e, se de alguma forma eu puder ajudar a minha pátria, regressar a casa”.
O agente do KGB Igor Kochnov permaneceu em Washington até setembro de 1966. O que perfeitamente pode ser verdade, ja que os “jornalistas” soviéticos da «AP Novosti» passavam longas temporadas nos EUA, sob a cobertura jornalistica e até com as bolsas da fundação Fulbright (ou seja, os americanos, de facto, financiavam, a formação dos agentes do KGB nos EUA), “Lark” passou uma grande quantidade de informações sobre a CIA e prometeu elaborar um relatório sobre os desertores e emigrantes russos com quem tinha trabalhado. Posteriormente, Moscovo recebeu de “Lark” uma grande quantidade de informações sobre a Marinha dos EUA, particularmente sobre a sua frota de submarinos. Mas KGB ficou alarmada com o facto de algumas das suas operações falharem. Moscovo tinha perdido a confiança em Artamonov e, em 1974, foi elaborado um plano para raptar “Lark” em Viena, à onde este seria atraído sob o pretexto de um encontro com o novo agente infiltrado do KGB nos Estados Unidos. Em 1975, Artamonov foi informado de que o seu perdão tinha sido finalmente aprovado. No grupo do KGB encarregue do seu rapto, aparentemente estava o nosso Igor Kochnov, o que faz todo o sentido, dado que a velha tática, aplicada por diversos serviços secretos, é usar os amigos e conhecidos para ludibriar a alerta natural dos agentes. Sob o pretexto de um encontro com um agente infiltrado do KGB, Artamonov-Shadrin foi atraído para Viena, drogado com clorofórmio, e levado algemado, num carro, até à fronteira austro-checa, pouco vigiada. Aí, o carro atolou na berma da estrada. Decidiu-se abandonar o carro e levar Artamonov consigo.
Do lado checoslovaco, uma equipa de Moscovo aguardava o grupo, liderado por Oleg Kalugin (então chefe do Departamento «K» da Primeira Direcção Principal do KGB). Segundo a equipa do KGB, foi Kalugin quem, pela segunda vez, aplicou o tranquilizante ao Artamonov, depois disso este nunca mais recuperou a consciência. Quando uma médica checa, possivelmente do StB/KGB, desconfiada, quis examinar Artamonov, que estava inconsciente, o general, alegadamente, proibiu-a. A operação, minuciosamente planeada, se revelou um fracasso.
Acrescente-se que, de 1966 a 1970, Oleg Kalugin desempenhou as funções de chefe adjunto da residentura do KGB em Washington e, a partir de 1970, de chefe adjunto da Direção «K» da Primeira Direção Principal do KGB. Desde 1973, chefiava a Direcção «K». Segundo alguns historiadores e veteranos do KGB, a operação para levar Artamonov à URSS não poderia ter falhado, mas fazê-lo colocaria Oleg Kalugin em risco de ser descoberto [segundo teorias de conspiração desde 1959 Oleg Kalugin era um agente da CIA]. Os atuais serviços secretos russos desconfiam, neste âmbito, que ele próprio realizou a operação e fez tudo o que estava ao seu alcance para impedir que Artamonov chegasse vivo ao Moscovo.
A 30 de dezembro de 1975, o Cônsul-Geral dos EUA em Moscovo, Clifford Gross, visitou o departamento consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros da URSS, declarando que “o cidadão norte-americano Nicholas George Shadrin encontrou-se com dois funcionários soviéticos em Viena no dia 20 de dezembro, após o que desapareceu sem deixar rasto...” Em resposta, Gross foi informado que “em dezembro de 1974, Shadrin contactou a embaixada soviética em Viena com um pedido para regressar à União Soviética, mas não compareceu no encontro combinado”. Vladimir Kryuchkov, o chefe da Primeira Direção Principal do KGB, ficou, apesar de tudo, satisfeito com os resultados da operação. Oleg Kalugin, o chefe da contra-espionagem estrangeira do KGB, foi condecorado com a ordem militar “Bandeira Vermelha”.
No seu livro “Adeus Lubyanka” o próprio Kalugin conta que KGB estava desconfiar que Artamonov-Shadrin era agente duplo, da CIA e do KGB. Para isso, num determinado momento ele foi atraído ao Canadá, onde KGB, segundo Kalugin, tinha um agente no departamento de Contra Inteligência da Polícia Real Montada do Canadá (RCMP). No decorrer do jogo operativo, o agente “Lark” veio ao Canadá sob o pretexto do que funcionário da Direcção de Inteligência Ilegal do KGB queria reunir-se com ele em Montreal. Quando “Lark” chegou ao Canadá, o FBI informou o RCMP sobre ele e pediu-lhes que monitorizassem a sua presença no país. O relatório do RCMP, que o agente do KGB fez chegar ao Moscovo afirmava que o “Lark” estava sendo seguido e acompanhado por agentes americanas. Os responsáveis do KGB ficaram furiosos com esta «traição dupla», pois tinham providenciado que o seu filho frequentasse a Academia Militar soviética, mantendo as condições favoráveis para a família e prometendo o perdão no regresso à URSS.
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| O livro «Adéus Lubyanka» do Oleg Kalugin |
Desta forma KGB decidiu executar a sentença de morte que fora imposta ao Artamonov em 1960. “Lark” foi convidado a encontrar-se na Áustria para receber formação em radiocomunicações, com o objectivo de, posteriormente, o entregar a um agente ilegal do KGB nos Estados Unidos. No dia do encontro com o tal agente, colocaram-lhe uma máscara de clorofórmio na cara, aplicaram-lhe uma injeção de sedativo e levaram-no em direção à fronteira com a Checoslováquia.
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| O artigo no The New York Times «Died of Soviet Defector and Spy», Novembro de 1993 |
Na versão do Kalugin “descobriram que tinha morrido de insuficiência cardíaca aguda, incapaz de suportar o stress”. O seu corpo foi levado num avião especial do KGB a Moscovo, onde o próprio chefe da 4ª Direcção Principal do Ministério da Saúde da URSS, o famoso «médico do Kremlin», Evgeny Chazov, confirmou o diagnóstico inicial. Uma autópsia, alegadamente, revelou que «Lark» tinha desenvolvido câncro/câncer renal e não lhe restava muito tempo de vida. Foi sepultado sob um nome letão num dos cemitérios da cidade de Moscovo. O desaparecimento de Artamonov-Shadrin causou grande agitação no Ocidente, com a sua esposa Bianca Chadrin, advogados e funcionários do governo a exigirem explicações públicas sobre o seu destino, tanto do lado americano, como do soviético. Além de Kissinger e Brzezinski, o Presidente Ford interveio na questão, enviando uma mensagem a Brejnev. Questionado por Ford sobre o paradeiro de Artamonov, Brejnev respondeu: «Nós próprios gostaríamos de saber onde está agora». Assim terminou a saga do agente duplo, cujo nome gerou paixões, acusações mútuas e recriminações durante quase dois anos. O jornal soviético «Literaturnaya Gazeta» publicou um artigo de propagandista Genrikh Borovik sobre o assunto, intitulado “Os cavalos cansados são abatidos, certo?” O título sugeria, de forma bastante clara, que Artamonov-Shadrin foi morto não pelo KGB, como aconteceu na realidade, mas pelo «Ocidente».
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| «O fim do ´Lark´», texto baseado nas memórias do Oleg Kalugin, «Moscow News», 1994 |
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| «A vida e a morte do agente duplo», jornal «S.Petersburg Vedomosti», 1993 |
O Major-general Oleg Kalugin denunciou os crimes do KGB, publicamente e pela primeira vez ainda em 1990. Perdeu a sua patente de general em junho de 1990, pela Resolução do Conselho de Ministros da URSS, mas foi plenamente reintegrado pelo Decreto do Presidente da URSS, de 31 de agosto de 1991. Em 1995, deixou a Rússia rumo aos Estados Unidos, e em 2002, na federação russa, foi condenado à revelia por “traição” e sentenciado aos 15 anos numa colónia penal de segurança máxima. Por decisão do Tribunal civil da Cidade de Moscovo, foi destituído da sua patente militar, retirada a pensão e vinte e duas condecorações estatais soviéticas. O presidente russo putin e vários oficiais dos serviços de secretos russos e soviéticos chamaram Kalugin de traidor. Apesar de que no tribunal não foram apresentadas as provas fatuais da sua suposta «traição» e acusação se basear, unicamente, no facto de general denunciar os crimes do KGB sovietico, praticados durante a vigência do regime sovietico, isso é, antes de 1991.
Do lado americano, em 13 de dezembro de 2019, o Diretor da DIA, Tenente-General Robert Ashley Jr., inaugurou uma placa no “Muro dos Patriotas” da DIA em memória e reconhecimento das contribuições de Nicholas G. Shadrin. Um comunicado subsequente do Departamento de Assuntos Públicos da DIA aclamou Shadrin como um “Herói da Guerra Fria”.
O Contra-Almirante na reforma, Tom Brooks, da Marinha dos EUA, no seu texto: «O enigma de Nick Shadrin… O último desertor soviético da ONI» escreveu a seguinte passagem:
A nova geração de profissionais de inteligência se orgulhou do reconhecimento dado a um dos heróis desconhecidos da DIA, que fez o sacrifício supremo em defesa da nação. Embora alguns veteranos da inteligência aposentados tenham ficado surpresos com isso, a grande maioria ficou encantada e aplaudiu a coragem do Tenente-General Ashley em dar um desfecho substancial ao caso Shadrin após mais de quatro décadas, e com a presença de Blanka Shadrin. Ela ficou muito satisfeita que, depois de tantos anos, o reconhecimento tenha sido justamente concedido pela DIA como a agência que se manifestou e reconheceu a contribuição de Shadrin. Como gesto de gratidão, ela entregou ao Historiador-Chefe da DIA o cartão que Shadrin lhe dera na noite de seu desaparecimento, que continha os dois números de telefone para contato que ela deveria ligar “se algo desse errado”. Blanka carregou esse cartão em sua bolsa por 44 anos!
Por sua vez, Norman Polmar, que no início da década de 1970 era um consultor contratado do Dr. N.F. (Fred) Wikner, assistente especial do Secretário de Defesa, e do Contra-Almirante Earle F. (Rex) Rectanus, o Diretor de Inteligência Naval dos EUA, tem a seguinte memória do Nicholas Shadrin, à quem conheceu pessoalmente:
Algumas pessoas ainda acreditam que ele era “bom demais” para ser o que parecia ser. Acredito que posso afirmar ter sido amigo de Nick Shadrin — ou Nickolai Fedorovich Artamonov — embora por um período muito breve. E, para usar uma expressão popular, “ele era um cara legal”.















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