segunda-feira, janeiro 28, 2013

Opera “Holodomor”: de horror à redenção


A nova ópera “Holodomor (Terra vermelha. Fome)” / (Red Earth. Hunger)” do Virko Baley, fará a sua estreia em Nova Iorque nos EUA, em 5 de fevereiro de 2013.

por: Carol Cling, Las Vegas Review-Journal (resumo)

O compositor-residente da Universidade de Nevada em Las Vegas (UNLV), Virko Baley, fez a antestreia da sua nova ópera em inglês e gratuitamente no espaço “Doc Rando Recital Hall” do centro musical “Beam Music Center”. A ópera fará a sua estreia oficial em Nova Iorque em 5 de fevereiro de 2013.

Além do tenor John Duykers e soprano Laura Bohn, a ópera conta com outros seis cantores. Tal como título sugere, “Holodomor” se foca na Grande Fome de 1932-33 na Ucrânia Soviética, perpetuado pelas políticas de coletivização de Estaline, que pretendia substituir as propriedades rurais privadas pelas coletividades controladas pelo estado (kolkhozes).

Milhões de ucranianos morreram durante Holodomor, algo “não muito conhecido pelo público”, explica Duykers. “Conhecemos o Holocausto; sabemos algo sobre os arménios”…diz ele, “mas não sabemos muito sobre os ucranianos”.

O próprio Virko Baley nasceu na Ucrânia em 1938, por isso não passou pela experiência terrível pessoalmente. Idealizou a ópera durante quase três décadas, embora usou uma parte do material em sua 2ª sinfonia e no trabalho clássico “Dreamtime”. As partes da ópera já foram mostradas na sede da ONU.

Na forma corrente, com libreto da autoria do Bohdan Boychuk, ópera “Holodomor” se foca no relacionamento entre três estranhos à sofrerem de fome, cujos destinos se cruzam no meio do Holodomor: mulher, criança e um homem revoltado.

Apesar da situação, a mulher, representada pela Laura Bohn, continua ver a “bondade na humanidade”, explica a cantora. “Sinto me sortuda como artista por apenas representar estas situações e não viver nelas”. A personagem do John Duykers primeiro “trabalhou para o governo, sendo responsável por uma parte das situações que se passaram”, explica o tenor, mas depois ele perde as suas ilusões e “decide fazer parte dos oprimidos”.

O pai do Baley passou uma parte da II G.M. no campo de concentração nazi de Auschwitz, ele próprio, na companhia da mãe, tios e avô trabalhou numa fazenda na Eslováquia, emigrando aos EUA em 1949.

Musicalmente, “Holodomor” reflete vários estilos musicais, é uma mistura harmoniosa e contemporânea, assegura o compositor. Além disso, ópera usa os elementos da multimédia, tais como slides, pinturas, filmes e sons. Ambos, Duykers e Bohn, manifestaram o seu interesse em representar futuramente a versão completa do “Holodomor”.

Apesar da ópera se dedicar ao um assunto difícil, Baley explica que a sua intenção não é de “deprimir ou apenas usar horror pelo horror”. Ópera é pensada para mostrar a “capacidade do espírito humano”, mas por vezes “é como procurar uma moeda de ouro no esterco, você vai ter que sujar as mãos”, finaliza o realizador.

Fonte:

Bónus

Em 2009, a companhia teatral britânica, “British Royal Shakespeare Company”, já dedicou ao tema do Holodomor o seu espetáculo The grain store (Armazém de trigo), assinado pelo realizador Michael Boyd e baseado na peça teatral da ucraniana Natalia Vorozhbit, escreve Newsru.ua

1 comentário:

Anónimo disse...

цікаво було б побачити відео вистави, втім, це дуже добре, шо тема голодомору українців не забута світовою спільнотою.