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O morador da cidade
ucraniana de Sumy, Volodymyr Nykonenko (24), foi condenado à 1 ano da colónia
laboral por causa do grafiti, onde aparece uma pessoa, parecida com o
presidente Yanykovych com um pontinho vermelho na testa.
por: Bohdana Evseeva
(resumo)
O tribunal também
condenou sob as acusações
idênticas outros jovens de Sumy: Ihor Gannenko à 1,8 anos; Dmytro Danylov e
Mykhaylo Pysartsov à 2 anos da cadeia. Tribunal os acusou de hooliganismo em
grupo, tentou-lhes imputar diversos atos de vandalismo.
O jornal “Gazeta
Ucraniana” entrevistou Volodymyr Nykonenko, cuja arte assustou o atual regime
ucraniano.
– Dizem que você foi
obrigado a admitir que desenhou o molde do grafiti. Isso é verídico?
– O molde foi desenhado
por mim, não me obrigavam a reconhecer este facto. Inicialmente me incriminavam
o “cinismo extremo”, depois o facto de “tratar de modo impolido os cidadãos da
Ucrânia, os moradores de Sumy”. O caso já está se arrastar por um ano e meio. Foi
aberto o processo criminal sob artigo 296, parte 2 do Código Penal da Ucrânia.
O procurador convocou a testemunhar toda a gente: os moradores dos prédios,
responsáveis pelas torres da eletricidade, onde foram colocados os desenhos. Todos
foram abanados para achar qualquer valor de prejuízo. Na condenação não há
nenhuma palavra sobre o presidente.
– Faz a ideia porquê a
condenação foi tão severa?
– Tenho, mas não posso
dizer, a cultura da expressão oral não o permite. […] Irei contestar a condenação
com todas as minhas forças, não tenciono recuar.
– O que queriam dizer
com a imagem?
– Se dedicávamos à arte
de rua. Cada um poderá ver no desenho algo que quiser. Expliquei ao procurador
que pontinho vermelho é o sinal do Movimento Hare Krishna.
Este foi cético.
– O que são os “trabalhos
laborais”?
– Colônia corretiva. Se
situam em todas as capitais provinciais. Os detidos vivem em dormitório comum
no seu território, trabalham, recebem as ninharias pelo seu trabalho. Podem comprar
a comida. Durante a semana laboral não podem sair. Provavelmente, no caso do
bom comportamento poderão sair à casa no fim-de-semana.
– Conte sobre si e sobre
os rapazes.
– Todos estudavam no
ensino superior, estou no último ano. Não bebemos, não fumamos, praticamos
desporto, faço sambo.
– Se interessa pela política?
Como reagiram os pais?
– Sim, mas ultimamente
tudo é um pântano. Não vejo a luz no fim do túnel. Os pais trabalham, mãe é
enfermeira, recebe 1000 UAH (120 USD), pai na fábrica recebe 2000 (240 USD). Isso
é injusto. Não vivemos neste país muito bem, dai as ideias radicais de mudar
tudo. Mãe fica muito preocupada.
– Vocês viram que nas
redes sociais muitos ucranianos colocaram o vosso grafiti nas suas páginas e perfis,
mostrando, dessa maneira, o seu apoio à vossa causa, protestando contra o poder
atual?
– Muito obrigado. Me
escrevem nas redes sociais, apoiando. Não perco as esperanças graças à isso.
– Se voltar ao tempo,
faria o mesmo?
– É uma pergunta difícil.
Fonte: Gazeta.ua
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