Nos Cárpatos ucranianos
através da trembita, os hutsules avisavam sobre a
chegada da Kolyada (as festas natalinas). Os próprios kolyadnyky se reuniam em “partidos”
comandados pelo “bereza” (bétula). Kolyadky são cantadas em dialeto local, com
ritmos e entoações locais. Os hutsules não adornavam a árvore de Natal, nem
usavam o Didukh.
por: Halyna Dobosh
O estudioso polaco da
Hutsulia, Stanisław
Vincenz escrevia que Kolyada veio aos Cárpatos ucranianos com São Nicolau,
quando “os restos das liberdades foram extintos nas planícies, quando as canções
velhas foram pisoteadas e todos os assuntos de fé e de coração foram entregues
aos governos”. E desde que os Cárpatos são altos, então aqui foram “preservadas
músicas antigas, danças ancestrais, todos os costumes, tão alegres, que saltam
para o céu”.
A poetisa e tradutora,
Halyna Petrasonyak, conta que estas canções e estas tradições passavam de
geração à geração no seio familiar. Ela recorda como esperava pelo Sviatvechir
(noite de natal): “desde manha se preparava
a comida. Todos tinham as suas tarefas. Não era desejável comer, isso é,
preparar comida sim, mas comer não. E assim o dia inteiro”.
O escritor Vasyl Karpyuk
recorda que a sua tarefa era pilar os sementes da papoila: “nas tardes, ou desde o
almoço, se reuniam os grupos e andavam a cantar kolyadky. Nas mãos tinham as cornetas
e as trembitas, tocam nelas permanentemente. É um sinal (surma). Na nossa
região as cornetas tocam só nas festas do Natal”.
O pintor e artista plástico,
Vasyl Korpanyuk, recorda que pela primeira vez participou nas kolyadkas aos 6
anos de idade:
Onde nasce Cristo,
Da Virgem encarnado,
Como homem da mortalha
Em Deus embrulhado.
Embora existiam kolyadky
mais lentas:
Nova alegria,
Nova alegria ao mundo revelou-se:
A Virgem, Santíssima deu
à luz à um filho.
ou
Oh, se ouve, se ouve na
terra da trembita,
Em toda a Ucrânia, em
todo o Mundo.
Fonte:
Bónus
As canções ucranianas chamadas Kolyadky:
1 comentário:
Post muito interessante sobre os grupos regionais da Ucrânia, uma terra rica em cultura e preservadora de seus costumes, esse sim um nacionalismo positivo!
Enviar um comentário