Foto @Anton Petrus, cadeira num dos jardins de infância em Pripyat |
Atualmente se discute a necessidade de transformar
a cidade de Pripyat em uma “cidade
– museu”, o que dará à urbe o estatuto oficial de património histórico-cultural
que teoricamente preservará a cidade de destruição, natural e provocada pelo
homem. Este estatuto também permitiria a recolha oficial de apoios financeiros
para preservar a cidade, incluindo das fundações internacionais de apoio à
preservação da herança cultural.
O monumento às vítimas do Chornobyl em forma do anjo bíblico |
O
fenómeno da Pripyat é único no mundo – era uma cidade bastante grande e
próspera, que num único dia foi abandonada por todos os seus residentes. O que
aconteceu em 26 de abril de 1986 e tudo que se sucedeu depois disso é muito
semelhante aos efeitos de uma guerra nuclear. Hoje, a cidade de Pripyat possui o
aspeto que teria alguma cidade na periferia longínqua da “zona do impacto
nuclear”. Com o papel da parede à cair das paredes, com móveis escurecidos, com
fluxos de água nos corredores e brinquedos de crianças, que tornaram-se em objetos assustadores. Pripyat é muito boa para colocar “na real” todos os “militaristas”
– por diversas vezes os grupos de turistas barulhentos que vêm para a cidade em
fardamentos camuflados para brincar aos “combatentes” e aos stalkeres perdem imediatamente
essa sua vontade, vagueando pela cidade quietos a meio abatidos.
O monumento minimalista com os nomes das aldeias ucranianas desaparecidas para sempre em resultado do acidente nuclear do Chornobyl |
Além
disso, Pripyat é um monumento único e original da desaparecida União Soviética –
a cidade foi construída em 1970, sem possuir nenhumas camadas culturais e
históricas anteriores. Na verdade, essa cidade é um modelo da “cidade ideal”,
na forma como este conceito foi idealizado na União Soviética – sem os antigos
edifícios históricos, com uma sala de cinema típica, com a Casa da Cultura, com
as lojas envidraçadas nos quintais dos prédios de habitação e com os cafés do
verão à beira-rio. Este valor histórico não é óbvio para nós agora, mas
definitivamente será muito interessante às gerações futuras. A cidade é muito
compacta e conveniente para as caminhadas, com o tempo Pripyat poderá se tornar
um dos lugares turísticos mais populares do mundo.
A viatura dos bombeiros abandonada |
Atualmente,
existem vários projectos da “cidade-museu” em Pripyat. Uma das propostas prevê
a reconstrução de um dos bairros para mostrar como as pessoas viviam na URSS nas
décadas de 1970-80. Outro bairro pensa-se para deixar exactamente como está
agora, para mostrar o impacto da vida
selvagem e do tempo numa cidade sem a gente. Para já nada disto pode ser
realizado, porque a cidade não tem o estatuto oficial do museu e para já não é considerada
como um património (fonte).
Os restos da antena, pertencente ao projeto ultra-secreto militar soviético "Raduga" |
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