Quatro
anos atrás, no dia 3 de março de 2014 na cidade de Simferopol foi raptado e
depois assassinado o tártaro da Crimeia, cidadão ucraniano Reshat Ametov. O seu
único “crime” era a participação pública num piquete singular com a bandeira da
Ucrânia nas mãos.
No
dia 3 de março, logo pela manha, às 7h30 Reshat Ametov saiu da sua casa e se
dirigiu ao Comissariado militar local, par se alistar, segundo o Decreto da
mobilização, nas Forças Armadas da Ucrânia (FAU). Reshat era pai de três filhos, tinha a
família numerosa, mas ele fez aquilo que exigia a sua consciência e dignidade.
O Comissariado militar estava fechado e Reasht foi ao centro da cidade, onde na
praça central iniciou uma ação pública, o piquete singular, em apoio à Ucrânia.
Reshat estava sozinho, com a bandeira da Ucrânia nas mãos.
Bases e militares ucranianas bloqueadas na Crimeia pelas forças terroristas sem sinais de identificação |
Cerca
das 12h00, na praça, ele foi raptado pelos desconhecidos, vestidos como se
vestiam os bandos da “autodefesa” pró-russa, levado às montanhas, onde foi
submetido às torturas e depois desfigurado. O seu assassino o matou disparando num dos
seus olhos.
Reshat
Ametov foi a primeira vítima da futura guerra russo-ucraniana, guerra pela
Independência da Ucrânia. Reshat não sabia que Ucrânia irá combater, não sabia
que o agressor levará o troco. Apesar das torturas, ele não quebrou e então,
para amedrontar a população ucraniana da Crimeia, foi assassinado de forma
demonstrativa. Foi o primeiro ucraniano que entrou na fileira dos defensores da
Ucrânia e foi primeiro ucraniano, assassinado pelos terroristas russos.
Ler mais |
Quando
Putin e outros canalhas falam sobre “anexação pacífica da Crimeia” e sobre o “referendo
popular”, eles tentam esconder as memórias dos ucranianos que morreram no
decorrer da anexação e ocupação, querem esconder a memória do terror russos e
dos crimes das forças militares e paramilitares russas. Sem sangue, sem terror,
sem ameaças e chantagens, Rússia não conseguiria efetuar a ocupação da Crimeia.
Reshat foi o primeiro. Ele sabia do perigo mas fez uma escolha. Não sabia se Ucrânia conseguiria
defender a sua Independência, mas graças ao seu sacrifício, graças à bravura e coragem
cívica de milhares, centenas de milhares de ucranianos, os cidadãos se uniram e
defenderam o país apesar da fraqueza temporal do Estado. O Herói sacrificou-se
pela Ucrânia.
Reshat
Ametov ainda não foi condecorado com nenhuma distinção estatal, é detentor do
título cívico “Herói Popular da Ucrânia” (fonte).
Memória
eterna ao Cidadão...
É
de recordar, que em 1939, durante a ocupação nazi da Checoslováquia não
morreu nenhum checoslovaco. Em 1940, durante a operação de ocupação da
Dinamarca morreu um dinamarquês. Durante a ocupação “pacífica” russa da Crimeia
morreram ou foram raptados e desapareceram 10 cidadãos ucranianos. A sua única
“culpa” estava no facto de se considerarem ucranianos e não se intimidarem
perante ameaças e as armas dos ocupantes russos.
Bónus
O coronel Ihor Bedzay |
No
dia 3 de março de 2014, os pilotos ucranianos da 10ª Brigada de aviação naval da Marinha da Ucrânia, sob comando do coronel Ihor Bedzay, bloqueados por agressores russos e arriscando as suas próprias vidas e destinos das famílias – reféns dos ocupantes,
efetuaram a retirada dos
helicópteros e aviões ucranianos do aeroporto militar na aldeia de Novofedorivka na Crimeia para a cidade de Mykolaiv.
A operação de reassentamento da aviação naval ucraniana
foi concluída com sucesso em 6 de março de 2014,
com a descolagem do último
helicóptero ucraniano. Os heróis salvaram a aviação naval da Ucrânia, que até
hoje está realizando missões de
combate no Mar Negro (fonte: Navy.mil.gov.ua).
Coronel de aviação ucraniana Yuliy Mamchur (identificado e desarmado) ameaçado por três (!) terroristas russos armados, março de 2014 na Crimeia |
1 comentário:
Não entendo o que os russos querem?
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