Recentemente,
as/os feministas/os ucranianas/os foram os dados sobre a “violência
familiar baseada no género”, contrapondo-a, aos mortes dos militares ucranianos
na OAT, exemplo de uma tentativa consciente e desonesta de manipulação da
opinião pública, nacional e internacional.
As/os
feministas/os ucranianas/os avançaram o número de “600 mortes de mulheres em violência
baseada no género” em 2017 na Ucrânia, citando um “estudo” do Fundo
de População das Nações Unidas (UNFPA). Todas as buscas na Internet
não permitiram achar o tal estudo (possivelmente este nem sequer existe), mas realmente
existe uma infografia sobre o tema, onde é mencionado o número de 600 mortes de
mulheres, vítimas da violência baseada no género, em 2017 na Ucrânia. Atenção,
na realidade as mortes não dizem respeito à violência do género, mas apenas as mortes
violentas de mulheres.
Por
sua vez, a infografia cita como as suas fontes, um documento realmente existente,
“As consequências económicas da violência contra as mulheres na Ucrânia” (ler em ucraniano ou inglês),
publicado em setembro de 2017. O documento não cita nenhum dado de 2017, pois,
se baseia nos levantamentos estatísticos, efetuados na segunda metade de 2016. Mas
tem os dados reais de 2015 sobre a violência baseada no género – 19 (dezanove) ferimentos
graves registados nas mulheres, 10 (dez) ferimentos graves registados em homens,
e é tudo.
Então,
da onde aparecem as tais “600 mortes femininas em violência baseada no género”?
As/os feministas/os as calculam, aplicando da taxa de 47% sobre todas as mortes
violentas de mulheres no país, segundo as estatísticas oficiais do Ministério de
Interior da Ucrânia. Um organismo oficial da ONU decidiu que 47%, é uma justa média
mundial dos crimes da violência baseada no género. Porque são 47%? FPNU/UNFPA não explica: tudo indica
que é uma média entre, digamos Japão (~20%) e África do Sul (57%), passando pela
Suécia e Venezuela, Suíça e Zimbabwe, mais os países árabes ou asiáticos, onde estas
estatísticas nem sequer são mantidas. Além disso, o estudo ignora a razão da morte
das mulheres: o marido a podia matar à facada, ou ela foi vítima dos mísseis GRAD
russos... Resumindo, nenhum estudo foi feito na Ucrânia, foi aplicado o coeficiente
mundial, ou seja, um número pouco fiável e com pouca relevância à realidade
ucraniana.
Então,
neste caso, as/os feministas/os acharam o número de 1.279 mortes femininas violentas
(estatística do Ministério do Interior de 2015), aplicaram a taxa de 47%, arredondaram
601 aos 600, mentiram, dizendo que é uma informação de 2017 e chamaram tudo
isso de ESTUDO. Ou seja, uma consciente tentativa de manipulação da opinião
pública, na sua forma pura e dura.
Em
geral – nunca acreditem em nenhuma infografia, a menos que essa seja
acompanhada por um estudo real em anexo, com os dados reais, extraídos, graças
ao suor e sangue de investigadores sérios e honestos.
Um facto engraçado – no Japão (127 110 047 habitantes
em 2015), as estatísticas sobre a violência baseada no género são realmente
mantidas, acontecem no país cerca de 200 mortes anuais. Desde 1996 e até hoje, todos os anos,
cerca de 100 maridos japoneses matam as suas esposas e cerca de 100 esposas
japonesas matam os seus maridos. Eles já chegaram à paridade do género nesta
questão. Mas apesar de todo o trabalho das feministas japonesas, o número de
mortes de mulheres não diminuiu, mas o número de mortes masculinas – cresceu.
Isto é apenas um toque para entender as perspectivas da luta nesta frente da
violência do género (fonte).
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