sábado, março 10, 2018

Como feministas inventam e manipulam as estatísticas: o caso ucraniano

Recentemente, as/os feministas/os ucranianas/os foram os dados sobre a “violência familiar baseada no género”, contrapondo-a, aos mortes dos militares ucranianos na OAT, exemplo de uma tentativa consciente e desonesta de manipulação da opinião pública, nacional e internacional.

As/os feministas/os ucranianas/os avançaram o número de “600 mortes de mulheres em violência baseada no género” em 2017 na Ucrânia, citando um “estudo” do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Todas as buscas na Internet não permitiram achar o tal estudo (possivelmente este nem sequer existe), mas realmente existe uma infografia sobre o tema, onde é mencionado o número de 600 mortes de mulheres, vítimas da violência baseada no género, em 2017 na Ucrânia. Atenção, na realidade as mortes não dizem respeito à violência do género, mas apenas as mortes violentas de mulheres.

Por sua vez, a infografia cita como as suas fontes, um documento realmente existente, “As consequências económicas da violência contra as mulheres na Ucrânia” (ler em ucraniano ou inglês), publicado em setembro de 2017. O documento não cita nenhum dado de 2017, pois, se baseia nos levantamentos estatísticos, efetuados na segunda metade de 2016. Mas tem os dados reais de 2015 sobre a violência baseada no género – 19 (dezanove) ferimentos graves registados nas mulheres, 10 (dez) ferimentos graves registados em homens, e é tudo.

Então, da onde aparecem as tais “600 mortes femininas em violência baseada no género”? As/os feministas/os as calculam, aplicando da taxa de 47% sobre todas as mortes violentas de mulheres no país, segundo as estatísticas oficiais do Ministério de Interior da Ucrânia. Um organismo oficial da ONU decidiu que 47%, é uma justa média mundial dos crimes da violência baseada no género. Porque são 47%? FPNU/UNFPA não explica: tudo indica que é uma média entre, digamos Japão (~20%) e África do Sul (57%), passando pela Suécia e Venezuela, Suíça e Zimbabwe, mais os países árabes ou asiáticos, onde estas estatísticas nem sequer são mantidas. Além disso, o estudo ignora a razão da morte das mulheres: o marido a podia matar à facada, ou ela foi vítima dos mísseis GRAD russos... Resumindo, nenhum estudo foi feito na Ucrânia, foi aplicado o coeficiente mundial, ou seja, um número pouco fiável e com pouca relevância à realidade ucraniana.

Então, neste caso, as/os feministas/os acharam o número de 1.279 mortes femininas violentas (estatística do Ministério do Interior de 2015), aplicaram a taxa de 47%, arredondaram 601 aos 600, mentiram, dizendo que é uma informação de 2017 e chamaram tudo isso de ESTUDO. Ou seja, uma consciente tentativa de manipulação da opinião pública, na sua forma pura e dura.

Em geral – nunca acreditem em nenhuma infografia, a menos que essa seja acompanhada por um estudo real em anexo, com os dados reais, extraídos, graças ao suor e sangue de investigadores sérios e honestos.

Um facto engraçado – no Japão (127 110 047 habitantes em 2015), as estatísticas sobre a violência baseada no género são realmente mantidas, acontecem no país cerca de 200 mortes anuais. Desde 1996 e até hoje, todos os anos, cerca de 100 maridos japoneses matam as suas esposas e cerca de 100 esposas japonesas matam os seus maridos. Eles já chegaram à paridade do género nesta questão. Mas apesar de todo o trabalho das feministas japonesas, o número de mortes de mulheres não diminuiu, mas o número de mortes masculinas – cresceu. Isto é apenas um toque para entender as perspectivas da luta nesta frente da violência do género (fonte).

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