O
Parlamento Europeu
aprovou
finalmente o regime de abolição dos vistos aos cidadãos da Ucrânia, com 521
votos favoráveis. Os ucranianos poderão visitar a União Europeia, sem o visto,
mas com o passaporte biométrico, sensivelmente daqui à 10 semanas, no dia 12.06.2017.
Nos
termos da nova lei, os ucranianos titulares de um passaporte biométrico poderão
entrar na UE sem visto por 90 dias num período de 180 dias, para os fins de
turismo, para visitar parentes ou amigos, ou para fins comerciais, mas não para
trabalhar. A medida aplica-se a todos os países da UE, com excepção da Irlanda
e do Reino Unido, bem como a Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.
“Ucrânia
alcançou todos os pontos de referência, de modo que a política de vistos deve
ser levantada”, observou a relatora da proposta, búlgara Mariya Gabriel (PPE),
acrescentando que a isenção de visto será “uma outra mensagem muito forte que Ucrânia
é um parceiro fundamental para o União Europeia na Parceria Oriental”.
A
legislação, aprovada por 521 votos, 75 contra e 36 abstenções, ainda precisa de
ser formalmente aprovada pelo Conselho de Ministros. É provável que entrará em
vigor em junho, 20 dias após a sua publicação no Jornal Oficial da UE.
As
exigências legais da UE:
1.
Ser portador do passaporte biométrico.
2.
Saber explicar o objetivo da sua viagem (se perguntarem).
3.
Saber o local de alojamento (endereço dos amigos/familiares, ter a reserva do
hotel).
4.
Possuir a condição financeira suficiente ao período em que pretende estar na UE
(dinheiro ou cartão de crédito), o extrato bancário não será pedido, pois não
faz parte dos documentos de viagem!
5.
A confirmação de retorno a Ucrânia ou ao outro país de residência permanente (bilhete
de ida e volta, caso viaja em qualquer transporte público).
6.
Seguro de viagem.
7.
Aos que viajam de viatura própria – seguro de responsabilidade civil do
proprietário de veículo (seguro contra os terceiros).
O
caminho até a liberdade
por:
Yuriy Butusov
Maydan de Kyiv, novembro de 2013 |
No
dia 21 de novembro de 2013, após o anúncio do ex-presidente da Ucrânia, Victor
Yanukovych, de recusa em assinar a associação com a UA, começou a Revolução de
Dignidade, também conhecida como Maydan ou Euromaydan. Os ucranianos escolheram
o caminho europeu, rejeitando a alternativa colonial russa. A escolha foi paga com
um preço elevadíssimo: revolução, guerra que decorre até hoje, perdas económicas
e financeiras, milhares de ucranianos que morreram pela Ucrânia.
Maydan de Kyiv, dezembro de 2013 - jeneiro de 2014 |
E
agora o Parlamento Europeu reconheceu Ucrânia como a parte integrante do espaço
comum europeu, votando ao favor do regime de isenção de vistos. A guerra não se
tornou um obstáculo, mas pelo contrário, foi a prova da determinação ucraniana.
E é uma verdadeira conquista da Ucrânia, independente da vontade feudal da federação
russa. É uma conquista de um estado desajeitado, em grande parte ainda
feudal-burocrático e da sua sociedade sociedade, que se sozinha puxa fora do
pântano. Com escândalos, com perdas, sujeira e sangue, Ucrânia está caminhando
na direção de um Estado moderno, digno da memória dos seus heróis e das esperanças
dos seus filhos.
Maydan de Brasil, Porto Alegre (?), início de 2016 |
Glória
à Ucrânia!
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