Na realidade da Rússia atual, as pessoas são vítimas de violência por causa
da sua origem étnica ucraniana. Se és ucraniano, és um inimigo. Essa é a
conclusão lógica da estória pessoal do jovem ex-cadete moscovita, Vyacheslav
Donguzov (20).
por: Yevhen
Polozhiy
Na foto - Vyacheslav Donguzov, jovem de apenas 20 anos. A foto foi tirada
nos arredores da cidade de Sumy. Muito recentemente, ele era um cadete de prestigiosa
escola militar moscovita, mas apenas alguns dias atrás, o jovem cruzou
ilegalmente a fronteira russo-ucraniana. Durante a sua visita ao vespertino “Panorama”,
publicado em Sumy, Vyacheslav explicou as razões que o empurraram para a
decisão tão drástica, pois na Rússia, se alguma vez lá voltar, ele será alvo de
perseguição judicial, acusado de quebrar o juramento militar. Lá ficaram os
seus pais e não se sabe se alguma vez os verá novamente...
Vyacheslav conta que os cadetes que tiveram a origem étnica ucraniana
mencionada nas suas cadernetas de nascimento começaram ter problemas logo após o
início da guerra russo-ucraniana. Nem importava se, porventura, apoiavam a
política oficial do Kremlin e do Putin, os ucranianos eram alvos de bullying. Os
espancamentos regulares, a chacota dos “camaradas”, à que a direção da escola fechava os olhos, levaram ao suicídio de um cadete ucraniano nas
vésperas de Ano Novo de 2014, outro, recentemente tentou se suicidar, usando a
arma de fogo. O último cadete foi salvo pelos médicos. Mas Donguzov ficou como único
ucraniano na escola.
Vyacheslav Donguzov não consegue explicar a razão do seu apelido não ser ucraniano,
sabe apenas que os pais são, pois, sempre quando queriam falar em casa sobre algo não para
o “ouvido dos meninos”, conversavam em ucraniano. Já Vyacheslav não domina a língua dos pais em absoluto.
«Eu já não conseguia aguentar essas mentiras sobre Ucrânia, por isso foi
embora. Desde os meus seis anos manejo a pistola automática, pratico a luta
livre, foi graduado pela Escola de formação militar juvenil “Suvorov”. Eu sei combater».
O jovem já se inscreveu num dos batalhões voluntários e daqui à alguns
dias irá para a zona de OAT. «Defender Ucrânia, —
diz ele.
– Pois eu sou – ucraniano».
Essa é estória dos nossos dias», — escreveu na sua página
do Facebook
o editor-em-chefe do jornal «Panorama», Yevhen Polozhiy.
Fonte:
O mesmo Yevhen Polozhiy conta que os voluntários ucranianos compraram ao Vyacheslav
Donguzov o fardamento militar, ofereceram-lhe as botas. O jovem vive em casa da
ativista ucraniana da cidade de Sumy, Tetyana Golub.
As pessoas que gostariam de ajudar ao Vyacheslav podem contactar a
redação do jornal “Panorama”.
São-Petersburgo contra a guerra
"Me disseram que eu devo crescer um homem de verdade. Quando eu crescer, eu vou à guerra e vou estuprar e matar!" Artem, 7 anos |
"O meu pai voltou da guerra sem as pernas agora ele diz que melhor bateria a bota" |
"O meu pai é um herói mas ele não tem mais as mãos Deusinho! que lhe cresçam novas!!!" |
Nas carruagens do metro de São-Petersburgo, na federação russa, nas
vésperas do dia 23 de fevereiro, surgiram diversos cartazes anti-guerra,
criados na estilística dos desenhos infantis. Os seus autores, aproveitaram a
data, comemorada na Rússia como “O Dia do Defensor da Pátria”, por sua vez herdado do
passado soviético, quando este dia simbolizava a criação do Exército vermelho
em 1918.
1. "O meu irmão foi assassinado no exército no tempo da paz. Quando eu crescer também vou lá?". 2. "O meu pai é muito forte ele matava os inimigos e agora bate à mim e a mãe" Kâtia, 8 anos. |
Fontes:
https://www.facebook.com/gerasymyuk.olena/posts/925475364153191
1 comentário:
Boa iniciativa e mt original esses protestos no metrô, e orgulhosos do jovem cadete que rompeu suas fronteiras pessoais para viver a realidade...
Força a Ucrânia e a tds as pessoas de bem nesse mundo louco...Não nos esqueçamos da Síria...
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