Cada vez há mais políticos franceses são à favor do fornecimento de
equipamento militar à Ucrânia. A ideia é equilibrar as forças para forçar
Moscovo buscar uma solução política para a guerra que federação russa preparou,
patrocinou e desencadeou no leste ucraniano.
Os trechos do artigo de Marc Sémo, publicado no jornal francês Libération em 30.01.2015
Apesar dos temores de uma escalada, a questão da ajuda militar contra os
separatistas apoiados por Moscovo surge agora.
Há muito tempo, a ideia de uma ajuda militar ocidental ao exército
ucraniano em apuros contra os separatistas apoiados por Moscovo permaneceu mais
ou menos tabu em Paris, como na maioria das capitais europeias.
“Devemos fornecer suprimentos de defesa à Ucrânia para que o custo de
agressão seja cada vez maior para Putin”, – diz Robert Mendez, o líder eleito
do Comité de Relações Exteriores do Senado (francês).
“Em vez de apostar tudo nas sanções que têm fortalecido politicamente
Putin, com um efeito oposto ao pretendido, devemos apoiar a Ucrânia no coração
de nossa estratégia: significa ajudar diplomaticamente, economicamente, mas
também com armamentos”, – afirma François Heisbourg, assessor do presidente da
Fundação para a Investigação Estratégica (Fondation pour la recherche
stratégique, ver o seu Dossier
Ukraine), que foi um dos primeiros em França, desde o verão passado, à
abordar o problema publicamente. “Durante a Guerra Fria, a Aliança ajudou
militarmente os países terceiros, como a Suécia ou a Jugoslávia de Tito”, diz o
pesquisador.
“O nosso papel não é o de alimentar o conflito e se transformar em
co-beligerantes indiretos, mas uma medida como o fornecimento de equipamento
militar não me choca, se faz parte de um plano de paz global e uma visão da
relação da União Europeia com a Rússia. Em tal quadro, ajudando as autoridades
legais para se defender é uma medida cautelar e um meio de restaurar o
equilíbrio de poder no terreno, à fim de obrigar a Rússia a aceitar um
compromisso sem se humilhar”, reconhece [mesmo!] Hubert Védrine [que ainda
acredita na teoria da humilhação da Rússia pelo Ocidente que teria levado ao
poder um personagem como Putin ...]
Arnaud Danjean, o deputado do partido UMP (de Sarkozy), acredita que essa
não é uma solução para descartar. “Eu estava relutante, mas a Ucrânia é vítima
de um assalto. Fornecer as armas aos militares
de Kyiv significa ajudar à se defender, porque o atual desequilíbrio das forças
bloqueia qualquer solução política, estimulando a sensação de impunidade do
Kremlin”. Danjean é um especialista em assuntos de inteligência, é muito
crítico da “putinofilia” das elites francesas, incluindo no seu próprio
partido.
Entregar ou não as armas ao Kyiv é uma decisão para cada um dos
Estados-Membros da UE. Um elemento importante, mesmo que os europeus estão se
tornando cada vez mais divididos sobre a questão das sanções vis-à-vis à
Rússia.
Reunidos na noite de quinta-feira (29.1.2015), em Bruxelas, para marcar o
início face a retomada da ofensiva rebelde no leste da Ucrânia, os ministros
das Relações Exteriores têm apenas conseguindo chegar à um acordo mínimo sobre
a ampliação da lista de 132 nomes visados pelo congelamento de seus ativos e
proibições de vistos. Mas apesar dos esforços de Londres, Varsóvia e dos países
bálticos, não se chegou ao acordo sobre o endurecimento das medidas económicas.
A simples menção de possíveis “novas sanções” desapareceu do comunicado
final...
Extrato por Ukraine Libre, a primeira foto @Evgeny Feldman.
Ler e escutar o artigo completo em francês:
Tragédia de Debaltseve
Nos arredores da cidade
de Debaltseve os terroristas russos alvejaram os autocarros, usados pelas
autoridades ucranianas para evacuar os cidadãos fora da zona de combates (FONTE), fotos de @Tim Zlatkin.
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