Nos últimos dias decorrem as batalhas ferozes ente as forças ucranianas
(FAU, Guarda Nacional e batalhões voluntários) e os terroristas russos (FA e
diversa escumalha), na zona de Debaltsevo-Vuhlehirsk. Os russos tentam cercar
as forças ucranianas, fechar o cerco e repetir a massacre de Ilovaysk, as
forças ucranianas resistem, contra-atacando o inimigo com todos os meios disponíveis.
De momento, na região decorrem as maiores duelos de artilharia na Europa, desde
o fim da II G.M.
As forças ucranianas
Como informa voluntário e jornalista Yuriy Butusov,
o estado-maior do setor “C” e o seu comandante, tenente-general Serhiy Popko (o
representante do Ministério da Defesa no estado-maior da OAT), se encontram
atualmente na zona dos combates, de onde dirigem as operações militares da
batalha de Debaltseve.
Como reforço e para facilitar as comunicações, à frente de combate chegou o
1º vice-chefe do Estado-maior general das FAU, Gennadiy Vorobiov, apontado no
cargo, muito recentemente pelo Parlamento e pelo Presidente da Ucrânia. O estado-maior de Debaltseve está totalmente operacional, possui o sistema
de comunicações com todas as unidades da frente. A situação é bastante
complicada, mas os ucranianos combatem com muita dignidade, as forças russas
sofrem perdas consideráveis, ao ponto de admitir este facto nas suas
comunicações. Os comandantes ucranianos estão com as suas tropas, o que origina
a confiança e essa, por sua vez, é sinónimo da vitória.
A tentativa russa de fechar o cerco
O mesmo Yuriy Butusov
descreve as tentativas russas de cercar as tropas ucranianas em Debaltseve. De
momento, o cerco não existe, embora a ameaça do cerco é real. A desinformação
russa sobre cerco e “caldeirão” é evidente.
A auto-estrada M-103, Artemivsk-Debaltseve, está sob controlo ucraniano,
mas sofre os bombardeamentos russos esporádicos. Essa informação é confirmada
pelo Ilya Kiva, o representante do Ministério do Interior da Ucrânia no
estado-maior da OAT e pelos voluntários, nomeadamente, Natália Voronkova e Diana
Makarova, que se dedicam à evacuação das crianças e dos feridos da zona de
combates. As voluntárias contam que a auto-estrada é transitável, embora elas próprias
foram testemunhas em como a artilharia russa alvejava a rodovia.
RT: o terror de amanha... |
Ucrânia, atualmente, não possui as capacidades russas para se defender
devidamente na guerra de informação. Por isso, o dever de todos e de cada um, é
manter a defesa firme contra a desinformação russa na Internet e fora dela.
As perdas dos terroristas russos (29.01.2015)
No decorrer dos combates em Debaltseve, o bando terrorista “Prizrak”
(Fantasma), encabeçado pelo Aleksey Mozgovoy, perdeu cerca de 50 comparsas mortos
e outros 80 feridos. As lideranças terroristas apontaram Mozgovoy como “traidor”,
ele, com o resto da sua unidade se retirou para a cidade de Alchevsk (sua terra
natal), afirmando que “não pretende mandar a sua gente para o abate”.
Ucranianos brincam que ganharam os seus primeiros: 48.000 UAH (3.000 USD) devidos por cada tanque inimigo destruído |
Em Vuhlehirsk a artilharia ucraniana atingiu a base dos terroristas russos,
sabe-se sobre 2 terroristas mortos, 9 feridos, destes dois com gravidade,
informa TSN.ua
As baixas e a resistência ucranianas (31.01.2015)
Decorrem os combates de rua, na e pela vila de Vuhlehirsk (arredores de
Debaltseve). Parcialmente a localidade está nas mãos dos terroristas russos,
parcialmente é defendida pelos ucranianos. As forças ucranianas (FAU, Guarda
Nacional e batalhão “Donbas”) contra-atacam, para não permitir ao inimigo se
entrincheirar na localidade. Ambas as partes usam artilharia, os terroristas
respondem com o fogo dos sistemas “Grad”.
Os dados não confirmados indicam que os ucranianos possivelmente perderam 4
blindados na contra-ataque em Vuhlehirsk, as forças ucranianas chegaram à recuar
para permitir que artilharia quebre os pontos de resistência terrorista. Todas
os caminhos que levam à Vuhlehirsk estão cortados. A defesa ucraniana teme o possível
ataque massificado dos blindados russos (até 30 unidades). As forças ucranianas
declaram que não irão ceder, mas admitem que sentem falta de meios anti-tanque,
embora foi lhes fornecido o carregamento extra de granadas e metralhadoras.
As forças ucranianas receberam a ordem de resistir o avanço terrorista. Mas
o posto de controlo ucraniano em Vuhlehirsk possui apenas dois blindados antigos
e ligeiros, BTR e BRDM. Além disso, os militares sentem cansaço psicológico,
eles estão 3 meses na frente, dois dos quais sob o bombardeamento intenso. Nas
posições longínquas sente-se a falta de água potável.
Na foto: efetivos das FAU e do batalhão "Donbas" |
Apesar de tudo isso, os militares ucranianos juraram honrar o seu juramento
e combater até último homem, escreve o correspondente da TSN.ua, Ruslan Yarmolyuk.
O ferimento do “Semen Semenchenko” (batalhão Donbas)
Nos dois últimos dias, por duas vezes, os terroristas chegaram à atingir a viatura
do comandante do batalhão “Donbas”, Kostiantyn Grishyn, também conhecido pelo
seu nom de guerre “Semen Semenchenko”.
Neste momento, Kostiantyn já está no hospital, ele sofreu uma contusão, tem
costelas partidas, uma das quais perfurou o pulmão esquerdo. Foi feita a
drenagem e ele não corre o perigo de vida. Dois outros voluntários do “Donbas”,
que estavam na sua viatura, morreram (em geral, “Donbas” tive quatro vítimas
mortais na batalha de Vuhlehirsk).
Pela primeira vez, Grishyn foi ferido na emboscada na estrada entre
Debaltseve e Vuhlehirsk, que visou a coluna das FAU e da Guarda Nacional. Pela segunda
vez ele foi atingido na estrada de Chernukhino à Debaltseve. É a triangulação onde de
momento decorre o grosso dos combates pelo controlo efetivo da região.
O vice-governador de província de Dnipropetrovsk, Borys Filatov,
informou que diversos deputados do Parlamento ucraniano, alguns dos quais
também são comandantes dos batalhões voluntários, nomeadamente Andriy Teteruk (Myrotvorets
– Pacificador) e Yuriy Bereza (Dnipro-1), ajudaram na organização de auxílio
médico, proteção e transporte do Kostiantyn Grishyn ao hospital. Sobre o estado
do “Semenchenko”, Filatov, foi, ao seu estilo habitual, curto e grosso: “bastante
batido e torcido, mas irá viver por muito mais tempo”.
O que fazer?
Os dados da inteligência ucraniana apontam que neste momento os terroristas
lançaram quase todos os seus recursos humanos e materiais para atacar e cercar
a cidade de Debaltseve. Até 95% dos blindados e outros equipamentos militares russos,
são empregues pelos terroristas no ataque contra as vilas de Chernukhino e Vuhlehirsk.
Como escreve o assessor do Ministro do Interior da Ucrânia, Anton
Gerashchenko, para aguentar a situação, as forças ucranianas devem iniciar
contra-ataques às bases dos terroristas em Horlivka, Stakhanove e outras
localidades, que estes usam como a sua retaguarda para atacar Debaltseve.
Os heróis não morrem!
Embora os heróis não morrem no plano espiritual, os seus corpos terrestres
por vezes cedem. Assim, escreve, o ex-chefe da Administração Estatal de
Kirovohrad, atualmente o assessor jurídico do comandante do 24º Batalhão de
assalto das FAU “Aydar”, Olexandr
Petik:
Hoje é um dia difícil. Hoje ao céu foram mais dois Heróis – Ruslan e Vadym.
Dois inquebráveis voluntários do “Aydar”. Glória eterna.
Já em Kyiv, em frente da embaixada russa, foram colocados cruzes em memória dos
ucranianos que morreram na cidade de Mariupol, vítimas dos bombardeamentos terroristas dos “Grad”
russos...
fotos@ Azad Safarov
4 comentários:
Segundo informações o batalhão Aydar foi dissolvido isso confere?
O batalhão "Aydar" não foi dissolvido, continua defender a vila de Schastia, existe um grupo de pessoas em Kyiv que se denominam de "Aydar" e existe "Aydar" que está na frente de combate.
Mas o comandante do Aydar esta em Kiev em frente a QG ucraniano. Ele inclusive deu entrevista.
"Comandante" que está em Kyiv não representa o "Aydar" que está na frente de combate.
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