No dia 10 de fevereiro, as forças russas de ocupação, estacionadas à nordeste de Donetsk
(em Horlivka), bombardearam a cidade de Kramatorsk, o ataque russo resultou em 11
mortos, 57 feridos, na sua maioria civis. Provavelmente, os alvos eram a sede
da OAT, localizada no aeroporto local e a sede da guarda-fronteira
ucraniana, mas os foguetões do sistema «Smerch», usados no ataque, caíram,
sobretudo, em zonas civis.
O serviço de imprensa do Departamento de Saúde de Administração estatal de
Donetsk, nas primeiras horas após o ataque informou sobre 16 feridos civis e 10 feridos militares. Não existe a informação sobre os militares ucranianos mortos, escreve Sprotyv.info.
Já o Ministério do Interior da Ucrânia informa na
sua página do Facebook
que uma das vítimas mortais foi o major da polícia ucraniana, Denis
Zhembrovsky (na foto em baixo). Outros dois polícias da unidade territorial de Vinnytsya foram feridos, quando
um dos mísseis russos atingiu a sua área de aquartelamento.
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RIP major Denis Zhembrovsky |
O jornalista de investigação russo, Pavel
Kanygin, que reside atualmente na cidade, escreve no seu FB que mediu o diâmetro da unidade estabilizadora
do míssil que caiu em Kramatorsk, na rua Dvortsova № 46. Os 300 mm apontam ao míssil
do sistema “Smerch”, capaz de atingir os alvos acima de 100 km de distância.
O jornalista também mostra as fotos tiradas na rua Voznesenskoho, que
indicam a possibilidade de uso pelos terroristas de munições de fragmentação
(diversos pontos de impacto na área de 100 x 100 metros).
https://www.youtube.com/watch?v=U_LCQMuWpoo
Os culpadosA chegada do "mundo russo" ao Kramatorsk... |
Cidade de Makeevka, a coluna dos “Smerch” russos, rua Lenine, 10.02.15
https://www.youtube.com/watch?v=OlVlrFzTiVA
O regimento “Azov” on tour, 10.02.2015
"Lá onde nos estamos, não há lugar para mais ninguém" |
Segundo Oleksadr Turchynov, o chefe do Conselho Nacional da Defesa e
Segurança da Ucrânia (RNBO), o regimento “Azov”, as unidades da Guarda Nacional
da Ucrânia com apoio das FAU, romperam as defesas dos terroristas russos na
área de Mariupol e libertaram cinco localidades: Pavlopil, Kominternovo, Lebedisky,
Berdyanske e Shyrokino.
“Foram infringidas ao inimigo as baixas militares sérias. Derrotando os
grupos terroristas russos ao redor de Mariupol, as nossas tropas têm
proporcionado uma defesa sólida da cidade e protegendo os civis contra os bombardeamentos”,
– notou Turchynov, escreve Sprotyv.info.
"Azov" na entrada da Junta de freguesia de Pavlopil |
Oleksandr Turchynov, no meio, sem o capacete |
A ofensiva em Mariupol é coordenada pelo próprio Turchynov, na foto com as
forças especiais, em camuflado e com a pistola automática FORT-221. Ele explica
que a ofensiva da Guarda Nacional e do “Azov” se destina a alargar a zona de
protecção da cidade, mover a linha da frente e expulsar o invasor. A ideia é a
de criar pressão sobre Novoazovsk, forçar a retirada da tropa russa para o
outro lado da fronteira, executar golpes de mão na península de Sedove e aliviar
a pressão a norte, sobre a bolsa de Debaltseve.
Sabe-se que na ofensiva para alargar o cordão de segurança em torno de
Mariupol as forças ucranianas tiveram 14 feridos, do lado dos terroristas, foi o material russo destruído e 6 mortos. Mas a situação é fluída. As
forças russas têm a fronteira por perto, e podem fazer entrar o material que
quiserem, principalmente se os ucranianos não usarem aviação. Pelo contrário, segundo
as informações do «Azov», houve voos de reconhecimento da aviação russa, mas à muita altitude, sem atacar as formações ucranianas (FONTE).
Içada a bandeira da Ucrânia |
A entrada do regimento “Azov” na vila de Shyrokine
https://www.youtube.com/watch?v=04xVHS0LgA8
Prisioneira da guerra: Nadia Savchenko
Sem muita surpresa, o tribunal moscovita Basmanny, estendeu a prisão
preventiva de Nadia Savcehnko, raptada pelas autoridades russas, até 13 de maio
de 2015.
Apesar dos 60 dias de greve de fome, Nadia estava presente na audiência do
tribunal, onde foi aplaudida pelos seus amigos e apoiantes, incluindo a mãe,
Maria e irmã Vera. Ao entrar, Nadia gritou o habitual “Glória à Ucrânia!”, ao
que os presentes responderam “Glória aos Heróis”.
Maria e Vera Savchenko no tribunal, 10.02.2015 |
Nadia falou aos jornalistas russos em russo, declarando a injustiça e
absurdo da sua prisão, explicando mais uma vez que não tive nenhum papel na morte dos jornalistas russos que faziam, de forma ilegal, a
cobertura das atividades terroristas na Ucrânia.
Ucraniana eu nasci, ucraniana eu morrerei! |
Quando juíza perguntou sobre a ocupação da Nadia, a aviadora ucraniana
respondeu com o humor habitual: “(trabalho) na cadeia russa, estou numa jaula”. Nadia
também apoiou o pedido dos seus advogados para o afastamento da juíza, mas
acrescentou com tristeza: “de qualquer maneira, isso não mudará nada, todos
eles são palhaços”. Nadia resiste como pode, mas é notório que ela perdeu muito
peso.
O medo obriga os raptores guardar Nadia com o dedo no gatilho... |
Apenas uma única vez, a calma habitual deixou Nadia. Foi quando a sua mãe,
Maria Savchenko avançou à jaula, onde os ocupantes mantêm a filha e foi parada
pelos guardas prisionais:
“Animais, tirem mãos da minha mãe!”, gritou Nadia, recebendo a reprimenda
da juíza. Após o sucedido, a mãe foi retirada da sala à força, o que,
obviamente, entristeceu Nadia.
https://www.youtube.com/watch?v=om2RYHOiZ74
A resistência de Debaltsevo
Apesar de todos os esforços dos terroristas russos em cercar completamente
as forças ucranianas em Debaltseve, os ucranianos resistem. O jornalista
português Nuno Rogeiro avalia
as forças invasoras em cerca de 4.500 homens, 90 carros de combate, 120
blindados, 30 lança-foguetões múltiplos, tudo para tomar o saliente antes das
conversações em Minsk, no dia 11 de fevereiro, provavelmente para criar um
facto consumado. Mas Ucrânia, com voluntários, recrutas, reservistas, feridos
que regressam às trincheiras, e sem ajudas ocidentais resiste. Até quando? Não se
sabe. Mas resiste.
O 406º grupo especial de artilharia de Simferopil em ação |
De momento, combate-se quase corpo à corpo em
Myronivka, na autoestrada M-04, na aproximação Vuhleirsk-Kalynivka, em
Lovynove, na M-103, e nas aproximações à Popasna, Novagrigorivka, Chornukhine,
Kamyanka, Mius, etc. A paisagem é a de um inferno branco, coalhado de carcaças
de blindados, tanques, artilharia calcinada, camiões com restos mortais.
Muitos veículos ucranianos são velhos, estragam-se, há artilharia que deixa
de funcionar, mas a gente é dura e brava. Chamam-lhe agora, do lado russo, as
«baratas». Tão rudes e teimosos como os ciborgues.
1 comentário:
Croatas se juntam ao batalhao de Azov para ajudar a Ucrania:
http://www.balkaninsight.com/en/article/croatia-not-prosecuting-fighters-in-foreign-wars
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