sábado, fevereiro 14, 2015

Minsk-2: nas vésperas do cessar-fogo em Pisky

Às 0h00 do dia 15 de fevereiro entra em vigor o cessar-fogo. Os mais otimistas até já felicitaram o nosso blogue pela “paz na Ucrânia”. Os mais otimistas não sabem que na guerra que Sérvia moveu contra Croácia, o cessar-fogo foi assinado 13 vezes. Até que a guerra realamente acabou e diversos criminosos de guerra sérvios começaram ser despachados para a Haia...

Não sabemos quanto tempo irá durar o cessar-fogo assinado em Minsk, e até que ponto os terroristas irão o respeitar. Para já se sabe, que nas últimas 48 horas, desde a noite negocial na capital da Belarus, entre 50 à 140 peças de equipamentos militares russos entraram ilegalmente na Ucrânia. Pois, os terroristas russos já deram entender que não irão acatar os acordos alcançados. Os seus sagazes em “rpd” também afirmaram que na sua visão distorcida o cessar-fogo, por exemplo, não é extensivo ao atual assalto em Debaltseve. Enfim, apenas a vinda do armamento altamente defensivo e o despacho dos responsáveis terroristas à Haia irá acabar com a guerra movida contra Ucrânia.

Pisky. Dois do “Donbas”

«Bandera na linha», – pode-se ouvir na rádio. Na localidade de Pisky (arredores de Donetsk, nas mãos da forças ucranianas) decorre a troca da guarda.

por: Anna Tsyhyma, Andriy Bashtoviy

Trocando dois companheiros da companhia “Karpatska Sich” (Sich dos Cárpatos), os voluntários “Donbas” e “Bandera” entraram em posições de combate. Linha da frente. Realmente a “linha da frente”, na sua frente está uma faixa do território neutro e logo depois as posições reforçadas dos terroristas russos. Para cá voam os disparos dos morteiros e os mísseis dos “Grad”. Em frente das posições (ucranianas) regularmente aparece o blindado inimigo, dispara e desaparece.

Os rapazes mostram onde habitualmente fica o franco-atirador. Do outro lado são regularmente vistos os corretores de fogo inimigos. Sistematicamente aparecem os grupos de sabotagem terroristas. Ninguém vive nas imediações destas posições, qualquer movimento detectado é recebido com o fogo das metralhadoras e morteiros RPG.

Ambos têm um pouco mais que 20 anos, mas as memórias da guerra, em apenas um ano reuniram que cheguem para algumas vidas. Participaram na batalha de Popasna, no cerco de Ilovaysk. Ambos, como voluntários do batalhão “Donbas”. O companheiro “Donbas” quase pagou com a vida pelo tatuagem patriótica que tinha no pescoço, quando passou pela cativeiro dos terroristas, após o cerco de Ilovaysk. Conta que tive sorte e fugiu, durante alguns dias caminhou até chegar à sua casa, comia pelo caminho o que apanhava. Ele se tornou “Donbas” já em “Karpatska Sich”, antes disso, era conhecido como “Biliy” (Branco).

As memórias mais difíceis são sobre os companheiros tombados na batalha que não conseguiram retirar do campo de batalha, ou quando os retiravam após alguns dias de espera. Ao «Bandera» não foi fácil voltar para casa: os pais pediam que não volte para a guerra, dificuldades de dormir: «Eu não conseguia dormir, na cabeça passavam as imagens das batalhas…»

Enquanto observam a linha da frente, contam:
Foi para a guerra, para que não cheguem na minha casa, para que não matem, não estuprem. Tenho mais pena é das crianças e das mulheres, são gente pacífica, não têm culpa de nada

De um lado, eu até talvez os entendo em algum ponto, do outro lado não entendo nada… Por exemplo, se «dnr» ou «lnr» estivessem sob a bandeira ucraniana, não sob a bandeira russa, tal como na Maydan, assim mesmo, se manifestariam contra o poder (político), tudo seria bem diferente. Ninguém iria disparar. Agora todo o país luta contra o leste.

Cada dia seu como se fosse último. Vivem não dia-após-dia, mas a hora-após-hora... O irmão mais novo do “Donbas” também está na companhia “Karpatska Sich”, mas sobre ele contaremos numa próxima estória do ciclo «Pisky».

Fonte:

Ver a reportagem, 9'59'':
https://www.youtube.com/watch?v=p5iLlZ8tGik
Os olhos da guerra
1º tenente Pavló Chayka, FAU
Apenas olhem estes olhos, escreve o voluntário ucraniano Yuri Biryukov (Asas de Phoenix), o 1º tenente Pavlo Chayka após combate que durou 9 horas. Simplesmente o nosso herói (FONTE). Acrescentamos que este é o olhar chamado Thousand-yard stare, um dos sintomas da Desordem pós-traumática (PTSD), comum nos militares que passaram pelas grandes sacrifícios e privações na guerra.

A nova artilharia ucraniana


O usuário @tombreadley publica a foto de canhão de longo alcance ucraniano, já equipado com o sistema computorizado básico, que ajuda aos militares ucranianos à ter a maior eficácia no combate ao terrorismo russo (FONTE). 

Sem comentários: