terça-feira, novembro 18, 2014

A guerra ucraniana: Oficiais vs “bois de abate”


Do cativeiro terrorista foi libertado o jovem oficial ucraniano, o 1º tenente Yuriy Smirnov (22), da 55ª brigada de artilharia. Apesar de fortes aliciamentos ele se recusou à trair Ucrânia e negou se aliar ao grupo terrorista “rp de Donetsk”.

A jornalista ucraniana, Inna Lysak, informou no seu Facebook que Yuriy Smirnov já está na cidade de Dnipropetrovsk:

“Hoje, (o tenente-general) Volodymyr Ruban (o chefe do Centro da Libertação dos Prisioneiros) trouxe de Donetsk à Dnipropetrovsk o 500º prisioneiro ucraniano (“carga 500” no calão militar). Os terroristas não planeavam o libertar, mas acabaram por fazê-lo por causa do seu avô”.

O já falecido avô do jovem-oficial é Herói da União Soviética, na II G.M. fazia parte da tripulação do blindado. Quando o neto estava em poder dos terroristas, ele foi levado ao líder dos separatistas, Zakharchenko. Este, durante 40 minutos tentou aliciar o oficial para ele se junte aos terroristas. Yuriy negou categoricamente.

No último dia 17 de novembro os 17 militares ucranianos foram libertados do cativeiro terrorista. Pelos dados do Centro da Libertação dos Prisioneiros “Corpo de Oficiais” (http://officers.kiev.ua), neste momento no cativeiro terrorista ainda estão 703 cidadãos ucranianos, escreve Newsru.ua.

O terrorista russo: “Enviado como boi para o abate”

O chefe da Administração estatal de Luhansk, general Gennadiy Moskal informa sobre a liquidação do terrorista russo, acontecido durante a sua visita à aldeia de Krymske, distrito de Novoaydarivsk.

Na página da Administração na Facebook está escrito que o terrorista se infiltrou na aldeia, possuindo AK e RPG, aproximando-se à comitiva do general Moskal, onde foi abatido pelos militares ucranianos.


Entre os pertences pessoais do malogrado foram encontradas as munições produzidas na federação russa e um bilhete com o texto insólito: “Abateriam (me) logo. Kondratenko Dmitry Viktorovich. 04.09.1975. Rússia, (cidade de) Irkutsk, (rua) Yaroslavskogo, 246 – 97. Percebi – mandaram ao abate como um boi. B(atalhão) “Zaria”, Luhansk. Cheguei 12.11.2014”.
“Abateriam (me) logo. Kondratenko Dmitry Viktorovich. 04.09.1975. Rússia, (cidade de) Irkutsk, (rua) Yaroslavskogo, 246 – 97. Percebi – mandaram ao abate como um boi. B(atalhão) “Zoria”, LuhanskCheguei 12.11.2014”
O general-governador, que é um conhecido e ativo blogueiro, escreveu sobre o caso:

Ou seja, intoxicado pela propaganda putiniana o homem de 38 anos veio da Sibéria à Ucrânia, 5.500 quilómetros (fora) de casa familiar para proteger o “mundo russo”, onde encontrou a sua morte. A julgar pela nota, ele se apercebeu disso, embora já era tarde. Queria que a nota deste Dmitry com o apelido ucraniano seja lida por um número maior das mães e esposas russas. Elas também precisam de entender o que está acontecendo na Ucrânia – não através das imagens de canais de televisão russos, mas com um caso tão trivial na guerra, como aquele que eu próprio testemunhei na (aldeia) de Krymske.

Aos outros mercenários da Rússia que aparecem na Ucrânia para matar a nossa gente e morrer, eles próprios, quero recordar as palavras da canção famosa do Alexander Malinin que é, por acaso o Artista Popular Ucrânia: “Tenente Golitsyn, voltamos talvez? P’ra que precisamos, tenente, a terra alheia?

Blogueiro

Duas vidas se cruzaram na Ucrânia. Oficial ucraniano Yuriy Smirnov é de origem russa. O mais provável que fala russo em casa. Mas jurou defender a Ucrânia e cumpriu o seu juramento. Após o fim da guerra, com certeza irá aperfeiçoar a sua língua ucraniana. Ou então, a ensinará aos seus filhos. O terrorista Kondratento, pelo contrário é cidadão russo de origem ucraniana que veio à Ucrânia para matar os ucranianos. Muito provavelmente não sabia falar ucraniano. Já não aprenderá nada. É assim que nasce a moderna nação ucraniana, onde a sangue e origem étnica são secundárias e auto-determinação de cada indivíduo dita a sua pertença à nação. Coitados, os incapazes de perceber isso...  

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