Neoli Gonçalves da Silva é um dos brasileiros que pediu oficialmente ao
corpo diplomático da Ucrânia para se juntar às Forças Armadas da (Ucrânia) e
lutar contra os separatistas.
Ele não pensa duas vezes ao garantir que se desligaria de tudo que lhe é
caro no Brasil, de tudo que, até então, constituiu sua identidade, para ir
lutar pela Ucrânia nos conflitos que se desenrolam no leste do país. Tanto é
que, no início de março, mandou um e-mail para a Embaixada da Ucrânia no Brasil
querendo se juntar às Forças Armadas ucranianas. Se, em algum momento, a
Ucrânia chamar, esse jovem de 36 anos percorrerá mais de 11 mil quilómetros até
Kyiv e deixará pai e mãe, os estudos universitários em Engenharia da
Computação, o trabalho como segurança e sua cidade natal, Ponta Grossa.
Para muitos pode até parecer loucura, mas para Neoli Gonçalves da Silva não
é. Embora seu nome tenha uma brasilidade inconfundível, o rapaz tem ascendência
ucraniana. Foi criado no meio de pêssankas (aqueles ovos coloridos, pintados à
mão), ouvindo os avós conversando em ucraniano e participando das tradições da
comunidade ucraniana de Ponta Grossa. Por isso defende que essa guerra também é
sua.
“Não posso ignorar o que está acontecendo. A Ucrânia é a terra de origem da
minha família e, portanto, é a minha também. Devo isso a eles. Assistindo ao
noticiário todos os dias, é difícil não se revoltar”, explica Silva. “A
violação da soberania ucraniana não pode ser tolerada. A história nos mostra
que grandes tragédias já aconteceram quando o mundo fechou os olhos para o
expansionismo de outras nações.”
“Alguém precisa aceitar os riscos”
Neoli não tem experiência militar alguma. Porém, domina história e jargões
militares como um capitão de infantaria. Não é para menos, já que leu três vezes
“A arte da guerra”, obra definitiva sobre táticas militares, do aclamado
general chinês Sun Tzu (século 6 A.C.). “O livro me ensinou muito. E não apenas
sobre táticas de guerra. Todo o ensinamento pode ser aplicado ao dia a dia”,
ressalta.
Toda a família, incluindo a mãe, apoia a decisão do jovem. Apesar disso,
também se preocupam com as possíveis consequências da escolha de Neoli. Da
parte do ponta-grossense, ele se mostra bem ciente sobre os perigos de um
conflito armado. Justifica, porém, dizendo que as vidas dos ucranianos são
prioridade. “Nessas situações, algumas pessoas precisam defender as mais
frágeis e aceitar os riscos”, afirma.
O que diz a Embaixada da Ucrânia
Em resposta aos e-mails enviados espontaneamente para o serviço diplomático
ucraniano, a Embaixada da Ucrânia no Brasil informou que agradece a
solidariedade por parte dos brasileiros, mas que a situação no leste do país
está sendo solucionada por vias diplomáticas. A embaixada não quis precisar o
número de e-mails recebidos, mas assegura que são poucos. Nenhum outro
voluntário brasileiro aceitou conversar com a reportagem.
Embora os conflitos entre separatistas pró-Rússia e nacionalistas estejam
todos os dias nos jornais, a situação na Ucrânia não configura um cenário de
guerra, já que nenhuma declaração oficial foi dada pelas partes envolvidas.
Para o direito internacional, portanto, embora a região esteja em conflito, ela
não está em guerra.
Visão romântica da terra natal
Deixar tudo para trás e se dispor a lutar pela Ucrânia. Para a historiadora
ucraniana Oksana Boruszenko (na foto em cima), professora aposentada da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e autoridade académica internacional em imigração ucraniana, essa
atitude é pessoal, faz parte de casos isolados e baseia-se em uma visão
estritamente romântica da terra dos ancestrais.
No Paraná, que abriga a maior comunidade ucraniana da América Latina,
reunindo 400 mil descendentes, não são todos que pensam dessa forma, segundo
Oksana. “O ideal de pátria fica distante do dia a dia dos descendentes. Para
grande parte da quarta geração de ucranianos, a Ucrânia não passa de histórias
contadas pelas avozinhas”, garante a historiadora.
Ela conta que são poucos os descendentes que tiveram a chance de conhecer
pessoalmente a Ucrânia e de compreender a mentalidade do país. Quem conheceu
perde essa visão romantizada, de acordo com Oksana, que faz questão de lembrar
que os primeiros imigrantes ucranianos que vieram ao Brasil em 1891 estavam com
fome de terra e procuravam por melhores condições de vida.
Fonte:
Ucranianos de Portugal apelam ao parlamento nacional
por: Pavló
Sadokha
Ucranianos em Portugal entregaram uma petição aos deputados do parlamento português.
No documento se pede para nomear as auto-proclamadas “repúblicas populares” de
Donetsk e de Luhansk como as organizações terroristas que operam na Ucrânia. Mais informação na página da Associação dos Ucranianos de Portugal (www.spilka.pt)
Contra ucranianos, fogo! (e a culpa é dos americanos!)
Os artilheiros de longo alcance do exército russo filmaram um vídeo amador
que mostra muito bem o interior da sua “missão pacificadora”. Os militares
russos efetuam os disparos indiscriminados contra o território da Ucrânia. Eles
mostram os gestos indecentes e gritam por diversos vezes: “Contra os
ucranianos, fogo! Contra os ucranianos, fogo!” Enfim, um povo irmão e a culpa
toda é dos americanos!!!
https://www.youtube.com/watch?v=RujhgxTS8o0
1 comentário:
Olá Gostaria de ser voluntario também!!!
Como entro em contato com ele??
O blog pode me ajudar com algumas informações?
Possuem algum meio de contato mais simples?
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