Nos não estávamos lá. Nos não estamos na frente da batalha. Nos não
morremos diariamente e não roemos a terra para se proteger dos mísseis dos “Grad”
russos... As crónicas da guerra russo-ucraniana não declarada.
por: Yekateryna
Chernyavskaya (cidade de Kharkiv)
Muita gente esperava esta postagem muito mais cedo, mas ontem nos estávamos
num estado de impossibilidade de falar, em princípio. As emoções afogavam-nos.
Já hoje, queremos dizer tanta coisa, que nem se percebe como enquadrar isso
tudo...
Um grupo de voluntários “Help Army” em conjunto com “Paz e Ordem”
despenderam todos os esforços e passaram pelas inúmeras dificuldades, que nos
tornaram mais fortes, acabando por organizar o concerto no hospital militar!
Uma coisa pode ser dita com certeza: “Isso não foi em vão!” Não sei, se as
pessoas que de uma ou da outra forma ajudaram na organização, precisam dos agradecimentos.
Mesmo assim desejo gritar em voz alta “OBRIGADO!” à vocês todos. Não posso me
conter para não dizer um obrigado especial e algumas palavras calorosas ao Sasha Kvarta.
Nos entendíamos que já meia hora atrasamos o concerto e na sala tínhamos apenas
quatro pessoas, preparando-se para o fiasco. Naquele momento veio Sasha e perguntou
absolutamente calmamente porque não começamos. Como por destino, apareceram os
rapazes feridos. Não muitos e não poucos – 30 pessoas. Estes rapazes, homens, e
até, falando honestamente, crianças, é uma história à parte, a dor. Sasha Kvarta
foi ao palco e começou a sua atuação com as palavras: “Rapazes, nos não
estávamos LÁ...”. Oleksander é um homem SOL. Ele se entregou de tal maneira,
que naquele dia, naquele momento, já era impossível dar mais. Claro, havia o retorno,
de tal maneira poderoso e emocionante que eu sinto o ... estupor verbal.
Nos todos fomos atingidos por uma estória. Veio um rapaz de uns 19 anos e
pediu para não ser fotografado. Pois a sua mãe ainda não sabe que ele esteve na
GUERRA, mãe não sabe que o seu filho ficou gravemente ferido e está sendo
tratado em um hospital militar. A MAMÃ entretém-se com as esperanças de que o seu
filho está numa base de treino, algures nos arredores de Kyiv, e por enquanto
apenas aprende a segurar uma arma nas suas mãos ... Quando Sasha Kvarta cantava
a canção sobre a mãe, o rapaz não conseguiu conter as lágrimas. Mais uma vez
quero repetir que cada um de nós sentiu e percebeu para si mesmo: “Isso, definitivamente,
não foi em vão!!!”.
O blogueiro Slavistan
Pechurko que também contribuiu para o evento, acrescenta:
E você, HYLO, toma o car@lho e não a Ucrânia! O rapaz de certeza voltará para
com a sua mãe e contará ele próprio porquê a estava enganar. Glória à Ucrânia!
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