Perdendo nos últimos tempos uma média de 1.000 homens ao dia (entre mortos, feridos, POW e desaparecidos), o Ministério da Defesa russo já há bastante tempo está à caça dos «voluntários» mais ou menos constrangidos. Dado que os prisioneiros russos não é um grupo social infinito, os militares russos também passaram aceitar os estrangeiros: naturais da Ásia Central pós-soviética, africanos, cubanos, sírios e ultimamente indianos/nepaleses, que se fazem passar pelos temíveis «gurcas», muitas vezes apenas para receber o primeiro pagamento e desaparecer, sem deixar o rasto, tal como aconteceu no nosso caso.
Outros nepaleses, anteriormente se passarem por «sírios» |
Geralmente, os estrangeiros estão interessados em uma autorização de residência russa ou em um passaporte de cidadão russo. Mas a maioria busca dinheiro que não pode ganhar em casa, apesar do risco para a vida e a saúde. Os heróis da nossa história são oito moradores da República do Nepal que vieram para a Rússia em busca de trabalho. Cruzaram a fronteira russa em 14 de outubro de 2023.
A fuga espetacular semanas depois de assinar o contracto e receber o prémio de assinatura |
No início de novembro, ainda em Moscovo/u, assinaram o contrato com as forças armadas da federação russa, enviados à uma das unidades do 58º Exército de Armas Combinadas da federação russa (unidade militar 47084, na Ossétia do Norte, parte do distrito militar do Norte).
Seus nomes (dispostos conforme numeração na foto):
1. Khadka Chetendra, nascido em 29/04/1979, soldado raso, operador de morteiro;
2. Adhikari Yubraj, nascido em 6/10/1979, soldado raso, operador da metralhadora;
3. Bishwakarma Lal Bahadur, nascido em 08/05/1983, soldado raso, atirador sênior;
4. Bishwakarma Tilak Bahadur, nascido em 05/08/1989, soldado raso, operador da metralhadora;
5. Khadka Deepak, nascido em 26/07/1998, soldado raso, operador de morteiro;
6. Bhattarai Laxman, nascido em 26/07/1982, soldado raso, operador da metralhadora;
7. Pahadi Jagadish, nascido em 22/07/, soldado raso, atirador sênior;
8. Rahapal Sushant Kumar, nascido em 17/06/1992, soldado raso, atirador.
Cada um deles recebeu 195.000 rublos (aproximadamente 1963,8 Euros), em forma de prémio antecipado, após assinatura do contrato com as forças armadas russas. Depois disso, os nepaleses foram enviados à uma unidade militar russa, localizada na região de Rostov. Porém, os heróis da nossa história decidiram que “um pássaro na mão” era muito melhor que serem mortos pelas FAU e pretenderam não arriscar a sua vida. Passando menos de duas semanas em serviço, na noite de 16 para 17 de novembro de 2023, os nepaleses escaparam da sua unidade militar. Neste momento são procurados como desertores, acusados de acordo com o art. 337º do Código Penal da federação russa - abandono não autorizado de uma unidade militar. Até 1 de dezembro de 2023 não foram encontrados. Provavelmente já estão fora do território russo.
Uma história de sucesso de expatriados nepaleses. Tal como a história de um outro «estudante» nepalês, que alegadamente estudava biotecnologia em Moscovo, até que já não tinha dinheiro para pagar os seus estudos. Também assinou o contracto com o MoD russo e foi capturado pelas FAU (o rapaz ganhou cerca de 40 dólares em 1,5 meses de serviço). Passará algum tempo na cadeia ucraniana, o mais importante, irá sobreviver, não irá morrer pelos ideais do regime fascista russo...
O mercenário nepalês foi capturado ao sul de Zaporizhia, juntamente com outros POW russos do 70º regimento de infantaria/rifles motorizada, criado em 2016 especialmente para uma agressão em grande escala contra Ucrânia.
Fonte @dosye_shpiona
Sem comentários:
Enviar um comentário