Fascismo estatal russo em repressão contra os líderes neofascistas

O conhecido terrorista russo, Igor «Strelkov» Girkin, foi detido em Moscovo/u. Como  informa a sua esposa, Girkin foi detido e acusado de acordo com o Art. 282º do Código Penal russo («extremismo»).

O tribunal de Moscovo, encarregue do caso, deliberou a prisão preventiva do reu nos próximos 60 dias, até 18 de Setembro, num estabelecimento do tipo prisional (SIZO). O próprio réu pedia a prisão domiciliar, argumentando o pedido com a situação dos seus «problemas cardíacos». O caso do Girkin é investigado pelo FSB, à quem o mesmo pertencia no passado mais recente. Se acredita que Girkin sempre foi protegido pelo FSB, caso contrário seria incompreensível o seu estatuto de «intocável», face à sua constante e bastante agressiva crítica do MoD russo e da sua mais alta liderança. 

Postagem do Girkin no seu TG canal (19.07.23), onde ele chama putin de
«nulidade» e de «medroso medíocre»

O advogado de Strelkov, Alexander Molokhov, disse que seu cliente foi formalmente acusado de extremismo («apelos públicos à fim das atividades extremistas na Internet», pena máxima até 5 anos) por causa duas postagens no canal TG em 25 de maio, nas quais se tratava da Crimeia e dos militares dos 105º e 107º regimentos aerotransportados com os salários não pagos.

Ex-deputado regional e cirurgião da EMP «Wagner» Patrovsky,
que formalmente denunciou Girkin

Girkin informa (17.07.2014) sobre abate do alegado An-26 ucraniano,
na realidade Boeing-777 do voo MH17 

A guerra de agressão russa na Donbas foi efetivamente iniciada pelo Igor Girkin, que comandando uma unidade paramilitar, formada, armada e financiada pelo FSB/estado russo, atacou várias cidades ucranianas e encabeçou a rebelião armada. Em julho de 2014 a unidade de Girkin foi responsável técnica pelo abate do Boeing-777 do voo MH17, que resultou na morte dos 298 passageiros e tripulantes. 

Os apoiantes de Girkin, cerca de 50 pessoas, apareceram junto ao tribunal, gritando os slogans patéticos como «liberdade» e «vergonha». Em resultado, a polícia russa deteve Pavel Gubarev, o separatista ucraniano, animador infantil de profissão, que se tornou «governador popular» nos primeiros momentos da invasão híbrida russa de Donbas em 2014.

Bónus 

Durante o ataque russo à mina perto de Krasnohorivka em 20 de julho, as FAU liquidaram o comandante do pelotão UAV Mikhail Luchin, propagandista russo, o autor do TG canal «Misha na Donbass».

Luchin se tornou conhecido, em abril de 2023, quando os hackers ucranianos da Cyber ​​​​Resistance entraram na sua conta do AliExpress e lhe encomendaram dildos no valor de 25.000 USD. O propagandista coletou esses fundos para a compra de drones.

Recentemente, Luchin também tinha problemas com a justiça russa, acusado de divulgar as «notícias falsas» sobre as suas forças armadas, devido à crítica da atuação do MoD e a divulgação de factos de não pagamento dos salários aos militares russos.

Blogueiro

Estado russo iniciou a onde de repressão contra os seus críticos da extrema-direita, face aos diversos problemas internos. É uma tática absolutamente habitual, usada pelos diversos regimes russos desde o século XIX, com o surgimento da discussão entre as coerentes liberais e conservadores da sociedade russa. Desde sempre, o estado russo começa o seu ataque contra as liberdades individuais, por parte da ala mais liberal da sociedade, os chamados «ocidentalizados», para, logo de seguida, atacar a ala conservadora, os «antiocidentais», os «da terra», diversas correntes neofascistas. A única salvação para um adepto da «rússia forte» é ser total e absoluto apoiante do regime reinante. Ser mais putlerista que putin, pois, segundo os ensinamentos do pai do neofascismo russo Ivan Ilyin o soberano russo é absolutamente infalível. Algo que Girkin e os seus adeptos não queriam aceitar.