Honrem onde quer que estejam!
Destruição dos ucranianos como uma Nação – este era o objetivo dos organizadores do Holodomor. Finalmente eliminar a língua, a cultura, a história, tudo o que torna os ucranianos únicos neste mundo. Por isso a envergadura do crime foi tão grande, por isso foram mortas milhões de pessoas.
Mesmo os que sobreviveram em 1932-1933 se tornaram as suas vítimas. Tiveram que esquecer quem eles eram, quem eram os seus antepassados, o que os seus descendentes deveriam preservar para o mundo. Tinham que esquecer quem os matava e por quê.
Morte e esquecimento – essa era a meta de Estaline e os seus comparsas em relação aos ucranianos.
Que não foi alcançada. Ucranianos sobreviveram e não esqueceram. Existem e se lembram. Existem, exactamente porque que se lembram.
Se lembrem do Holodomor.
Lembrem
que as disputas internas ajudavam ao inimigo externo.
Lembrem
o que acontece com aqueles, à quem faltarão as forças para defender a
liberdade. Quem pretenderá troca-la pelo pão. Que após a perca da liberdade perderá o
pão.
Lembrem
de quão caro sai a fé cega em slogans
atraentes. Como “terra aos camponeses” se facilmente transformou em “camponeses
debaixo da terra”.
Mas também lembrem dos ucranianos se levantavam à luta contra o regime comunista. Pelas suas revoltas, eles conseguiam desferir-lhes os rudes golpes, o tornaram mais fraco, incapaz de repetir, algures numa outra parte da Europa escravizada, os crimes da escala do Holodomor.
Lembrem daqueles ucranianos que compartilhavam o seu último pão, enfraquecidos pela fome, mostravam ao mundo a força de humanidade.
Lembrem
a vingança de um jovem ucraniano em Lviv, pelo assassinato de milhões de seus
irmãos e irmãs, que se tornou uma manifestação da dignidade nacional.
Lembrem daqueles ucranianos que preservaram a memória do passado, embora pagavam por isso,
com a sua liberdade e até mesmo com a sua vida.
Lembrem
dos não-ucranianos que tiveram a força de dizer a verdade ao mundo, mesmo
quando ninguém os queria ouvir.
Esta memória é revanche ucraniana pelos milhões de mortos. Ela os torna mais fortes, porque dentro da memória os mortos voltam à vida, se participem do lado ucraniano nas lutas atuais.
Por
isso os herdeiros dos assassinos então procuram apagá-la. Eles tentaram reescrever
os livros de história na Ucrânia, fechavam arquivos, espalhavam as inverdades sobre
o Holodomor.
Mas
a verdade se revelou mais forte, memória – insuperável. E assim transformou os
ucranianos.
As mãos da criança, que há vinte anos, acendeu, pela primeira vez a vela da memória, tornaram-se nas mãos de um soldado segurando uma arma, protegendo os seus pais.
Olhos
que, ficavam em lágrimas pela história que contava avó sobre a sua
sobrevivência em 1932-1933, agora olham com confiança para o inimigo através de
uma mira.
Uma
Nação que se uniu nos momentos para honrar os mortos de fome no passado, se uniu
para proteger o seu futuro e criou um exército poderoso. A tristeza pelos
antepassados mortos dá força para proteger os seus descendentes.
Lembramos! Somos fortes!
Produção
de vídeo @Young & Hungry
Omelyan
Oshchudlyak & Yura Dankevich