quinta-feira, fevereiro 15, 2018

Síria: o fim dos bastardos inglórios do grupo Vagner

O blogueiro militarista russo Mikhail Polynkov considera que o número de 600 mercenários russos mortos pelo exército e marinha dos EUA na Síria pode ser demasiadamente otimista. Polynkov visitou no hospital russo um dos mercenários feridos e publicou a sua história, contada na primeira pessoa.
   

Os pontos mais importantes das “impressões” do mercenário:

1. Os mercenários russos assinavam os contratos com a empresa russa “Euro Polis” e vinham para Síria na qualidade de cooperantes civis: chefes do património, geodesistas, topógrafos, etc.

Sabe-se que empresa russa “OOO Euro Polis” [ler mais], celebrou um memorando de entendimento com o governo sírio em que comprometia-se à libertar os campos de petróleo e gás, as fábricas de processamento e outros objetos da infra-estrutura de gás e petróleo, capturados pelas forças de oposição ao regime de Damasco, e depois defendê-los. Em resultado, a OOO Euro Polis deverá receber ¼ dos dividendos da produção de petróleo e gás destes mesmos campos, a empresa também é reembolsada separadamente e de forma adicional, pelos seus custos de operações de combate. O memorando é válido por 5 anos, embora só entrará em vigor efetivo após a adopção de uma nova legislação síria, algo que simplesmente pode nunca acontecer.

2. No ataque à fábrica, onde estavam aquarteladas as forças curdas, com a presença dos militares americanos participaram três esquadrões de assalto. “Vesna” (Primavera) – ex-“Karpaty” (Cárpatos), composto por separatistas ucranianos de Donbas e mercenários russos que participaram nas actividades terroristas no leste da Ucrânia. 2ª e 5ª destacamentos de assalto. Cada unidade era composta por 350 pessoas. Cada destacamento possuía os seus próprios equipamentos de combate, como sistemas antiaéreas ZU, montados nos camiões/caminhões russos “Ural” e blindados BRDM. Na operação participou o grupo blindado, composto por tanques dois ou três T-62, BRDM, BU-57 e uma divisão de canhões M-30. Aos mercenários foi prometida a cobertura da defesa antiaérea, algo que não aconteceu. Praticamente não houve nenhum sírio na coluna. Mas aos diversos mercenários russos foram distribuídas as bandeiras sírias.

O grupo “Vesna” começou o ataque. O 2º e 5º destacamentos estavam em formação de marcha, esperando pela segunda ordem. Quase imediatamente após o início do assalto, os mercenários russos se tornaram alvo do bombardeamento americano [possivelmente os morteiros de 120 mm]. Durante muito tempo os mercenários ficaram com sistemas de comunicação inoperacionais. Depois eles sofreram um pesadíssimo ataque aéreo de bombas e mísseis. A precisão dos bombardeamentos era absolutamente incrível. Os meios aéreos recebiam as coordenadas muitíssimo precisas à partir da terra. Por exemplo, um míssil acertou diretamente no blindado BRDM, 11 mercenários foram atingidos. Durante cerca de quatro horas, os restos da coluna foram alvos de fogo de helicópteros americanos, de trabalhavam de forma giratória. Na saída, os restos das unidades foram novamente atingidas pelo ataque de helicópteros que usavam os mísseis. Até ao rio Eufrates de todo o grupo blindado chegou apenas um tanque [possivelmente T-62]. A inteira divisão de artilharia ficou aniquilada. Um dos canhões foi atingido diretamente no pilha de obuses.

3. A fonte diz que apenas o seu destacamento teve 200 mortos. Tendo em conta que a sua unidade nem sequer chegou à participar no assalto.

4. Hauve muitos voos militares russos, transportando mortos e feridos. Estes eram transportados não só para Moscovo e arredores, mas também para São Petersburgo e Rostov-no-Don. A evacuação foi rápida, os mercenários eram levados com as vestes que tinham no corpo no momento do ataque.

5. Sobre ausência das fotos e dos vídeos. Todos os mercenários russos assinam o contrato com estrita proibição de tirar fotos e vídeos. Nos seus smartphones (que eles podem usar, de forma parcial fora dos combates, aquartelados nas bases) é instalado um programa especial que bloqueia o gravador e a câmara.

Blogueiro: facilmente podemos imaginar que os curdos (que tiveram a participação mínima), receberam o pedido americano de não fazer / não divulgar as imagens, que, por sua vez, seguramente foram feitas, de forma abundante, à partir dos drones e dos satélites que monitoraram aniquilação dos mercenários. Também, é de louvar o uso, em primeira mão dos alegados separatistas de Donbas, desta feita as Forças Armadas da Ucrânia (FAU), foram poupados do trabalho futuro.

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