Estes
dias o tema dos “povos irmãos” novamente é pedalado do outro lado da fronteira ucraniana.
O ator russo Oleg Tabakov se desculpou por suas anteriores palavras xenófobas anti-ucranianas, novamente
afirmando que os ucranianos e russos são os “povos irmãos”. Veio o ex-líder
do grupo terrorista “lnr”, Bolotov e também falou sobre o “povo único” e “povo irmão”.
O discurso é repetido pelas personagens russas de calibre menor. Mudou a
tonalidade da imprensa russa. Sobre a “irmandade” e “fraternidade” começaram a falar
certas criaturas na Ucrânia. A mesma bandeira é usada pela representação local da
Igreja Ortodoxa Russa (Patriarcado de Moscovo).
por: Igar Tyshkevich (o texto
adotado)
Ou
seja, “entender e perdoar” ou se calhar, até pedir lhes o perdão...
Até
que, em seguida, aparece a informação sobre a abertura da exposição de balas e estilhaços
que os médicos da cidade de Dnipro retiraram dos corpos dos ucranianos. A frase
do médico-chefe do Hospital Provincial Clínico “Mechnikov”, Serhiy Ryzhenko, é abaladora: “em
27 meses de trabalho os nossos médicos efetuaram mais de 3,5 mil operações, foi efetuda a transfusão de 2 toneladas de
sangue e foram salvos 2 mil combatentes. Estamos orgulhosos disso” (ver
a exposição).
Duas toneladas de sangue. Dois mil quilos. Num um único hospital. Fora da frente de
combate...
Dizem que são irmãos? Talvez. E até irmãos de sangue. Milhares de
ucranianos e as pessoas de outras origens étnicas. Eles doaram a sangue para
salvar a vida de outros. Feridos no decorrer da defesa do país. Defesa face o
ataque daqueles, que hoje estão choramingar sobre a “fraternidade”. Desculpem,
mas como dizem em Odessa, vocês não estavam aqui!
Irmãos?
São aqueles que gostam de filosofar sobre o amor aos vizinhos. E enviam lhes as
caravanas de “comboios humanitários”. Alias, que levam aos vizinhos as munições
e os mercenários. E de lá aquilo que os atrai. As máquinas, os equipamentos, as
fábricas inteiras.
Irmãos?
São os mesmos que ainda alguns meses atrás gritavam sobre o “fuzilamento dos
ucranianos”. Aqueles, para quem no diálogo existem duas opiniões: a sua e do
inimigo, a errada. E mesmo assim, a “sua” revela-se um modelo vindo da TV. Ouviram
e repetiram.
Irmãos?
São os mesmos que aplaudiram aos bombardeamentos do país vizinho à partir do
seu território. Mas acreditam que não merecem nem mesmo a reprimenda, na forma de
sanções e condenações, vinda de outros países.
Irmãos?
São os mesmos que consideram honroso enviar as forças regulares para a guerra, forçando
as à remover as insígnias. Para depois repetir que “não estamos lá”.
Naturalmente,
precisamos de pensar como parar a guerra. Fazer com que seja possível viajar em
segurança por tida Ucrânia, de um lado ao outro. Fazer com que não haja novas
peças na exposição de balas e estilhaços extraídos dos corpos. Fazer com que os
ucranianos não se ajoelhem, se despedindo dos caixões dos seus compatriotas.
Mas
há coisas que não podem ser alteradas. São veteranos aos 19 anos de idade. São viúvas
e órfãos. São jovens que estão aprendendo a viver uma vida nova. Aqueles que
ficaram, como se diz politicamente correto, deficientes. E a terra ucraniana saqueada
e toneladas de minas e obuses, enterrados nela.
São
duas toneladas de sangue.
Já
é tarde para exclamar simplesmente: “paz-amizade-chiclete”. A coisa mais
simples que podem fazer os russos é forçar o seu governo a retirar as suas
tropas e os mercenários da Ucrânia. Isso também pode ser feito pelo Kremlin, e
até sem receber a dica popular. Aí os ucranianos vão se entender uns com outros.
Vão se entender bastante rapidamente.
E
apenas à partir do momento em que “os não estão lá” realmente não estarão no leste
da Ucrânia e na Crimeia, será possível permitir a conversa sobre as matérias elevadas.
Caso contrário, Ucrânia e os ucranianos estão sem saída. Terão que eliminar os
resíduos humanos que avançam através da fronteira. E as conversas fiadas sobre a
irmandade não servem para nada.
A
guerra deve ser parada. E será parada, mais cedo ou mais tarde. Além disso,
haverá paz e a vizinhança tranquila entre Ucrânia e a Federação Russa. Até haverá
o comércio. Haverá de tudo. Até mesmo as relações normais entre as duas nações.
Algum dia, talvez, até “amigáveis”. A história conhece as voltas bem mais
complexas. Afinal, os ucranianos é um povo bom e facilmente apaziguado. Haverá
a paz – o povo irá calmamente observar a vida no país vizinho. Mas, por cima de
uma fronteira fortificada. E, muitas vezes, através de uma mira. Apenas por que
assim ficará muito mais tranquilo.
Por que? A resposta é simples: por duas toneladas
de sangue.
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Quem
quiser ajudar à uma unidade de forças especiais de fuzileiros navais da Ucrânia
ou às crianças órfãos do orfanato de Vorzel: Webmoney: U247333217329 ou Z293974971904
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