A
coluna sem início e sem fim. Cheiro de gasóleo e um fumo azul por cima. Um
rapaz vestido de civil com as lágrimas nos olhos, deve ser veterano... centenas
de moradores de Kyiv com os telemóveis. Os turistas franceses encantados perguntando
o seu tradutor vezes sem conta...
Eu
fiquei todos os quarenta minutos, quando eles se moviam, levantando a mão
direita e mostrando aos rapazes o sinal de V com os dedos – eles abanavam as
mãos em resposta, tocavam as buzinas...
Tudo
isso já aconteceu, apenas era uma noite, pois no inverno na Ucrânia a noite cai
logo depois de almoço. 23
de janeiro de 2015. Na saída da cidade de Chervonoarmiisk (atual
Pulyny). Estávamos sentados no café com as pessoas que retiramos da Vodiane.
Todos estávamos a descongelar.
Todos estávamos a descongelar.
Os
pés eram molhados, o nevoeiro e a humidade eram terríveis, fadiga de alguns
dias na Operação Antiterrorista (OAT)...
As
emoções de Olha de 5 anos que por meio ano viveu sem a energia elétrica numa
cave e agora estava colada à TV assistindo os desenhos animados e comendo um
borsh quente...
As
mulheres deslocadas bebiam o chá, choravam, contavam, interrompendo-se mutuamente,
os horrores sobrevividos... O “tio Sérgio” encontrou uma mulherzinha inconsolável
que foi incapaz de ir ao Donetsk, pois o tráfego rodoviário foi bloqueado e
entrou o regime dos passes, e onde os arranjar, era noite ... e lá, no centro
oncológico estava o seu neto...
E
cada um de nós, voluntários, telefonava algures, tentava resolver, ajudar...
Através
do riso dos heróis do cartoon na TV ouviu-se o arrastar de ferro pelo alcatrão.
Passava uma coluna de blindados.
Eu,
então, saltei para a rua, fiquei na berma, levantei a mão e segurava essa V
triunfante .... enquanto eles estavam passando. Eu gritei lhes alguma coisa, eu
queria tanto que eles vissem que são apoiados. As lágrimas escorregavam pela
face, era frio, eu tentei sorrir. Os meninos estavam dirigindo à aldeia de
Pisky, diretamente para o combate...
Então,
hoje eu não tinha vergonha que chorava quando passava a coluna. Eu estava tremendo, tal como naquele dia.
Eu
quero que todos respeitem o seu Exército. Que está apenas aprender e se formar.
Sim, o organismo não é perfeito, não é como nas imagens, mas ela protege e
minha e vossa paz.
Eu
quero que nós aprendêssemos a respeitar os nossos Defensores. E se eles não são
como você os imaginava, então, levante a sua bunda perfeita da cadeira ou sofá
confortável e substitua-os!
Sim.
É necessário realizar as paradas, sim, devemos aprender a olhar nos olhos
deles. Ucrânia se mantém porque eles morrem por ela.
Lembrem-se
disso sempre.
Texto
e fotos da praça da Vitória em Kyiv são da voluntária Irina
Soloshenko; as fotos da avenida Khreshatyk e junto ao metro “Lva Tolstoho”, em Kyiv, são do veterano da OAT, Oleksiy
Yankoviy.
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