O
presidente do Uzbequistão, Islam
Karimov, homem que governou o seu país natal com a mão de ferro por 26 anos, morreu
em 2 de setembro em Tashkent aos 79 anos, vítima de uma hemorragia cerebral,
que ocorreu há alguns dias, escreve Fergananews.com.
Islam
Karimov nasceu em 1938 na cidade de Samarcanda, em 1960 foi graduado pelo
Instituto Politécnico da Ásia central, em 1964 se filiou no PCUS e em 1967
terminou o Instituto da Economia Popular de Tashkent, viveiro dos quadros da
elite soviética partidária e económica. É engenheiro mecânico pela sua formação.
Desde
1966 trabalhou na Planificação Estatal (GosPlan) do Uzbequistão Soviético; em 1983 se
tornou o ministro de finanças da sua República, em 1986 — o vice-ministro do
Conselho dos Ministros e chefe da Planificação Estatal do Uzbequistão. Em 1986-1989
é chefe do PCUS ao nível distrital, desde junho de 1989 é Primeiro Secretário
do CC do PC do Uzbequistão.
No
dia 24 de março de 1990 se torna o presidente do Uzbequistão Socialista, numa
eleição pelo parlamento, sem candidatos alternativos (antes do fim da URSS),
repete a eleição em 1991 (após a desintegração da União Soviética). Em 1995 prorroga as suas funções até 2000, repete a
dose em 2000, 2007 e 2015. Deixa a viúva e duas filhas – Gulnara (1972) e Lola (1978).
Legado
político
Após a independência, Karimov tinha cultivado os símbolos islâmicos, a fim de
cooptar a oposição religiosa. No entanto, desde 1999, começou a luta contra o “wahabismo”,
o termo que tornou-se o guarda-chuva para se referir a todas as cepas de oposição
islâmica. No Usbequistão tornou-se a prática comum a prisão dos cidadãos sem
julgamento, o uso frequente de tortura, assim como os casos dos ocasionais “desaparecimentos”.
Em termos geopolíticos, o país balançava entre os EUA e a Rússia.
Sofreu a hemorragia cerebral na manha do 27 de agosto
de 2016, morreu às 15h35 (hora local) em 29 de agosto de 2016. UPD: A morte do Karimov foi confirmada oficialmente no dia 2 de setembro de 2016, sabe-se que o corpo será sepultado em 3 de setembro em Samarcanda, na sua terra natal, o país decretou o lito nacional de 3 dias.
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