Como é sabido, a URSS estava “em frente de todo o planeta” não apenas no domínio do ballet e cosmos. Na década de 1980, a União Soviética também superava Ocidente em diversas áreas da vida quotidiana da sociedade.
1. A URSS era um dos líderes mundiais em número dos assassinatos (por 100.000 habitantes)
Em 1980, a URSS ocupava o 5° lugar no mundo em número dos assassinatos, superado apenas por países como Colômbia, que naquela década estava na auge da guerra contra o narcotráfico. A prevalência dos assassinatos na República Socialista Federativa Soviética da Rússia (RSFSR) era maior do que a média soviética. Se em 1970 na RSFS da Rússia se cometeram 9,8 mil assassinatos, em 1975 já eram 14.000 e em 1980 – 18.000. Em média, em 1989 na URSS eram assassinados (por 100.000 habitantes) os 12,4 pessoas, enquanto na França – 1,1; na Alemanha – 1,0; na Inglaterra – 1,04 e na Irlanda do Norte, onde decorria a luta armada entre IRA, grupos paramilitares protestantes e as forças policiais, este indício era de apenas 4,72.
2. A URSS era um dos líderes mundiais em número dos suicídios (por 100.000 habitantes)
Em 1984, a URSS ocupava o 2° lugar mundial em número dos suicídios, com índice de 38,8 casos por 100.000 habitantes. O número maior estava registado apenas na Hungria socialista em 1983, que era o líder absoluto neste domínio — 45,3 casos (por 100.000). Para comparação, em 2010 na Rússia este índice era de 23,1 (6° lugar mundial), assim como em 2006 nos vários países da União Europeia: França – 17,7; Alemanha – 9,4; Reino Unido – 9,2.
3. No início da década de 1980, a URSS era o maior consumidor mundial de álcool (per capita)
Se em 1960 na URSS se consumia (per capita, por ano) os 3,2 litros, em 1970 – 8,7 litros, já em 1980 – 10,8 litros. Com a prevalência maior na RSFS da Rússia. Os dados do Comité Estatal da Estatística (Goskomstat) apontam que em 1984 na RSFS da Rússia foram consumidos 10,5 litros de álcool legal (per capita), acrescentado de 3,3 litros da aguardente caseira na base de açúcar e 1,1 litros de outros produtos, que somavam os 14,9 litros (estes dados eram mantidos em segredo até 1988). No mesmo 1984, o segundo país em termos de consumo era a França com 13,5 litros. Além disso, enquanto nos países europeus se bebia maioritariamente o vinho (França, Itália, Portugal) ou a cerveja (Reino Unido, Alemanha), na URSS se consumia as bebidas alcoólicas fortes.
A URSS também era o 2° produtor mundial do álcool etílico (também largamente consumido pela população), a Grande Enciclopédia Soviética, no artigo “Indústria de álcool na URSS” mencionava o facto do que o país aumentava em mais de 50% a sua capacidade produtiva à cada 10 anos. Em 1974 o país alcançou o 2° lugar mundial, produzindo 184 milhões de toneladas, superado apenas pelos EUA com 260 milhões de toneladas. Em 1973 o Brasil produzia 45 milhões de toneladas, Alemanha Federal – 28,4; Reino Unido – 19,1; Itália – 18, França – 8,7.
O 91,6% do parque industrial de produção de álcool estava situado na Rússia, Ucrânia e Belarus. Além disso, a URSS cooperou tecnicamente com a Europa do Leste no domínio da produção de álcool, a Polónia em 1973 produziu 24,9 milhões de toneladas, ultrapassando Reino Unido e a França juntos, Roménia com 9,5 milhões e Checoslováquia com 13,3 milhões também superaram a França individualmente. O álcool barato e acessível contribuiu para a disseminação recorde de alcoolismo na URSS.
4. A URSS sempre liderava mundialmente em número de prisioneiros (por 100.000 habitantes)
Nos anos da repressão estalinista estes números eram especialmente gritantes, mas mesmo em 1986 na URSS estavam encarcerados 846 pessoas (por 100.000 habitantes). No Reino Unido este índice era de 148 pessoas, na Alemanha – 95, na França – 85, hoje na Rússia estão atrás das grades 611 pessoas. Os números soviéticos eram especialmente altos, pois vários crimes menores, delitos e até transgressões administrativas eram punidos com as penas afectivas, no Ocidente substituídos, entre outros, pelo trabalho comunitário.
5. Durante os 50 anos a URSS era um líder mundial em número dos abortos (por 100.000 habitantes)
A Rússia Soviética foi o primeiro país do mundo a legalizar os abortos em 18 de Novembro de 1920. Já em 1934 na URSS eram interrompidas 23,3% de todas as gravidezes (mais do que nos EUA em 2008), em Moscovo, no mesmo 1934, eram abortadas 73% das gravidezes.
Em 1965 na URSS foram feitos 5,6 milhões de abortos, nas décadas de 1970 – 1980 todos os anos na União Soviética se efectuavam mais de 4,5 milhões de abortos. Apenas recentemente, a China comunista que possui a população 9 vezes superior a da URSS, superou o “recorde” soviético de 1965. Em 1965 na RSFS da Rússia eram abortadas 60-65% das gravidezes, em 2008 na Rússia foram interrompidas 44,7% de todas as gravidezes. Uma das razões que levou a essa situação era a falta gritante na URSS dos preservativos e outros métodos contraceptivos.
6. Durante muitos anos a URSS era um líder mundial em número das violações (por 100.000 habitantes)
Em 1989 na RSFS da Rússia foram registadas 14,6 mil violações e a média soviética dava 10 violações por 100.000 habitantes, o número superado apenas pelo Lesoto, Suazilândia e África do Sul. No fim da década de 1980, 69% de todas as violações soviéticas eram registadas na RSFS da Rússia, já em 2008 a Rússia ocupa a nada má 36ª posição, com índice de 4,4 violações por cada 100.000 habitantes.
7. Na década de 1980, a URSS ocupava as primeiras posições em número dos divórcios, registando em 1980 os 4,2 divórcios por 1000 habitantes. Em 2004, a Rússia continua ocupar o 2° lugar mundial, registando 4,42 divórcios por 1000 habitantes por ano.
8. A URSS liderava em número dos fumadores e em quantidades de cigarros produzidos (em números absolutos)
Em 1975 na URSS foram produzidos 364,3 biliões de cigarros, sem contar com o tabaco empacotado e a makhorca (tabaco de baixa qualidade). A URSS ocupava o 3° lugar na produção de cigarros (após os EUA e a China), ocupando as posições do topo no consumo de cigarros. Os EUA que produziam 616 biliões de cigarros, exportavam a maioria da sua produção, a URSS fabricava os cigarros para o consumo interno. Durante os 10 anos, entre 1970 e 1980, o consumo dos cigarros aumentou na URSS em 50 biliões de unidades por ano (de 375,3 biliões para 424,6 biliões), com o consumo maior na RSFS da Rússia. A título de comparação, em 2005 na Rússia foram fumados 375 biliões de cigarros.
Mais uma vez a URSS cooperou tecnicamente com a Europa do Leste no domínio da produção de cigarros, elevando a produção da Polónia à 83,6 biliões por ano, da Bulgária à 71,4 biliões, Roménia à 28,8 biliões, Hungria à 24,5 biliões, Checoslováquia à 23,0 biliões, RDA à 19,9 biliões. Na URSS e na Roménia se produzia 5 cigarros por dia por cada habitante do país, incluindo os bebes, na Polónia – 7 e na Bulgária quase 40 cigarros por dia. Também não se deve esquecer que uma parte considerável da produção búlgara era exportada para a URSS (a principal marca búlgara vendida no país era a “BT”). Hoje a Rússia continua ocupar o 1° lugar em número dos fumadores (per capita), dados da OMS apontam que na Rússia fumam os 70,1% dos homens.
Fonte (com todas as estatísticas comparativas):
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