No mais um aniversário do trágico acidente na estação nuclear ucraniana de
Chornobyl, queremos vós contar sobre o projeto do jornalista fotográfico americano
Gerd Ludwig. Nos últimos 20 anos ele 9 vezes visitou a zona do Chornobyl. O seu
trabalho chamado «Long Shadow of Chernobyl» ele dedicou às numerosas vítimas do acidente nuclear.
No dia 26 de abril de 1986 os operadores do reator № 4 da estação nuclear
do Chornobyl cometeram uma série de erros graves durante a execução dos testes no
equipamento de fornecimento de energia elétrica
de emergência. Essas ações levaram ao maior acidente nuclear no mundo até o
momento.
Pela primeira vez Gerd Ludwig visitou Chornobyl em 1993, como repórter da «National
Geographic». Naquele momento ele investigava o tema da poluição industrial do
meio ambiente, em resultado escreveu o artigo intitulado «Soviet pollution: a lethal legacy».
Na zona de exclusão do Chornobyl Ludwig filmava os idosos ucranianos que
apesar da radiação voltaram às suas casas, para poder morrer na terra
natal (foto em cima).
Nas vésperas do 25º aniversário da catástrofe, em 2011, apoiado pela
comunidade Kickstarter, Ludwig novamente visitou Chornobyl, como resultado
desta visita foram organizadas as exposições em diversos países da Europa e nasceu
a aplicação para IPad The
long shadow of Chernobyl, que reúne mais de 150 fotos, vídeos e vistas
panorâmicas interativas.
Construção do novo sarcófago em Chornobyl |
A sua última visita ao Chornobyl foi em 2013. O fotógrafo dedicou os seus esforços
à parte da estação nuclear que será coberta pelo novo sarcófago. Desta vez Ludwig
penetrou o mais profundamente à estação, que alguma vez fez até ai. Todos os relógios pararam
na hora exata do acidente —
01:23:58.
Já em 2014, com ajuda da comunidade Kickstarter, o fotógrafo reuniu os
fundos para publicar o livro fotográfico trilingue «The long shadow of Chernobyl: a photo book», que já pode ser encomendada online (capa do livro na foto em baixo).
Recorda-se o ex-pugilista e político ucraniano Vitaliy
Klychko:
26 de abril de 1986. Eu ainda não tinha completado 15 anos. Lembro-me de um
dia ensolarado de abril, primavera em força. No dia seguinte, o pai, militar,
voou algures de emergência. Nós não sabíamos o que aconteceu. Quando ele
voltou, disse que houve um grande acidente e de casa não se deveria sair sem a extrema
necessidade. Muito perigo. Mas isso era amanhã. No dia 26 de abril fomos para a
escola, planeamos as férias de verão. Em Kyiv floriam as castanhas...
Para a minha família o Chornobyl se revelou na dor e na perda muitos anos
depois. Não conseguimos salvar o nosso pai das consequências da catástrofe...
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