A designer ucraniana, Liza Bogutsky, à morar na Crimeia, decidiu conservar a sua
cidadania ucraniana e para isso foi ao novo serviço de migração da península. O resultado foi contado no seu blogue na Rádio Liberdade (versão
curta da estória).
Não há informação alguma. Inicialmente pensei que há um monte de pessoas nas
portas do departamento. Depois vi que não era um monte, apenas toda a gente foi
mandada para ficar na rua. A fila é comum para os que querem obter a cidadania
russa e os que pretendem manter a cidadania ucraniana.
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Afinal, toda a fila ia ter com o chefe do departamento, pois apenas ele tem
a informação e a mantem em segredo absoluto. Por isso, escrevi-me na fila sob o
número 57...
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Sobre os registos do domicílio. Não houve os registos de Magadão ou
Vorkuta, mas há casos em que não há nenhum registo. Ou seja, emitem-se os
passaportes sem este registo. Uma russa recém-admitida, recebendo o novo passaporte
começou a deboche. Gritava que não pretendia ser russa, para ficar sem o
registo domiciliar na Crimeia. Mas dado que o departamento dos passaportes fica
na esquadra da polícia, a dama se tornou totalmente russa.
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No processo de conversação humana com os novos cidadãos russos, entendi que
preciso ir à outro local, onde se emitem os passaportes para viajar ao
exterior, na fila ao 1º gabinete eu foi primeira, no 2º gabinete se emite a
cidadania russa.
Assim, descobriu-se que eu precisava preencher um requerimento que atesta que
eu quero manter a cidadania existente. A última linha do requerimento me alarmou:
“Foi informada sobre as consequências jurídicas da minha decisão.” E primeiro
eu tinha que assinar, em seguida, conhecer as tais consequências.
O chefe perguntou sobre a minha nacionalidade e eu disse com orgulho: “russa”.
Ele olhou para mim durante bastante tempo, depois explicou que continuo com o
direito aos imóveis, direito de trabalho, direito de viver, possuindo a permissão
de residência se receberei uma (não é um dado adquirido). Mas! Não terei a
permissão de residência permanente, apenas temporária, isso é, cada 90 dias
terei que deixar a Crimeia ou pedir a permissão permanente (3 anos), o que
também não é um facto adquirido.
O meu filho menor também poderá continuar ser cidadão ucraniano, por minha
vontade, mas também sem a permissão permanente ou no máximo até 3 anos. Eu disse
que 3 anos é um tempo suficiente, neste período deixaremos de ser Rússia e faremos
o registo permanente ucraniano. O chefe sorriu e entregou me o registo,
dizendo: “Tome e preserve. Se alguma vez, por causa de algum mal-entendido você
automaticamente seja considerada a cidadã da Rússia, venha e mostre este
documento. E ai você será retirada da lista”.
Este tipo de declaração até 18 de abril de 2014 devem fazer todos aqueles que
querem manter a cidadania ucraniana. Caso contrário, automaticamente serão colocados
no registo dos cidadãos russos.
Informações detalhadas sobre este procedimento emocionante de confirmação da
sua própria cidadania da Ucrânia – na próxima postagem do blogue.
Ler mais (em russo):
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