terça-feira, abril 15, 2008

Se Shukhevych fosse judeu

Roman Shukhevych em outubro de 1943
O jornalista ucraniano Vakhtang Kipiani escreveu em 2008 um interessantíssimo artigo intitulado: “Se Shukhevych fosse judeu”. O artigo foi traduzido ao inglês pelo Stepan Bandera Neto.

Os trechos mais importantes do texto:

“Roman Shukhevych não era único nos métodos que usou na batalha. Mas os combatentes da liberdade de outras nações comportaram-se na mesma maneira, basta comparar as biografias de Shukhevych e Menachem Begin (chefe da organização para – militar judaica Irgun e primeiro – ministro de Israel em 1977 – 1983), ambos considerados fundadores do país por seus compatriotas”.
Menachem Begin após a sua prisão pelo NKVD como "agente britânico" em 1940
“Será que a história de Israel não tem seus próprios Banderas e Shukhevyches, os heróis fanáticos que sacrificaram as suas próprias vidas e as vidas de outros, colocando-os no altar da pátria? Naturalmente que sim. Do fato, a declaração de Independência de 14 de Maio de 1948 (de Israel), é escrita com o sangue dos centenas de soldados e de oficiais britânicos, para não mencionar milhares de palestinianos árabes (só durante a ataque bombista contra Hotel King David em Jerusalém, perpetuado pelo grupo Irgun, morreram 91 pessoas: 28 britânicos, 41 árabes, 17 judeus e 5 de outras nacionalidades). Contudo Israel não nega aos seus pais – fundadores um lugar no livro dos santos.”

“Compare duas biografias. Na sua juventude, general do Exército Insurgente Ucraniano (UPA), Roman Shukhevych era membro da associação para – militar dos escuteiros ucranianos Plast, Menachem Begin era uma activista do grupo armado juvenil judaico Betar. O primeiro sonhava com a Ucrânia independente “do rio Syan até o Cáucaso”, na visão do escritor nacionalista ucraniano Mykola Mikhnovsky. O segundo sonhava sobre Eretz Israel na visão do seu mentor Vladimir Jabotinsky, ideólogo sionista de Odessa, que exortava a sua juventude “governar com o punho, marchar e ganhar a forja, serem laboriosos, renegar a delinquência; respeitar mulheres, as pessoas idosas, a oração e a democracia”. Soa como uma ordem para escuteiros de Plast!”

“Por ser membro da OUN, Shukhevych passou pelas prisões polacas, quando Begin foi enviado aos campos de concentração do GULAG. Ambos eram libertos graças à II G.M. Ucraniano entrou na clandestinidade da OUN, quando o companheiro judeu se alistou no Exército do general Anders, que era formado no território da URSS. O destino deu-lhe um presente: sua unidade foi destacada para o Jordânia no Oriente Médio. Em 1942 ele estava na terra prometida, como comandante do grupo armado Irgun (Etzel), cujo objectivo era libertar a Palestina da administração colonial britânica, “limpando-a” da população árabe abertamente hostil. No mesmo ano, Roman Shukhevych tomou o comando do UPA e também empreendeu uma guerra em dois frentes: contra os invasores soviéticos e alemães. Ambos os heróis eram procurados pelo inimigo, escondiam-se sob falsos nomes e documentos, mudando a aparência física.”

“Nos seus últimos anos como general do UPA, Shukhevych participou na democratização de OUN e na criação de um protó – Parlamento multi – partidário: Conselho Supremo Ucraniano de Libertação (UHVR). Continuou a comandar a resistência armada, enraizada na sua floresta nativa dos Cárpatos e morreu, tentando não cair no mão dos inimigos (NKVD), em 5 de Março de 1950”.

“Após a proclamação do estado de Israel, “o terrorista” e “assassino de soldados ingleses”, Begin transformou-se num político influente no Knesset. Demorou 17 anos da Independência, para que o Estado ucraniano honre a memória de Shukhevych”.

Ler o artigo em russo:
http://www.lab.org.ua/article/1423

Ler em inglês na tradução do Stepan Bandera Neto:
http://kyivscoop.blogspot.com/2008/04/last-month-vakhtang-kipiani-chief.html

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