No
dia 19 de junho de 2016 na Síria morreu o tenente-coronel do exército russo,
Vladimir Bekish, sepultado em 24 de junho com as honras militares e na presença
dos militares russos e belarusos na cidade belarusa de Grodno, a sua terra
natal. O Ministério da Defesa russo, até hoje, não confirmou a sua morte.
Mas
a morte do militar do exército regular russo foi confirmada pelos seus familiares,
o pai, também Vladimir, recebeu a cópia
da certidão da morte do filho em que está escrito que este morreu em 19 de
junho na “república árabe de Síria”.
O
oficial e a sua família viviam na cidade russa de Ulan-Ude, na capital da região
de Buryatia, onde Bekish desempenhava as funções de comandante da companhia de
batedores da 5ª Brigada especial de blindados, a unidade militar № 46108. A 5ª Brigada se
baseava em Ulan-Ude, era formada, na sua maioria, pelos buryatos e se tornou conhecida
pela sua participação direta na agressão contra Ucrânia durante os combates
pela cidade de Debaltsevo no inverno de 2015-2016.
Um dos militares russos de origem buryata (operador do blindado Dorzhi Batomunkuev) queimado em Debaltsevo |
Não
se sabe se Bekish participou na guerra russo-ucraniana, mas tendo em conta a
sua patente e a especialidade militar, essa hipótese é muito provável. As
opiniões anti-ucranianas do Bekish também contribuiriam à essa participação,
por enquanto ainda hipotética. Numa das postagens, compartilhada no seu perfil
na rede social OK estava escrito: «Se achas que devemos ir ao Kiev para livrar
o país do poder criminal banderista – coloque “curtir”. Bekish «curtiu», mas não
chegou ao Kyiv ;-)
Mais
tarde, a página dele na rede social VK foi “limpa” da informação sobre o seu
local do serviço, mas os jornalistas belarusos repararam na coroa de flores da
sua campa, com o nome abreviado da brigada, colocado numa das fitas (foto
@Igar Remzik, tut.by).
(Da) "5ª Brigada especial da guarda" |
As
circunstâncias da morte do Vladimir Bekish são desconhecidas, sabe-se apenas
que ele foi mortalmente ferido nos arredores de Aleppo. Os militares russos
contaram aos seus familiares que ele morreu e outros 8 militares [russos] foram
feridos, atingidos pelo obus ou morteiro durante um jantar.
Nas
cerimónias do enterro em Grodno não estava presente nem o adido militar russo
em Belarus, nem as chefias militares da 5ª Brigada ou de 36º Exército russo, à
que a brigada pertencia. Apesar disso, os jornalistas belarusos detetaram a
presença de dois generais russos anónimos que vieram numa viatura com a matrícula diplmática. A
presença dos majores-generais (que no exército russo comandam as divisões, ou
seja, cerca de 15.000 militares) confirma a importância do Berish aos olhos do exército
russo, escreve a página belarusa Camarade.
Os militares russos também informaram os familiares que Bekish (que deixa viúva
e filho) irá receber a ordem militar “Pela Coragem”, à título póstumo.
Até
hoje, o estado russo confirmou oficialmente a morte dos 20 militares seus na
Síria, 14 deles já após a declaração do presidente Putin de 15 de março de 2016
sobre “o fim da parte principal da operação” no país, informa a TVrain.ru
Mais
militares russos mortos
No
dia 18 de agosto, o grupo de investigação OSINT russo, Conflict Intelligence Team
(CIT)
contou que achou na região de Moscovo as campas dos militares russos mortos,
pertencentes às forças de operações especiais (SSO) e cuja morte ainda não foi divulgada
pelo Ministério russo da Defesa.
A campa do capitão Arkhireev |
O
capitão Oleg Arkhireev e capitão Maksim Sorochenko foram sepultados no cemitério
da cidade de Solnechnogorsk,
ambos morreram na Síria, informação confirmada pelos seus familiares e colegas
das forças armadas russas.
O
capitão Oleg Arkhireev, pára-quedista graduado em 2010 e operador de
metralhadora, morreu em 9 de junho de 2016, o mais provavelmente em resultado
da explosão de um engenho explosivo improvisado. Perdeu os seus membros inferiores
e superiores e morreu dois dias depois.
O
capitão Maksim Sorochenko morreu em 19 de novembro de 2015, as circunstâncias
da sua morte são desconhecidas. A sua pertença às forças especiais russas é
confirmada pela insígnia da SSO, colocada na lápide da sua campa.
A campa do capitão Zhuravliov |
No
mesmo dia 19 de novembro de 2015, na Síria morreu outro oficial russo – o capitão
Fedor
Zhuravliov. À partir das fontes OSINT é possível verificar que as duas
viúvas, do Sorochenko e do Zhuravliov, receberam as chaves de duas viaturas,
lhes entregues num torneio de judo, onde competem os oficiais de polícia e do
exército russo. Essa informação permite chegar à conclusão que, possivelmente,
os dois militares morreram no mesmo combate, algures na Síria.
Perto
das campas do Arkhireev e Sorochenko, é possível ver a campa de mais um militar
do SSO, Sergey Suslov. Segundo a sua lápide, Suslov morreu em 14 de junho de
2014 e foi condecorado pela ordem “Pela Coragem” à título póstumo. Em junho de
2014 o exército russo oficialmente não estava presente na Síria e como tal,
existe uma forte hipótese do que Suslov é mais um terrorista ao serviço do
estado russo que morreu na Ucrânia, em circunstâncias ainda por esclarecer e
apurar.
A lápida do capitão Suslov, morte aos 14.06.2014 |
A
cidade russa de Solnechnegorsk é conhecida por abrigar a unidade militar № 92154
— centro das operações especiais do exército russo «Senezh»....
1 comentário:
Ficou lindo o terrorista asiático! Esta com a cara que merece!
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