Na Rússia foi aberto um processo-crime contra o ativista e artista russo, Antom
Myrzin (blogueiro Paperdaemon Chaognostic),
por causa de uma série dos cartazes da sua autoria que apoiavam a luta da
Ucrânia contra os separatistas e terroristas no Donbas.
A Direção de Investigação do FSB na região de Perm, abriu o processo-crime
contra Anton Myrzin após receber a informação do que ele enviou
uma série de cartazes da sua autoria para a participação na exposição “Os 100
melhores cartazes patrióticos”, à decorrer em Kyiv.
https://www.youtube.com/watch?v=gs8u-yS4Gh0
Os trabalhos do Anton Myrzin são leituras contemporâneas dos diversos
cartazes soviéticos, os textos exortam à luta contra os separatistas e
terroristas russos que invadiram Donbas e outros territórios do leste ucraniano.
Como escreve o jornal russo Kommersant,
a procuradoria regional acusa Anton Myrzin ao abrigo do artigo 280º do Código Penal
da federação russa: «Exortação pública às atividades extremistas». A
procuradoria também convocou Anton Myrkin para prestar as declarações,
ameaçando o ativista, de antemão, que “no caso da não comparência, os funcionários
do FSB garantirão a sua presença compulsiva perante o investigador”.
Os dados do Anton foram obtidos pelo FSB através de um hacker que violou as
contas do blogueiro Paperdaemon Chaognostic nas redes sociais e colocou na
Internet a informação pessoal do ativista russo. Após disso, o deputado da Duma estatal
russa, pelo partido governamental “Rússia Unida”, Alexander Khinshtein, ex-jornalista
sensacionalista, foi a fonte oficial que pediu a iniciação do processo-crime
contra a ativista pró-ucraniano.
Paperdaemon Chaognostic escolheu a liberdade
Sendo cidadão russo e conhecendo bastante bem os métodos e as capacidades
dos órgãos repressivos do estado, que em teoria, deveriam zelar pela defesa dos
direitos dos cidadãos, Anton Myrzin antecipou-se aos seus perseguidores,
declarando o seguinte na sua página na rede social VK:
Percebendo a completa falta de forças e recursos para lutar sozinho contra todo o país, que entrou em uma loucura induzida massificada, eu fui forçado a
emigrar da Rússia para a Ucrânia, a fim de obter asilo político, com possíveis
novas perspectivas de carreira, tanto na arte política, como na arte de
propaganda. Vejo a continuação das minhas atividades em um espaço livre de
qualquer censura artística ou ideológica.
Obrigado pela vossa atenção,
Anton Myrzin ou Paperdaemon
Blogueiro
Na URSS o estado também costumava perseguir os artistas, mesmo aqueles que
exortavam o regime. É muito preocupante que estas práticas estão voltar ao
quotidiano russo. Pois, tal como nos anos 1920-1940, primeiro são perseguidos e
destruídos os dissidentes, depois são atingidos os ditos “acompanhantes” e
mais tarde são aniquilados mesmo os “apoiantes”. Pois, o pêndulo das repressões
está atiçado e já não consegue parar...
Ler mais: Realismo socialista como comodidade política
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