domingo, dezembro 14, 2014

FSB contra a arte pró-Ucrânia

Na Rússia foi aberto um processo-crime contra o ativista e artista russo, Antom Myrzin (blogueiro Paperdaemon Chaognostic), por causa de uma série dos cartazes da sua autoria que apoiavam a luta da Ucrânia contra os separatistas e terroristas no Donbas.

A Direção de Investigação do FSB na região de Perm, abriu o processo-crime contra Anton Myrzin após receber a informação do que ele enviou uma série de cartazes da sua autoria para a participação na exposição “Os 100 melhores cartazes patrióticos”, à decorrer em Kyiv.

https://www.youtube.com/watch?v=gs8u-yS4Gh0

Os trabalhos do Anton Myrzin são leituras contemporâneas dos diversos cartazes soviéticos, os textos exortam à luta contra os separatistas e terroristas russos que invadiram Donbas e outros territórios do leste ucraniano.

Como escreve o jornal russo Kommersant, a procuradoria regional acusa Anton Myrzin ao abrigo do artigo 280º do Código Penal da federação russa: «Exortação pública às atividades extremistas». A procuradoria também convocou Anton Myrkin para prestar as declarações, ameaçando o ativista, de antemão, que “no caso da não comparência, os funcionários do FSB garantirão a sua presença compulsiva perante o investigador”.

Os dados do Anton foram obtidos pelo FSB através de um hacker que violou as contas do blogueiro Paperdaemon Chaognostic nas redes sociais e colocou na Internet a informação pessoal do ativista russo. Após disso, o deputado da Duma estatal russa, pelo partido governamental “Rússia Unida”, Alexander Khinshtein, ex-jornalista sensacionalista, foi a fonte oficial que pediu a iniciação do processo-crime contra a ativista pró-ucraniano.

Paperdaemon Chaognostic escolheu a liberdade


Sendo cidadão russo e conhecendo bastante bem os métodos e as capacidades dos órgãos repressivos do estado, que em teoria, deveriam zelar pela defesa dos direitos dos cidadãos, Anton Myrzin antecipou-se aos seus perseguidores, declarando o seguinte na sua página na rede social VK:

Percebendo a completa falta de forças e recursos para lutar sozinho contra todo o país, que entrou em uma loucura induzida massificada, eu fui forçado a emigrar da Rússia para a Ucrânia, a fim de obter asilo político, com possíveis novas perspectivas de carreira, tanto na arte política, como na arte de propaganda. Vejo a continuação das minhas atividades em um espaço livre de qualquer censura artística ou ideológica.

Obrigado pela vossa atenção,
Anton Myrzin ou Paperdaemon

Blogueiro

Na URSS o estado também costumava perseguir os artistas, mesmo aqueles que exortavam o regime. É muito preocupante que estas práticas estão voltar ao quotidiano russo. Pois, tal como nos anos 1920-1940, primeiro são perseguidos e destruídos os dissidentes, depois são atingidos os ditos “acompanhantes” e mais tarde são aniquilados mesmo os “apoiantes”. Pois, o pêndulo das repressões está atiçado e já não consegue parar...   

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