A jovem moscovita, Dária Lesiv, durante seis anos se correspondia com um
rapaz da Ucrânia Ocidental, depois se mudou para Ucrânia, onde eles se casaram.
Agora, a sua família russa recusa-se comunicar com Dária.
A história deste amor é conhecida quase por toda a gente na pequena cidade
de Iziaslav. O
amor via-Internet, entre moscovita Dária e o jovem diácono Oleksandr, durou
seis anos, mas a decisão de oficializar as suas relacionamentos surgiu no momento em
que as relações entre os seus estados chegaram à fase mais quente.
Dária: pensei que mais depressa algo iria acontecer na Rússia, existiam lá os
requisitos prévios, o movimento da praça Bolotnaya,
oposicionistas.., mas o fogo da revolução se acendeu na Ucrânia.
Oleksandr explica que encontrou imediatamente uma linguagem comum com a sua
futura esposa, e nenhuma barreira linguística foi obstáculo para eles. Mais
tarde, não se transformaram na barreira de comunicação, os eventos que
começaram na Ucrânia no outono de 2013, e que dividiram a vida do país em “antes”
e “depois”. Já os pais da Dária não entendiam sinceramente, como ela podia apoiar um país estrangeiro, os
inimigos da Rússia e amar um “banderista”.
Dária: Eu fui (para Ucrânia), quando começaram os confrontos principais na Maydan, logo em
fevereiro, surgiram as primeiras vítimas e ... desde o início, à eles e à mim
diziam que lá estão as pessoas pagas, os sem-abrigo, os toxicodependentes. Até um
certo ponto, isso me incentivou de ir para lá, onde está quente e não ficar
onde está frio.
O par se casou numa cerimónia religiosa na primavera de 2014. Hoje, ela se acostuma à sua
nova vida em uma nova casa, mas infelizmente, sem os seus pais. Eles, até agora,
não foram capazes de perdoá-la.
Dária: Com o pai falei pela última vez na altura da ocupação da Crimeia. Ele
me colocou a pergunta embaraçosa, “por que vocês, ucranianos, seguidores do Bandera,
não gostam da Rússia desta maneira?” Ele próprio é natural de Lviv, eu sou
russa que se mudou para Ucrânia. Ele deveria acreditar em mim com muita mais facilidade do que ao que lhe conta um tipo qualquer na TV. Mas não conseguimos conversar...
Não passa um único dia para que Dária não recorde com as lágrimas os seus
pais em Moscovo. Mas se recusa à voltar para lá, porque não suporta a ideia de viver
na mentira constante.
Oleksandr: Substituímos aqui, na Ucrânia, os pais da Dária, porque ela está
na terra ucraniana. Ele se juntou totalmente à nossa família. Ela se tornou ucraniana,
não apenas no espírito ou na origem, mas também na cidadania. Por isso, eu sinto
a plena responsabilidade pela Dária e pelo nosso futuro.
Dária: o meu pai disse: “Eu não apoio nada disso, não gosto nada disso, mas
o seu avô estaria contente”. A jovem também não perca a esperança de um dia se entender
com os pais: “Se pelo menos uma vez eles me visitassem, apesar de tudo que
dizem na TV, se acreditassem em mim uma só vez e me visitassem...”
A estória do Pavel Veselov
Pavel Veselov nasceu e doze anos viveu em Murmansk, na Rússia, o seu pai é oficial da
marinha de guerra na reforma. O jovem manteve as amizades com os seus colegas
da escola, eles visitavam-se mutuamente, trocavam a correspondência. Tudo mudou
com a guerra russo-ucraniana. Neste momento, a maioria dos seus ex-amigos odeia os ucranianos e
considera Pavel como traidor, pois ele, sendo voluntário, apoia ativamente Ucrânia
e as suas Forças Armadas, visita os militares na zona da OAT, trazendo lhe coletes
prova-de-bala, os medicamentos. Dado que Pavel nada esconde, considerando que
está do lado certo da história, por diversas vezes os seus ex-colegas lhe escreveram que “querem cuspir na sua cara”.
Mas os seus pais entendem e apoiam o filho: o pai retirou a bandeira russa
que tinha pendurada em casa, num cantinho da “glória militar”. Recentemente, quando
Pavel felicitou o pai pelo dia da Marinha de Guerra russa, o pai, oficial de
carreira, lhe respondeu: “quero recusar a cidadania russa e receber a
nacionalidade ucraniana, quero viver naquele país”...
Fonte:
O cartaz patriótico ucraniano
A TV Hromadske apresenta a colectânea dos cartazes patrióticos
ucranianos, que se baseia na temática militar. O autor do projeto chamado “O nosso manifesto” é o realizador ucraniano Andriy Pryymachenko.
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